Deadly Obsession

Chapter Two

Os dias haviam passado voando, e, em um piscar de olhos, a sexta-feira finalmente chegou. O plano de Roberta estava meticulosamente orquestrado. Anne, Plak e Martyna estavam organizando uma festa de "despedida" do intercâmbio no Brasil, mantendo fielmente os disfarces que tinham assumido durante esse período. Martyna fez questão de convidar Carol e Macris para a festa.

— Vocês vão amanhã, né? — Lukasik perguntou, avistando Carol e Macris enquanto elas caminhavam distraídas pelo campus.

— Não sei ainda — Macris respondeu hesitante, olhando para o chão. — Na verdade, não sei se vou poder... Fui demitida, e as coisas estão meio complicadas.

Plak, que estava mais à frente, se virou com um sorriso travesso nos lábios.

— Não se preocupe, Macris. Se você não tiver como ir, eu e Rosa passamos na sua casa para te buscar. Não vai escapar tão fácil — ela piscou, tentando animar a colega.

Roberta, que estava ao lado de Macris, aproveitou o momento e a puxou para mais perto, sorrindo de forma sutil.

— Ah, Macris... — Roberta disse com malícia na voz. — Tem certeza que foi "só" uma demissão? Não vai me dizer que não vai, né, amor? — Ela completou, acariciando o rosto de Macris, enquanto por dentro se deliciava com o resultado de seu próprio plano, já que havia pago o chefe de Macris para demiti-la, só para garantir que ela ficaria sob seu controle.

Nesse momento, Anne chegou por trás de Carol e a beijou suavemente no pescoço.

— Vocês vão, né? — Anne perguntou, sem esconder o carinho que sentia pela namorada.

— Vou, claro... — Carol começou a responder, mas logo mudou o tom ao perceber um perfume estranho. — Espera... Que cheiro é esse?

Carol franziu o cenho, seu ciúme habitual começando a se manifestar. Não era o perfume de Anne que estava em seu pescoço, e essa sensação a incomodava profundamente. Será que Anne estava se aproximando demais de outras mulheres? A dúvida pairou no ar, mesmo que Carol quisesse afastar o pensamento.

— Amor, que ciúme é esse? — Anne disse, rindo e puxando Carol para mais perto. — Você sabe que eu só tenho olhos para você.

As outras, percebendo o clima tenso, decidiram intervir.

— Ah, Carol, não começa com isso! — Plak disse, balançando a cabeça. — Sabe que Anne não está com ninguém, a não ser com você. Relaxa, vai. Se ela tivesse com outra pessoa, a gente saberia. A Anne é fiel.

— Até parece que a gente não sabe — Lukasik completou, piscando. — Só você para desconfiar disso.

— A única que não vai te passar pano sou eu, Macris — Roberta brincou, dando uma piscadela para Macris, que apenas balançou a cabeça com um sorriso tímido.

O clima se aliviou um pouco, mas Carol ainda lançou um olhar suspeito para Anne, que apenas a puxou de volta e a beijou novamente, deixando claro que, apesar de todas as distrações ao redor, seu coração sempre pertencia a ela.

(...)

Mais tarde, já quase no final da manhã, Carol e Macris estavam na sala de aula, sentadas uma ao lado da outra. A turma estava relativamente tranquila, com alguns alunos ainda chegando, e isso deu uma oportunidade para Carol puxar um assunto que não conseguia tirar da cabeça.

— Macris... — Carol começou, olhando de canto de olho para a colega enquanto rabiscava algo no caderno. — Você acha que a Anne poderia... sei lá, ter outra mulher?

Macris levantou os olhos lentamente, ponderando a pergunta. Deu uma olhada ao redor, certificando-se de que ninguém estivesse prestando atenção, e então se inclinou um pouco para frente, com uma expressão séria.