Com aproximadamente 12 semanas de gestação, Macris estava descobrindo que a gravidez trazia uma verdadeira montanha-russa emocional. Os três primeiros meses haviam sido uma fase complicada, tanto para ela quanto para Roberta, que tentava ajudar como podia, mas estava quase perdendo o controle com as mudanças repentinas de humor de Macris. Ora ela estava radiante, cheia de energia e esperanças para o futuro; ora desabava em lágrimas sem motivo aparente ou se irritava com as coisas mais banais, como o jeito que Roberta colocava um copo na mesa ou a forma que olhava para ela.
Nos primeiros dias, Roberta se esforçava ao máximo para ser compreensiva, dizendo a si mesma que era apenas uma fase e que tudo ficaria bem. Tinha lido um pouco sobre as mudanças hormonais que ocorrem durante o início da gravidez, mas nada a preparara para a intensidade das reações de Macris. Certa manhã, por exemplo, ela trouxe o café da manhã para Macris na cama, esperando que fosse uma surpresa agradável, mas Macris reagiu chorando, dizendo que o cheiro das frutas a deixava enjoada e que preferia ter dormido mais.
Outra vez, Macris passou de um momento de carinho, com abraços e risos, para uma crise de lágrimas em questão de minutos, confessando para Roberta que se sentia assustada e insegura com a ideia de se tornar mãe, temendo não estar à altura. Roberta tentava confortá-la, mas às vezes, suas palavras pareciam apenas piorar a situação, o que deixava Roberta ainda mais frustrada e perdida sobre como agir.
Depois de algumas semanas tentando lidar com a situação sozinha, Roberta começou a sentir que precisava desabafar com alguém. E foi aí que decidiu conversar com Plak, uma das poucas amigas em quem confiava o suficiente para admitir que estava quase à beira de um surto.
— Ué, Roberta, aguenta firme! — Plak falou, tentando disfarçar um sorriso. — A Macris não vai voltar ao normal tão cedo... pode esperar uns bons meses de emoções à flor da pele.
Roberta suspirou, balançando a cabeça.
— Eu sei, mas é difícil. Um minuto ela está rindo, e no seguinte, ela está chorando porque acha que estou "olhando para ela de um jeito estranho." É como se nada do que eu fizesse fosse certo.
Plak deu um tapinha nas costas dela, com um ar de cumplicidade.
— Olha, isso faz parte. Ela está passando por muita coisa também. Não é só hormônio, sabe? Acho que ela também sente o peso da responsabilidade, do futuro... E você está aí para segurar as pontas.
Roberta olhou para o chão, refletindo sobre as palavras de Plak. Sabia que Plak estava certa, mas era reconfortante ouvir isso de alguém.
— Acho que, no fundo, eu só preciso de mais paciência, né? — Roberta disse, soltando um suspiro pesado.
Plak olhou para Roberta com uma expressão acolhedora, percebendo o peso que a amiga carregava nas últimas semanas.
— Roberta, você não precisa enfrentar tudo isso sozinha, sabia? — disse Plak, num tom suave mas firme. — Macris tem uma rede de apoio, e você também. Tem eu, a Anne, a Carol, a Martyna, a Rosa… todas nós estamos aqui pra ajudar vocês.
Roberta suspirou, pensativa. As palavras de Plak fizeram uma diferença imediata. De repente, ela sentiu um certo alívio, percebendo que talvez estivesse exigindo muito de si mesma. Desde o início, sentira a responsabilidade de ser o ponto de apoio principal de Macris, mas a verdade é que não precisava fazer tudo sozinha.
— É verdade… — admitiu Roberta, com um leve sorriso. — Mas às vezes parece que eu sou a única que pode estar lá o tempo todo, sabe? Como se só eu pudesse entender o que ela precisa.
— Eu entendo. É normal querer estar sempre ao lado dela. Mas isso não significa que não possa dividir um pouco dessa carga — Plak continuou, tentando trazer mais leveza para a conversa. — Olha, que tal deixar algumas tarefas pra gente? Pode ser uma visita, sair pra comer alguma coisa, ou até acompanhar a Macris nas consultas. Não precisa carregar esse peso sozinha.
Roberta ficou em silêncio por um momento, absorvendo a oferta.
— Obrigada, Plak. De verdade. Às vezes, eu me esqueço que vocês estão aí… e isso faz tanta diferença. Vou lembrar de pedir ajuda quando as coisas ficarem difíceis.
Plak deu um sorriso caloroso e deu um tapinha nas costas de Roberta.
— Ótimo! Agora, vamos fazer assim: quando as mudanças de humor da Macris vierem com tudo, manda uma mensagem. Se for de madrugada, acorda a gente também! É pra isso que servem as amigas.
Macris desceu lentamente as escadas da mansão, com a expressão ainda marcada pela reflexão. Havia algo em sua mente que ela não conseguia ignorar, e sabia que precisava falar com Roberta. Atrás dela, Carol seguia com passos silenciosos, respeitando o espaço de Macris, mas deixando claro que estava ali, como uma amiga disposta a ajudar.
Ao se aproximar da sala, Macris avistou Roberta em uma conversa animada com Plak. Roberta parecia um pouco mais leve, rindo de algo que Plak acabara de dizer, e por um momento Macris hesitou, com medo de estragar o momento. Carol, percebendo a indecisão, tocou seu ombro de leve, como quem a encoraja.
— Vai lá, Macris — sussurrou Carol, incentivando-a com um olhar acolhedor.
Respirando fundo, Macris deu mais alguns passos e chamou, hesitante:
— Roberta?
Roberta e Plak se viraram ao mesmo tempo, surpresas pela presença de Macris. Roberta, que estava mais relaxada com a conversa, escondeu qualquer vestígio de cansaço e a recebeu com um sorriso, enquanto Plak lançou um olhar de incentivo para ambas.
— Oi, Macris — respondeu Roberta, mantendo um tom suave.
Macris respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. Com o apoio silencioso de Carol ao seu lado e o olhar paciente de Roberta, ela sentiu que podia finalmente dizer o que estava em seu coração.
— Eu queria… — começou, a voz saindo baixa. — Queria pedir desculpas, Roberta. Sei que nesses últimos meses não tem sido fácil lidar comigo. E sei que você tem feito o máximo, mesmo quando eu acabo descontando tudo em você.
Roberta a ouviu com atenção, e, sem hesitar, levantou-se e segurou as mãos de Macris, transmitindo segurança.
— Macris, você não precisa se desculpar por nada. Sei que tudo isso é novo e assustador pra você. Só quero que você se sinta segura, e que saiba que estou aqui para enfrentar tudo isso com você — respondeu Roberta, sincera.
Macris sentiu os olhos se encherem de lágrimas, mas tentou segurar a emoção.
— Eu sei, Roberta… e agradeço muito. Não sei o que faria sem você, sem o apoio de todas vocês — Macris lançou um olhar de gratidão para Plak e Carol, que a observavam com um sorriso de compreensão.
Plak, com seu jeito direto, deu um passo à frente e disse:
— E lembre-se, Macris, que além da Roberta, você tem a mim, a Carol e todas as outras. Estamos todas nessa com você.
Macris sorriu, e Carol envolveu os ombros dela em um abraço carinhoso, reforçando que, não importava o desafio, ela teria sempre suas amigas ao lado. E, por fim, sentiu o peso das últimas semanas diminuir um pouco, enquanto era acolhida por aquelas pessoas que tanto a apoiavam.
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Deadly Obsession
FanfictionRoberta Ratzke é uma das criminosas mais poderosas das Américas, conhecida por comandar o maior cassino do mundo. Seu maior trunfo é o anonimato; ninguém sabe quem ela realmente é, o que facilita sua movimentação entre países como Estados Unidos, Ca...