Chapter Four

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Conforme os dias passavam, Macris começou a aceitar que, por enquanto, fugir não era uma opção. O ambiente em que se encontrava era controlado por Roberta, uma criminosa cujo poder parecia não ter limites. O respeito e a reverência que todos ao redor demonstravam por Roberta vinham de suas conquistas no submundo. Macris soubera que Roberta era a dona do maior cassino da América Latina, um local que não apenas promovia jogos de apostas ilegais, mas também exibia apresentações de striptease, lap dance, e eventos clandestinos de lutas. Além disso, Roberta havia liderado assaltos milionários e operações de tráfico de informações privilegiadas. O nome de Roberta circulava nos círculos mais perigosos como sinônimo de poder e impunidade.

Imersa em seus pensamentos, Macris foi repentinamente tirada de seu devaneio quando a porta de seu quarto foi aberta bruscamente. Roberta entrou como uma tempestade, interrompendo o momento de calmaria de Macris, que até então estava lendo um livro, tentando distrair-se do caos ao seu redor.

— O que você pensa que está fazendo, sua maluca? — Macris respondeu, o coração acelerado ao ver Roberta se dirigindo ao guarda-roupa com raiva nos olhos.

— Primeiramente, essa mansão é minha — Roberta falou, abrindo o guarda-roupa e começando a arrancar as roupas de dentro, jogando-as no chão de forma desleixada. — E, segundamente, eu vim tirar essas roupas daqui — acrescentou, finalmente se virando para Macris com um olhar desafiador — já que você não usa nada além desse roupão patético.

Macris sentiu o sangue subir à cabeça, mas tentou manter a compostura. — Eu não uso esse tipo de roupa. E eu não pedi para estar aqui — respondeu, sua voz fria e carregada de desprezo.

Roberta deu de ombros, ignorando a provocação de Macris, e continuou a retirar as roupas do armário, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

— A propósito — disse Roberta sem olhar para ela, com a voz ligeiramente sarcástica — mais tarde você vai sair com Rosa e Carol para resolver umas coisas pra mim.

Macris sentiu o rosto queimar de raiva. Ela levantou-se da cama, cerrando os punhos. — Não vou a lugar nenhum! Você não manda em mim, Roberta! — exclamou, a voz firme, mas seus olhos traíam a tensão crescente.

Roberta parou o que estava fazendo, seus olhos escurecendo enquanto olhava diretamente para Macris. Num instante, a expressão de calma arrogante que ela sempre carregava desapareceu. Ela atravessou o quarto em passos rápidos, agarrando o braço de Macris com força, e com um movimento brusco a jogou de volta na cama.

— Olha aqui, sua ingrata — sussurrou Roberta, o rosto a centímetros do de Macris, sua voz baixa e carregada de fúria contida. — Você vai sim, porque eu estou mandando. E se você ousar me desafiar de novo, eu juro que vai se arrepender.

Macris encarou Roberta com uma mistura de raiva e medo. Ela queria lutar, queria gritar, mas sabia que, naquele momento, sua resistência seria inútil. Roberta a tinha sob controle, e a força com que a segurava mostrava que ela estava no limite de sua paciência.

— Você acha que pode me quebrar, Roberta? — Macris sibilou, a voz cheia de veneno. — Eu nunca vou ser sua. Nunca.

Roberta soltou uma risada fria, aproximando-se ainda mais, seus lábios quase tocando os de Macris, como se o confronto físico fosse uma dança que ela apreciava.

— Você já é minha, Macris — murmurou Roberta, os olhos brilhando de malícia. — Você só não percebeu ainda. Mas eu vou te fazer entender.

Roberta se afastou, ajeitando o cabelo como se nada tivesse acontecido, e deu uma última olhada para Macris, agora sentada na cama, tentando conter a fúria que a consumia.

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