Chapter Nine

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Na manhã seguinte, Macris acordou pensativa, ainda com as lembranças da conversa intensa com Martyna da noite anterior ecoando em sua mente. Tentou afastar aqueles pensamentos, mas a ideia de conseguir ajuda da própria Lukasik para enfrentar Roberta parecia mais irresistível a cada minuto.

Decidida, caminhou até o quarto de Carol e, sem cerimônia, abriu a porta, encontrando a amiga ainda afundada nos cobertores.

— Acorda, Carol. Precisamos da Marty do nosso lado. Ela vai ter que ajudar a gente — Macris falou, sua voz firme e urgente.

Carol, ainda meio sonolenta, sentou-se na cama, piscando lentamente enquanto tentava entender o que Macris estava dizendo.

— Hã? Ajudar? — murmurou, esfregando os olhos e tentando se situar.

— Nós vamos jogar o jogo da Roberta — explicou Macris, cheia de determinação. — E a Lukasik vai ser a nossa aliada nessa. Ela sabe mais do que aparenta e pode ser nossa chave pra escapar.

Carol respirou fundo, absorvendo a ideia com um pouco mais de clareza agora. Ela se levantou devagar e, balançando a cabeça, disse:

— Tá, tá… Deixa eu lavar o rosto primeiro, aí a gente conversa — falou, caminhando em direção ao banheiro no quarto, mas Macris a seguiu, ansiosa para continuar a conversa.

Carol virou-se, lançando a Macris um olhar meio exasperado, mas logo abriu um sorriso com a lembrança da noite passada.

— Sabe, fiquei até umas quatro da manhã conversando com a Gattaz — disse ela, e sua voz suavizou, ganhando um toque mais sonhador. — Que mulher… Ela é incrível, Macris. Forte, segura, sabe exatamente o que quer. Mas também tem um jeito tão… envolvente. Cada vez que ela me olhava daquele jeito, era como se tudo ao redor sumisse. E a forma como ela fala, como ela me entende… é um misto de carinho e desejo que me deixa totalmente sem chão.

Macris riu levemente, vendo o brilho nos olhos da amiga.

— Parece que alguém está encantada — provocou.

Carol deu de ombros, mas não conseguiu esconder o sorriso que surgia em seus lábios.

— Eu acho que estou, sim. Só de lembrar dela… eu sinto uma coisa aqui, sabe? — Carol colocou a mão sobre o peito, suspirando de leve. — Ela é muito mais do que qualquer mulher que eu já conheci.

Macris não resistiu e revirou os olhos, rindo de leve.

— Ah, claro, Carol. Isso que você tá sentindo? Parece mais uma ânsia de vômito — brincou, provocando a amiga.

Carol fez uma careta, mas logo riu, lançando uma toalha na direção de Macris.

— Engraçadinha você — Carol respondeu, sacudindo a cabeça. — Se fosse só isso, eu já teria resolvido faz tempo. Mas, sério, ela mexe comigo de um jeito…

— Tá bom, tá bom! — Macris interrompeu, ainda rindo. — Vamos focar aqui. Voltando ao assunto da nossa grande aliada: a Martyna.

Carol suspirou, mais séria agora, enquanto enxugava o rosto.

— Certo. Mas por que você acha que ela toparia ajudar? A Marty tem uma lealdade meio… complexa com a Roberta. E, apesar de tudo, dá pra ver que elas têm um certo respeito uma pela outra.

Macris assentiu, já esperava essa pergunta.

— Eu sei, mas ela também tem seus próprios motivos. Ela mesma já me contou algumas coisas que me fazem acreditar que a lealdade dela com a Roberta não é inabalável. Martyna foi resgatada por ela, mas, pelo que entendi, ela não queria estar nesse mundo pra sempre. Ela quer sair — Macris explicou, sua expressão determinada.

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