Quando Macris abriu os olhos, sentiu o corpo pesado, como se a gravidade a puxasse para o chão com uma força incomum. A mente ainda estava lenta, e por alguns instantes ela não conseguiu distinguir onde estava, nem como havia chegado ali. As paredes eram frias e estéreis, sem qualquer sinal que lhe desse uma pista do local em que se encontrava. A sensação de desconforto crescia, mas ela se sentia envolta por uma neblina, uma barreira que a impedia de raciocinar com clareza.
Com o tempo, foi se dando conta de que havia duas figuras à sua frente, paradas em silêncio, observando-a de maneira intensa. Eles eram homens que ela nunca tinha visto antes, e a expressão de ambos era difícil de decifrar. A sensação de estranheza se intensificou, e ela percebeu que cada movimento seu era acompanhado pelos olhos atentos deles, como se estivessem estudando suas reações. Um frio percorreu sua espinha, e o primeiro sinal de alerta acendeu em sua mente.
— Onde estou? — ela sussurrou, mas a própria voz lhe soou fraca, abafada pelo ambiente.
Os homens não responderam, apenas trocaram olhares entre si. Macris sentiu um aperto no peito, uma mistura de medo e desespero que parecia consumir cada fibra de seu ser. Ela tentou mover-se, mas o corpo estava fraco, pesado demais para reagir da forma que gostaria. Foi então que as lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, silenciosas, como se tivessem vontade própria.
Era um choro silencioso, quase resignado. A cada lágrima, parecia que seu peito se apertava mais, o peso da vulnerabilidade e da impotência crescendo dentro dela. A ideia de fugir passava por sua mente, mas a realidade a prendia de volta ao momento presente — ela não tinha para onde correr, e qualquer tentativa parecia inútil. Uma parte de si queria gritar, expressar o pânico e a angústia que a consumiam por dentro, mas o medo a paralisava, e a voz parecia presa na garganta.
As perguntas surgiam em sua mente em uma sequência rápida e confusa. Quem são eles? Por que estou aqui? Como isso aconteceu? Cada questão parecia mais desesperadora que a anterior, e o vazio das respostas só intensificava o turbilhão de sentimentos. Sentia-se pequena, como se estivesse encolhendo dentro de si mesma. As lembranças antes claras começavam a se apagar, deixando-a perdida, apenas com o sentimento de que estava completamente sozinha naquela situação.
Por um instante, fechou os olhos, tentando encontrar algum vestígio de paz dentro de si. Mas a sensação de ser observada continuava presente, o peso dos olhares a mantendo consciente de sua vulnerabilidade. Era como se qualquer movimento seu fosse analisado, e isso a fazia sentir-se ainda mais desprotegida. Ela queria desaparecer, sumir para longe daquele lugar, daquela situação.
Macris respirou fundo, tentando acalmar o coração acelerado, enquanto a sensação de perigo se tornava insuportável. Ela percebeu que, apesar de estar fraca, cada segundo ali só aumentava sua necessidade de escapar. Sentiu suas mãos trêmulas, mas respirou fundo novamente, tentando reunir forças. Preciso sair daqui, ela pensou, decidida a lutar contra a paralisia do medo que a tomava.
Ela olhou para os lados, tentando analisar o ambiente. Os dois homens ainda observavam, mas por um breve momento, eles desviaram a atenção para discutir algo em voz baixa. Foi nesse instante que Macris viu sua oportunidade. Com uma determinação renovada, ela conseguiu se colocar de pé, embora o corpo ainda parecesse instável.
Sentindo a adrenalina correr em suas veias, ela deu um passo para trás, com o olhar fixo na porta atrás dos homens. Seus pés pareciam pesados, mas a vontade de sair dali a impulsionava. Mesmo que estivesse exausta, não deixaria a chance de escapar passar. Só mais alguns passos...
Quando deu o terceiro passo, um dos homens percebeu seu movimento e virou-se rapidamente, estreitando os olhos em sua direção.
— Aonde você pensa que vai? — perguntou ele, a voz fria e carregada de um tom de ameaça.
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Deadly Obsession
FanfictionRoberta Ratzke é uma das criminosas mais poderosas das Américas, conhecida por comandar o maior cassino do mundo. Seu maior trunfo é o anonimato; ninguém sabe quem ela realmente é, o que facilita sua movimentação entre países como Estados Unidos, Ca...