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• Minho •

No dia seguinte, Hyunjin e eu já nos encontrávamos animados para nossa rotina pré-excursão.

- Sério!?- ele diz, quando vê a imensa fila do mercado - Nós vamos mesmo assim.- diz ele me puxando até as prateleiras de doces, depois a de salgadinhos, em seguida para as geladeiras de refrigerante.

- Hyunjin! O ônibus só sai 12:00, relaxa!- digo rindo de sua impaciência. Desde que acordou, ele não para de falar o quão ansioso estava.

- Certo, certo.- diz, finalmente se acalmando - Já sabe o que vai dizer pro Jisung?- pergunta mudando de assunto.

-Sério ? Eu to tentando melhorar sua ansiedade, e em retorno, você piora a minha?- falo indignado e ele encolhe os ombros, me lançando um olhar arrependido.

Suspiro passando as mãos no cabelo, tentando pensar em outra coisa. Logo chega nossa vez no caixa e Hyunjin se vira para me encarar.

- Esqueci minha carteira no carro. Você paga essa.- ele diz, e logo em seguida se retira com as compras, me deixando para trás.

- Ótimo...- digo suspirando e entrego o cartão para a caixa que não parava de me encarar desde que chegara nossa vez na fila.

- Nenhuma aliança.- ela diz, observando minha mão - Isso significa que posso te levar para sair qualquer dia desses?- pergunta, se inclinando em minha direção.

- Sem aliança mas indisponível. Com licença.-pego gentilmente o cartão de sua mão e dou as costas, saindo do supermercado esfregando minhas têmporas.

- Eu acabei de negar uma mulher sem nem olhar para ela duas vezes.- digo assim que encontro com Hyunjin no táxi.

- E...? Pera, foi por causa do Jisung?- diz, já com um sorriso se formando em seu rosto.

- Para com isso!- digo o batendo, tentando esconder o vermelho que subia pelas minhas bochechas - Eu não sei, simplesmente não dei bola. O Jisung nem passou pela minha cabeça diretamente, mas eu apenas não tive interesse em olhar para a caixa.

- Nossa, tu virou cadelinha mesmo.- diz Hyunjin, caindo na risada e não posso fazer nada a não ser rir com ele dizendo que é bobagem, porém com vários pensamentos rondando minha mente.

• Jisung •

- Félix, chegamos!- digo cortando o mesmo, que não calou a boca um minuto durante todo o trajeto, contando todos os seus planos e expectativas para a viagem - Nem no ônibus gente está e você já está todo animado.- digo rindo.

- Ai Sung!- diz revirando os olhos - Deixa de ser chato. Vai ser incrível. Vamos!!- diz me chutando para fora do táxi.

Quando andamos em direção ao ponto da embarcação do ônibus da excursão, esbarramos em Seungmin e Bangchan. Enquanto meu amigo é esmagado por Félix, cumprimento seu namorado e logo volto para ele o abraçando forte.

- Senti sua falta!- digo quando me afasto.

- Também senti!- ele diz, mas logo sua expressão se fecha, enquanto a mesma desfere um tapa em meu braço e me afasto xingando - Isso é por não ter me contado sobre você e Minho. Tive que ficar sabendo pelo Hyunjin.- diz sério e o olho envergonhado.

Porém, logo a mesmo volta com seu sorriso habitual e eu reviro os olhos, já prevendo as palavras que sairiam de sua boca.

- Eu. Te. Avisei.-diz pausadamente, cruzando os braços convencido.

Revirando os olhos, deixo o grupo para trás e faço meu caminho até o ônibus. Chegando lá, rapidamente vejo Hyunjin, Minho e Jeongin no meio da multidão. Meus pés logo travam, me impedindo de avançar ou recuar, sem saber o que fazer. Enquanto fico parado como uma retardada no meio da calçada, vejo a cabeça de Minho virar em minha direção, com um olhar carregado de sentimentos.

- Nem precisa de uma placa para dizer que ele está caidinho por você.- me assusto com Seungmin, que apareceu subitamente ao meu lado.

- Você acha?- pergunto antes que possa me conter, não conseguindo segurar o esboço de sorriso que ameaçava se expandir em meu rosto com a afirmação do moreno.

- Eu não acho, eu tenho certeza!- diz dando de ombro e seguindo para dentro do veículo.

Respiro fundo e vejo meus pés se movimentando em direção ao cara que estava em todos os meus pensamentos sem que ao menos eu pudesse impedir.

- Oi- dizemos juntos e deixo escapar um sorriso envergonhado quando paro em sua frente.

- Sung, sobre o que você viu...- ele começa tentando se explicar mas o corto, querendo falar primeiro.

-Minho, eu devia ter te deixado se explicar quando tudo aconteceu. Me desculpe.- digo sincero, e vejo seus olhos se arregalando em surpresa.

- Você é por acaso um clone? Pois não pode ser o Jisung que eu conheço falando isso.- fala com um sorriso no rosto e lhe dou um tapa no braço.

- Eu estou tentando ser razoável aqui. Não abusa.- digo sorrindo também. Depois de alguns segundos de silêncio apenas nos encarando, Minho volta a ficar sério, me olhando nervoso.

- Naquela tarde, depois de você chegar na mesa do refeitório com o braço machucado, resolvi ir tirar conclusões com a Jisoo. Isso já estava passando dos limites. Tentei horas fazer a mesma entender isso, que não tínhamos mais nada, e no final ela parecia finalmente aceitar. Eu deveria saber que era apenas atuação. Aquela garota não desiste do que acredita ser "dela". Não sei nem como comecei a me envolver com a mesma...

- Porque ela é gostosa.- o corto direta e ele me encara rindo.

- Ainda não me acostumei com o fato de você não ter filtros. Mas enfim, quando finalmente concluímos a conversa, saí do quarto, e a próxima coisa que lembro foi ele me beijando e você no fim do corredor.- ele dá um suspiro - Eu sei que você não tem porque acreditar em mim, mas...

-Minho.- o interrompo novamente e ele me olha apreensivo - Eu confio em você.- falo supreendendo ambos, e naquele momento vejo todos os seus músculos relaxarem.

- Mesmo?-diz esperançoso

- Sim.- digo sorrindo para o assegurar - ðUma amiga me ajudou a chegar à conclusão de que tudo o que falei na sexta foi meio que uma auto-sabotagem.- ele me olha confuso e suspiro, pronta para quebrar de vez todas as minhas barreiras e abaixar o resto de minhas cartas. Como já dizia um grande filósofo, "faz a merda e se arrepende depois"- Eu costumo ser sempre muito racional, e fazer as coisas com a cabeça, não o coração. Mas quando estou com você...- faço uma pausa abaixando meus olhos, incapaz de manter contato visual - Eu não tenho...

- ... controle de nada.- falamos ao mesmo tempo, e sinto sua mão em meu queixo, levando meu olhar ao seu.

- Como sabia o que eu ia falar?- pergunto, o olhando confuso.

- Pois é exatamente como me sinto também.- diz, antes de fechar a distância entre nós, selando nossos lábios.

 ℂ𝕠𝕝𝕖𝕘𝕒𝕤 𝕕𝕖 ℚ𝕦𝕒𝕣𝕥𝕠     《Minsung》Onde histórias criam vida. Descubra agora