14

22 4 6
                                    

— O que ela queria? — perguntou Boris assim que saí da cabana onde ficava o anexo. Ele estava com os cabelos ensopados de suor, gotas escorrendo pelo rosto e se perdendo na camisa que grudava no corpo, ressaltando seus músculos.

— Nada — dei de ombros, tentando não me distrair com a camisa molhada dele — Só perguntou algo nada a ver sobre o Patrick.

Ele arqueou uma sobrancelha, me olhando curioso, mas não insistiu. Em vez disso, começou a girar a bola de vôlei nas mãos, com os dedos se movendo de forma ágil e distraída.

— Tô indo dar um mergulho, quer vir? — perguntou, com o olhar animado.

Balancei a cabeça, tentando sorrir enquanto lutava contra a cor que subia nas minhas bochechas. Não queria parecer ainda mais vermelha na frente dele, especialmente com aquele sorriso de canto que sempre me deixava confusa.

— Ah, não sei... — respondi, forçando um tom casual, mas a ideia de estar na água com ele parecia tentadora e, ao mesmo tempo, assustadora.

Boris parecia captar minha hesitação. Ele inclinou a cabeça, um sorriso brincando nos lábios. — Vai ser divertido! É só um mergulho!

Depois de um momento, acabei concordando. A caminhada até o lago levou cerca de dez minutos, e cada passo era repleto de nervosismo.

Conversávamos sobre How I Met Your Mother, a nossa sitcom favorita em comum, discutindo os episódios e momentos.

— Eu ainda não consigo acreditar que você não gosta do Ted — ele riu, balançando a cabeça. — Ele é a alma da história.

— A alma? — retruquei, divertida. — Ele só é um cara indeciso!

Boris deu uma risadinha, seus olhos brilhando. — Ok, mas isso o torna divertido.

Conforme caminhávamos, a trilha estava cercada por árvores altas, e o som dos pássaros preenchia o ar, criando uma atmosfera tranquila. O sol filtrava-se entre as folhas, e eu sentia que, naquele momento, tudo estava em perfeita harmonia — a natureza, a nossa conversa e a presença dele.

— O que você faria se fosse o Ted? — ele perguntou, desviando para uma pergunta mais profunda.

Eu ri, balançando a cabeça. — Eu provavelmente faria tudo errado, igual ele.

Boris assentiu, rindo, mas fingindo estar pensativo. — Provavelmente.

Logo, avistamos o lago. A água brilhava sob a luz do sol, uma visão tão convidativa que quase fazia o restante do mundo desaparecer. Ao nos aproximarmos da margem, senti a brisa fresca, trazendo o cheiro característico de água e vegetação.

Boris sorriu, jogando a bola de vôlei para o lado.

Me sentei na borda, tirando as sandálias e observando a superfície do lago, as pequenas ondas que se formavam com a brisa. — É lindo — murmurei, um sorriso surgindo nos meus lábios.

Boris se virou de costas, começando a tirar o shorts, e um frio na barriga tomou conta de mim. Ele era tão despreocupado, tão natural. Instintivamente, me virei, pegando a barra do meu uniforme.

Enquanto desabotoava a parte de cima, a luz do sol acariciava minha pele. Em um gesto rápido, tirei o restante do uniforme, ficando apenas de sutiã e calcinha. A brisa fresca era revigorante e libertadora.

Boris me olhava com uma mistura de surpresa e admiração, seu olhar queimando minha pele. Meu coração disparou, e um calor subiu pelo meu corpo. O lago diante de nós parecia um convite irresistível.

— Você é linda — ele disse, com a voz baixa.

Um sorriso tímido surgiu nos meus lábios, enquanto o olhar dele fixava nos meus olhos. A conexão entre nós estava palpável, quase elétrica.

𝐜𝐡𝐚𝐫𝐦! boris pavlikovskyOnde histórias criam vida. Descubra agora