Capítulo 4

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Perspectiva de Mon

Apertei Chai com força enquanto ele continuava a gritar para Sam. Sim, Sam estava ali à minha frente, seus olhos alternando entre Chai e eu. Era como se o tempo tivesse voltado atrás.

— Ninguém toca nela! — ele berrava, a voz cheia de determinação.

— Chai, por favor, está tudo bem, filho — tentei acalmá-lo, apertando-o com força para que ele não agredisse Sam.

— Mon, você tem um filho — Sam disse, a incredulidade em sua voz.

Procurei Jim com o olhar, buscando respostas sobre como agir. O acidente de Sam aconteceu poucas horas depois de eu ter feito a inseminação artificial; Chai era o presente que eu planejava dar a ela quando voltasse de sua viagem de negócios. Minhas mãos tremiam enquanto segurava meu filho, e meus olhos não se desviavam de Sam. Senti a mão de Liz em minhas costas.

— Mon, quer que eu o leve? — perguntou ela, a preocupação evidente em sua voz.

Abanei a cabeça, incapaz de soltar Chai naquele momento. Liz permaneceu atrás de mim, oferecendo apoio silencioso.

— Chai, é a Sam — disse, a voz tremendo.

— Não! — ele gritou, a frustração tomando conta dele. — Ela morreu!

Virei Chai para mim, meu coração batendo descompassado. A confusão era enorme para mim, e se era assim para mim, era mil vezes pior para Chai.

— Não, Chai — disse, as lágrimas escorrendo. — Ela está aqui. Não vê?

— Você mentiu, mãe? — ele perguntou, confuso. — Sabe que não gosto de mentiras. Mentiras não fazem sentido.

— Não menti, filho — respondi rapidamente, tentando transmitir sinceridade.

Olhei para Sam e, com a mão trêmula, toquei seu rosto, incrédula por ela estar ali.

— Mon, amor, isso está sendo muito confuso para ele — disse Liz, preocupada. — Não pressione.

Eu mal conseguia ouvir Liz. Com um braço segurava Chai, enquanto o outro tocava o rosto de Sam, meus olhos fixos nos dela.

— Como é possível? — murmurei.

— Mon, podemos falar sozinhas? — perguntou Sam, a voz suave.

— Ela está morta! — gritou Chai, debatendo-se contra o meu braço, o desespero em sua voz.

Soltei o rosto de Sam e agarrei Chai com as duas mãos, tentando confortá-lo.

— Não, filho. Não está. — disse firme, mas meu coração também estava em pedaços.

— Uma pessoa não pode estar e depois não estar. É impossível, mãe — ele disse, nervoso, a voz tremendo de emoção.

— Ela não esteve, filho — respondi, nervosa, lutando para encontrar as palavras certas.

Perspectiva de Sam

Pensei em meu retorno por anos, imaginando todas as possibilidades. Pensei em Mon desmaiando diante de mim, em ela gritando comigo, em ela se jogando nos meus braços e me beijando. Mas a cena que se desenrolava na minha frente, com ela discutindo com um garoto que claramente queria me atacar, nunca passou pela minha cabeça. Ele a chama de "mãe", e isso me deixa confusa. Observo o garoto; ele parece crescido, mas se comporta como uma criança mimada. Mon é mãe? Será que elas adotaram esse menino juntas? Que confusão. Eu só quero estar a sós com Mon, preciso contar tantas coisas a ela. Preciso que ela saiba que estou aqui, que é minha.

Mon & Sam - Viúva Por EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora