Capítulo 39

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Perspectiva de Sam

Alguns dias se passaram desde o aniversário da Tee. Todas as manhãs, passo na casa dos pais da Mon para buscar o Chai e o deixo lá no final do dia. Às vezes, peço à Mon para deixá-lo comigo um pouco mais depois da escola, mas nunca pode ser por muito tempo, pois qualquer mudança na rotina o deixa estressado. Hoje é fim de semana, e combinei com ele para passarmos o dia juntos, só nós dois, como mãe e filho. Mon aceitou e disse que ele ficou muito animado, cheio de ideias sobre o que poderíamos fazer juntos.

Ao tocar a campainha da casa dos pais de Mon, é a senhora Pohn quem abre a porta.

— Bom dia, senhora Pohn. — digo, educadamente.

Ela me encara por um instante e, sem dizer uma palavra, fecha a porta na minha cara. É evidente que nunca vai me perdoar. Fico parada, olhando para a porta fechada por alguns segundos, até ouvir Mon resmungando algo para a mãe lá dentro. Logo, ela abre a porta para mim.

— Bom dia, Khun Sam. Desculpa, ela deve ter acordado com o pé esquerdo hoje. — diz Mon, esboçando um sorriso leve.

— Olá, Mon. — respondo, tentando sorrir de volta. — Chai já está pronto?

— Quase. — Ela olha para dentro, como se tentasse ver se ele já tinha saído do quarto. — Quer entrar e esperar?

— Essa mulher não entra aqui em casa! — ouço a senhora Pohn gritar lá da cozinha.

— Estou bem aqui, Mon. — digo, abaixando a cabeça.

Mas Mon me puxa gentilmente pelo braço, insistindo para que eu entre, e fecha a porta atrás de mim.

— Mon, não quero causar problemas. — digo, timidamente.

Antes que Mon possa responder, a senhora Pohn aparece na cozinha, com as mãos na cintura, claramente irritada.

— Ela é a mãe do meu filho. — Mon diz, firme, com um olhar sério. — Não vai esperar na rua.

Senhora Pohn apenas revira os olhos e volta para a cozinha, resmungando algo que não consigo entender.

— Quer beber alguma coisa? — Mon pergunta, com um tom mais suave.

— Não, estou bem. — respondo, sem querer prolongar a situação.

Logo, Chai aparece na sala, com um brilho nos olhos.

— Mãe, pensei que hoje podíamos ir à biblioteca municipal... — Ele começa a falar, animado.

— Chai! — Mon o interrompe, reprovando-o com o olhar.

Ele suspira, um pouco frustrado, mas logo se corrige.

— Bom dia, mãe. — Ele reformula, me olhando com um sorriso travesso.

— Bom dia, filho. — respondo, sorrindo de volta.

Ele rapidamente retoma o entusiasmo de antes.

— Como eu estava dizendo, antes de ser interrompido... a gente podia ir à biblioteca municipal, ou então ao shopping. Tem uma papelaria nova lá com várias pastas para organizar documentos! Ou também podíamos ficar em casa vendo documentários. — Ele tira o celular do bolso e me mostra a tela. — Baixei vários, olha só... eu deixo você escolher, mãe! Hoje eu sou flexível, você pode escolher!

Vejo o quanto ele está animado e isso aquece meu coração.

— Que tal fazermos uma coisa que eu queira e outra que você queira? — proponho. — Escolha uma dessas coisas que você mais quer fazer.

Ele pensa por um momento, e noto Mon nos observando, com um sorriso adorável que derrete meu coração.

— A gente podia ver documentário. — Ele responde, como se não fosse sempre essa a escolha dele.

Mon & Sam - Viúva Por EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora