Capítulo 43

312 47 15
                                    

Perspectiva de Sam

Nosso beijo é delicado, e sinto que nele estou tentando lhe mostrar tudo o que carrego no peito. Sua boca é tão deliciosa quanto sempre foi; seus lábios são macios, e me perco ali por um instante. Aos poucos, me afasto, e nossos olhos se encontram num olhar carregado de um amor profundo, que não conseguimos esconder.

— Dorme comigo hoje, Mon — peço em um sussurro.

— Khun Sam... não podemos. Isso seria confuso. — Ela diz, segurando meu rosto com um carinho que me desarma.

— O que é confuso? Que nos amamos? — pergunto com ternura, querendo que ela compreenda a sinceridade em cada palavra.

— Somos divorciadas — ela responde suavemente, quase num sussurro também. — Isso seria confuso para o Chai.

Puxo seu queixo delicadamente para perto e a beijo novamente. O sabor dos lábios dela me enlouquece, e sinto que poderia viver naquele momento para sempre. Quando nos afastamos, estou sorrindo.

— Conduz, vamos buscar o Chai — peço, ainda sorrindo, tentando não perder o calor do momento.

— Para quê? — ela pergunta, com uma expressão confusa.

— Vamos jantar os três juntos — respondo, mantendo o sorriso. — Se não posso dormir contigo, ao menos permita que eu esteja com vocês. Vocês dois são a minha felicidade, Mon.

— Khun Sam, o que mudou? — ela pergunta, nossos rostos ainda próximos, o olhar dela preso ao meu, quase como se tentasse entender o que se passa dentro de mim.

— Eu mudei, Mon. — Suspiro e me aproximo um pouco mais, a voz baixa, mas carregada de sinceridade. — Não quero que você se entregue a mim só porque estou pedindo. Eu vou te provar que sou digna de você e do Chai.

— Eu sei que você é, Khun Sam. Mas já te perdi duas vezes, e não quero passar por isso novamente — ela confessa, a voz trêmula de medo.

— Me dá tempo para provar que mudei, Mon. — Peço suavemente, tentando não demonstrar minha própria ansiedade. — Vamos buscar nosso menino.

Ela se afasta de mim devagar e olha para o relógio, preocupada.

— Ele vai querer ler daqui a uma hora, Khun Sam — ela diz, quase como uma desculpa.

— Por mim, ele pode até jogar dominó, desde que esteja perto de mim — brinco, sorrindo ao ver o semblante dela se suavizar um pouco.

Ela sorri de volta, ajeitando-se no banco do motorista, e acelera em direção à casa dos pais dela. Alguns minutos depois, volta trazendo Chai consigo. Não consigo conter o riso ao vê-lo carregando uma pilha enorme de livros nos braços, lutando para equilibrar todos.

— Tive que trazer seis livros! Não me deram tempo de escolher qual vou querer ler — ele refila assim que entra no carro, já se acomodando com os livros ao lado.

— Olá de novo, filho — cumprimento-o, ainda sorrindo.

— Vocês vão me ajudar a carregar esses livros para onde quer que a gente vá. E, olha, não quero ir para a praia de novo, tá frio. Nem para nenhum lugar cheio de gente, e tem que ser silencioso, senão não consigo ler — ele diz, soltando uma série de exigências.

— Filho, fique quieto, sim? — Mon pede com um sorriso exasperado. — Põe o cinto para eu poder sair com o carro.

— Como se eu algum dia andasse com você ao volante sem cinto — ele rebate, teimoso como sempre.

Mon suspira, exasperada, mas logo vira para mim.

— Para onde devo dirigir, Khun Sam? — ela pergunta, com um leve sorriso no rosto.

Mon & Sam - Viúva Por EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora