Capítulo 27

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Perspectiva de Mon

Ver Sam sair dói fundo. Ela sabe que eu não aguento vê-la ir embora. Eu já passei oito anos sem ela; ela sabe do meu medo de que, dessa vez, talvez ela não volte para mim nunca mais. Me enrolo na cama do hospital, perdida em pensamentos, e pego meu celular.

"Você pode vir me buscar no hospital, Yuki? Preciso de carona para casa."

Em pouco mais de uma hora, Yuki aparece para me buscar. A viagem de volta é silenciosa; ela tenta me fazer perguntas, mas eu mal tenho forças para responder. Assim que chego, subo direto para o meu quarto, visto uma roupa confortável e me deito na cama. Yuki me segue, cheia de preocupação.

— Mon, você precisa falar comigo. Me diz o que aconteceu. O que estava fazendo no hospital? — ela pergunta, sentando-se ao meu lado.

— Fica aqui comigo, Yuki. Não me deixa sozinha — peço, a voz embargada.

— Claro que não vou deixar você sozinha — diz ela, acariciando meus cabelos.

— Deita aqui comigo e me abraça — peço, deixando as lágrimas rolarem.

Yuki se ajeita ao meu lado na cama e me envolve em um abraço caloroso. Ficamos assim por um tempo, e ela para de fazer perguntas, respeitando o meu silêncio. De repente, a campainha começa a tocar. Yuki se mexe para sair da cama, mas eu a seguro.

— Deixa tocar — murmuro. — É a Liz, e eu não quero falar com ela agora.

— Mon, me conta o que está acontecendo. Eu fiquei preocupada com você, fui te buscar no hospital. Você precisa me explicar — ela diz com carinho.

— Estou grávida, Yuki — solto, quase em um sussurro.

Ouço o suspiro dela.

— Da Liz? — ela pergunta, a voz cautelosa.

— Claro que não! — respondo, irritada. — É da Khun Sam!

— Desculpa, Mon. Ela acabou de voltar, eu não achei que vocês fossem querer ter outro filho tão rápido — diz Yuki, surpresa.

— Eu fiz inseminação de novo, dela, antes de saber que ela estava viva. Fiz antes dela voltar para mim — explico, sentando-me na cama, tentando encontrar consolo.

— Ah, Mon, você é louca — ela responde, sorrindo. — Você ia ter outro filho dela, achando que ela tinha morrido?

— Eu criei o Chai, criaria outro — digo, limpando minhas lágrimas.

Yuki sorri com ternura e toca de leve a minha barriga.

— Mas você foi para o hospital porque aconteceu algo com o bebê? — ela pergunta.

Olho para minha barriga e dou um sorriso leve.

— Meu bebê está bem — respondo. — Foi só um susto.

— Então, por que todo esse choro? Onde está Khun Sam? Ela devia estar aqui com você. Ou ela ainda não sabe do bebê? — Yuki pergunta, confusa.

— Ela sabe — digo, deitando-me novamente e suspirando. — Mas ela acha que não é dela. Acha que... não sei. Ela é uma idiota! Dá vontade de bater nela. Como se eu fosse ter um filho que não fosse dela. Aquela idiota, egocêntrica, convencida... e linda.

— Ai, Mon, você não se ajuda, amiga — Yuki diz, rindo de mim e me dando um beijo carinhoso na bochecha.

Perspectiva de Jim

Estava em casa, aproveitando o sol à beira da piscina, relaxando com pepinos nos olhos, quando meu celular começa a apitar. Suspiro, irritada; não era o momento para me interromperem. Tiro os pepinos dos olhos e estico a mão para pegar o celular.

Mon & Sam - Viúva Por EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora