Capítulo 7

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Perspectiva de Sam

Fixei os olhos naquela fotografia por um tempo que pareceu eterno. Ali estava Mon, feliz nos braços daquela mulher, enquanto Chai sorria ao lado deles. Esse sorriso... era a primeira vez que eu via o sorriso do meu filho, mesmo que fosse através de uma imagem. Mon ainda estava sentada no sofá, seu rosto baixo, segurando as lágrimas que se acumulavam em seus olhos. Aquela casa estava exatamente como a havia deixado. A Diversity continuava prosperando; ela dirigia meu carro todos os dias; havia fotos minhas espalhadas por todo lugar, e Chai parecia conhecer cada detalhe sobre mim. Mon honrou nosso casamento, de uma forma que eu nunca teria imaginado.

Com delicadeza, peguei a foto dela com Chai e Liz e a aproximei de mim. O sorriso no rosto de Mon era genuíno, cheio de vida. Eu conhecia bem esse sorriso — era o sorriso de alguém apaixonada. No instante seguinte, ela se aproximou rapidamente, tirando a foto da minha mão.

— Khun Sam, por favor, não faça isso conosco. — Sua voz estava tensa, ao mesmo tempo que guardava a moldura de volta.

Olhei fundo em seus olhos, tentando compreender. Eu havia voltado, atravessado um mundo de solidão, apenas para estar com ela novamente. Eu precisava saber, precisava sentir que ela ainda era minha.

— Mon, eu te amo. — Disse, quase como um sussurro.

— Eu também, Khun Sam. Você foi o amor da minha vida.

— Fui... — Fechei os olhos, sentindo o peso daquela palavra.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ouvimos a porta de casa se abrir, e Mon fez uma expressão estranha. Ela se levantou e foi até a porta do escritório, abrindo-a com cuidado.

— O que você faz aqui? — Ela perguntou, com uma surpresa contida.

— Chai me chamou. — Respondeu a voz daquela outra mulher.

Mon me olhou com um misto de culpa e confusão no rosto. Ela murmurou baixinho:

— Desculpa.

Saímos do escritório e lá estava Liz, sentada no sofá ao lado de Chai, com o braço ao redor dele.

— Liz, sabia que os pinguins-de-adélia entregam pedras uns aos outros como presentes pra dizer que querem namorar? — Chai contava com entusiasmo.

— São animais muito inteligentes. — Ela respondeu, sorrindo para ele.

— Não! São só pedras! Péssimo presente! Se um dia você der uma pedra pra minha mãe, ela com certeza te acerta na cabeça com ela. — Ele disse, indignado.

Mon se aproximou deles pelas costas do sofá.

— Liz, eu disse que te ligava. — Falou Mon, mantendo um tom firme.

— Desculpa, ele insistiu. — Ela respondeu, um pouco constrangida.

— Sim, mas eu te disse que ligaria por uma razão, não acha? — Mon insistiu, deixando claro o desconforto.

Liz se levantou e deu a volta no sofá, encontrando meu olhar. Ela caminhou até mim, estendendo a mão em um cumprimento formal.

— Não fomos apresentadas. — Disse, com a mão estendida. — Sou a Liz.

Observei-a dos pés à cabeça, tentando controlar a turbulência que explodia dentro de mim. Respirei fundo, fechando os olhos por um segundo, e quando os abri, virei meu rosto para Mon.

— Mon, vou indo. — Falei, tentando não deixar transparecer a dor.

Ela logo se aproximou, a preocupação estampada em seu rosto.

Mon & Sam - Viúva Por EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora