Capítulo 8

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Perspectiva de Sam

Chamei um táxi e fui direto para a casa da Jim. O caminho inteiro, não consegui segurar as lágrimas, o que, para mim, era humilhante; eu nunca choro na frente de ninguém. Quando finalmente cheguei à casa dela, meus olhos estavam vermelhos, o rosto molhado, e bati à porta ainda chorando. Jim atendeu, me olhando com aquele olhar de pena que só me deixava mais vulnerável.

— Ah, Sam... — ela disse, com compaixão na voz. — Vem aqui.

Jim tentou se aproximar e me envolver num abraço, mas eu não suportava ser agarrada.

— Me solta — resmunguei, me desvencilhando dos braços dela e entrando.

Assim que entrei totalmente na casa, avistei Tee e Kate no sofá, que imediatamente vieram até mim, e antes que eu pudesse reagir, ambas me envolveram num abraço apertado.

— Sam! — Elas chamaram meu nome, com lágrimas escorrendo.

— Me soltem — pedi novamente, tentando me afastar.

Mas já não conseguia mais empurrar ninguém; as três se juntaram ao meu redor, me envolvendo num abraço apertado. Elas realmente acreditaram que eu estava morta. Por oito anos, eu deixei de existir aqui. Mas eu existia — em outro lugar, na outra ponta do mundo, com meu coração batendo o tempo todo por Mon.

Depois de chorarmos até o cansaço, elas me guiaram até a sala e me sentaram no sofá. Meu rosto ainda estava vermelho, e o peito soluçava, cada vez mais pesado.

— Eu tenho um filho — consegui dizer, e o choro voltou ainda mais forte.

— Tem, sim, Sam — disse Kate, passando a mão com carinho pela minha cabeça. — O Chai é lindo... tirando aquele temperamento horrível.

— Kate! — ralhou Tee, em tom de reprovação.

— Esse temperamento é igual ao meu — admiti, soluçando ainda mais alto.

— Sam, para de chorar, eu nunca te vi assim — Jim disse, me apertando com cuidado.

— Eu amo a Mon, Jim. Eu a amo. Eu quero ela de volta — confessei, o choro abafando a voz.

— Eu sei, Sam. E Mon também sabe disso — disse Jim, com firmeza e afeto.

De repente, a campainha da casa de Jim começou a tocar sem parar, de forma quase desesperada.

— Porra! — Jim se levantou, irritada. — Calma, já vou!

Ela se aproximou da porta e a abriu, irritada com a insistência. Assim que a porta foi aberta, uma voz intensa e desesperada veio do lado de fora.

— Onde ela está? Ela está aqui, não está? — era Mon.

Mon não hesitou. Ela afastou Jim com uma urgência quase brutal, invadindo a sala e olhando ao redor até que seus olhos pousaram em mim. Quando nos vimos, senti uma onda de emoções. Levantei-me e comecei a andar até ela, mas Mon não perdeu tempo: ela correu em minha direção, jogando-se nos meus braços, suas pernas se enrolando na minha cintura, e seus braços no meu pescoço. O choro dela era alto e incontrolável, e o som dos soluços dela ecoava na sala.

— Estou aqui, Mon — disse eu, ainda chorando.

— Pois estás — respondeu ela.

Ela não me soltava. Suas pernas enlaçadas ao redor da minha cintura, os braços apertados ao meu redor, e o rosto dela afundado contra meu corpo, como se quisesse se fundir a mim. Eu retribuía com a mesma força, meus braços envolvendo sua cintura, querendo segurá-la para sempre. Não sei quanto tempo ficamos ali, agarradas uma à outra, mas, depois de um longo tempo, senti suas pernas escorregarem e se apoiarem no chão. Ainda assim, seus braços não soltaram meu pescoço.

Mon & Sam - Viúva Por EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora