Capítulo 41

282 49 8
                                    

Perspectiva de Sam

Mon nos leva para casa em Duanpen. E, sim, Mon realmente é um perigo ao volante. No momento, ela dirige distraída, procurando os óculos de sol que estão sobre a própria cabeça. Mexe em todos os compartimentos do carro, tirando os olhos da estrada repetidas vezes. Dou um toque leve no volante, tentando mantê-lo na direção certa.

— Mon, eles estão na sua cabeça — aviso.

— Ai, que cabeça a minha — ela murmura, finalmente os puxando para baixo.

Ela sorri e olha para o caminho à frente, mas logo se distrai de novo.

— Adoro este caminho. Dá pra dirigir olhando a praia — comenta, lançando o olhar para o lado.

— Mon, você deveria focar na estrada, não na praia — respiro fundo, observando o quanto ela é distraída ao volante.

Chai, no banco de trás, está agarrado ao cinto de segurança como se sua vida dependesse disso. Gostaria que Mon aceitasse minha sugestão de ter um motorista. Poupava Chai desse sufoco e, claro, me tranquilizava. Quando finalmente estacionamos, percebo que estamos em frente à casa dos pais dela.

— Mon, não quero entrar. Seus pais não me querem aqui — murmuro, incerta.

— Vamos só cuidar do seu pé. Depois te levo de volta ao palácio — diz, saindo do carro e abrindo a porta para mim.

Ela me estende a mão, e eu seguro. O simples gesto de Mon faz meu coração bater mais forte; é como se cada toque, cada sorriso, cada olhar me deixasse mais presa a ela.

— E ninguém me ajuda a sair do carro! — Chai resmunga.

— Seus pés funcionam muito bem, mocinho — Mon rebate, sem perder a paciência.

Aceito a ajuda dela para sair, e caminhamos juntas até a casa. Assim que entramos, vejo o senhor Aon e a senhora Pohn na sala, e eles logo me olham com estranhamento.

— Boa tarde — digo, tentando ser cordial.

— Estava sendo — murmura a senhora Pohn, virando o rosto com desdém.

— Chai, vá tomar um banho — Mon pede ao filho e, em seguida, me puxa gentilmente. — Vamos, Khun Sam.

Ainda hesito, mas a deixo me conduzir até o quarto, onde posso cuidar do ferimento. Assim que caminhamos, a senhora Pohn se levanta, indignada.

— Posso saber o que ela faz aqui? — pergunta, irritada.

— Khun Sam se machucou, mãe. Vou cuidar dela e depois a levo para o palácio — Mon responde firmemente.

— Mon, acho melhor eu ir embora — sussurro, desconfortável.

— Mãe, ela é a mãe do Chai e da Joy. Por favor, respeite-a — Mon responde com firmeza.

A senhora Pohn se senta, contrariada, enquanto Mon me leva ao quarto. Ela me faz sentar na cama e logo vai até o banheiro, onde Chai está tomando banho.

— Vou pegar o kit de primeiros socorros — avisa.

Assim que abre a porta do banheiro, Chai reclama:

— Mãe! Estou nu! Sai daqui!

— Eu limpei essa bunda por anos! — Mon responde, impaciente. — Vim só buscar uma coisa.

Ela sai do banheiro com o kit e se ajoelha à minha frente, colocando meu pé em seu colo com todo o cuidado.

— Vamos ver como esse pé está — murmura, concentrada.

Mon & Sam - Viúva Por EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora