31 de Outubro de 1816
A dor em sua mão era insuportável, sua força contra o objeto fez com que seu membro fosse perfurado, mas Penelope preferia a dor do que soltar a faca, sua respiração estava descontrolada, seu vestido pessava a cada passo que a garota dava no grande corredor por conta do sangue que havia da barra do mesmo, assim como em seu cabelo desgrenhado, e em seu rosto, o cheiro era horrível, mas ela tinha conseguido, ela matou os três, ela vingou a morte de seu pai, e o que tornava tudo mais extravagante era o fato dela ter conseguido tudo na mesma noite, não tinha mais o que temer, bom, foi o que a menina pensava.
Aparentemente, havia quatro deles, e ele a estava observando, no final da escada, Penelope ficou paralisada ao encarar seus olhos, pois eram a única coisa a mostra, ele era mais alto do que os outros três, e mais forte também, ele não estava na sala, por que? O que o torna tão superior a ponto de não ter participado do assassinato? Ele era o líder? Penelope não sabia, mas estava disposta a matá-lo mesmo assim, talvez não naquela noite, já que estava em desvantagem, ele provavelmente quebraria seu pescoço no mesmo instante em que ela tentasse fazer alguma coisa, ela não era burra, e muito menos fraca, poderia não ser essa noite, mas com certeza ela vingaria seu pai, ela mataria ele, com suas próprias mãos, mas isso requererá tempo, estratégias.
Ele deu um passo ao degrau da escada que o levaria pra cima onde ela estava no topo o analisando, a garota copiou seu movimento de forma contrária, dando um passo para trás, outro degrau foi subido e um back foi ouvido, sua faca havia caído, o sangue em sua mão escorria como um córrego, os olhos dele nunca deixaram os dela, outro passo foi ouvido, e então, como se a chave de uma porta estivesse sendo rodada e em seguida aberta, Penelope correu.
Ela precisa se esconder.
Ela odiava corredores, porque eles tinham que ser tão longos?
Ela precisa se esconder.
De repente seu cérebro deu um clik.
A biblioteca.
O esconderijo.
Suas pernas correram o mais rápido possível, ela tentou não olhar pra trás, mas falhou miseravelmente, ele não corria, ele andava em passos longos, mas não corria, ela virou a direita, e empurrou a porta pessada da biblioteca, e em seguida a trancou, não era como se fosse adiantar muita coisa, Penelope começou a contar as estantes de livros.
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Ao lado da quinta estante de livros em frente a parede, havia o lugar preferido de Penelope, seu refúgio, era para lá que Penelope ia toda vez que queria ler, ou quando seus pais começavam uma nova discussão, era para lá que ela ia para se esconder das suas irmãs cruéis, era uma portinha muito bem disfarçada, não havia nem mesmo linhas, ou buracos, ninguém nunca perceberia, ninguém nunca percebeu, apenas a garota dos cabelos ruivos.
Sem mais delongas, a garota abriu seu esconderijo com todo o silêncio possível, e se enfiou lá dentro, estava sujo, com teias de arranhas, existiam algumas coisas de quando ela ainda era criança, estava mais apertado, fazia muito tempo desde a última vez que ela esteve no quartinho da fantasia, muito tempo.

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Darkness
Hayran Kurgu- Eu odeio você. - Eu amo você. Depois de ser alvo de zombaria por quem pensava ser seus amigos, Penelope se encontrava cada vez mais distante de tudo e de todos ao seu aredor, e naquela noite a garota não estava muito diferente, era o seu segundo a...