Capítulo 2

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Penelope olhou ao seu redor, haviam milhares de pessoas que elas se sequer conhecia, que sequer conheciam seu pai, todos que estavam aqui, diante do caixão que acabará de ser fechado não passaram de farsantes, ninguém gostava de sua família, isso era um fato, todos os lamentos e sorrisos eram falsos, porém os olhares de horror e desdém lançados a jovem com certeza eram verdadeiros.

Uma única lágrima foi derramada diante de sua bochecha esquerda, aquilo era o suficiente para ir embora, o enterro ainda não tinha acabado, mas para Penelope pouco importava, a garota apenas virou as costas e andou em direção a mata que cercava o cemitério, apesar dos chamados de sua mãe a menina continuou, não era como se aquilo fosse um escândalo maior do que ela ter matado três homens a sangue frio e alegar não ter se arrependido, ela realmente não se arrependia.

Agora, ela se encontrava silêncio em meio a tantas árvores, provavelmente uma de suas irmãs a viria chamar quando aquela coisa deplorável acabasse, o que a ruiva estava rezando para que acontecesse rápido, seus pés já estavam cansados e seu vestido pessava quase uma tonelada, sem contar que sua cabeça estava prestes a explodir de tanta dor.

Seus passos param repentinamente quando a menina ouviu um barulho atrás de si, virando bruscamente para trás ela se deparou com o nada, apenas árvores e mais árvores, outro barulho foi ouvido, agora de seu lado esquerdo, Penelope virou sua cabeça, nada, mas ela podia se sentir observada.

Ele com certeza estava aqui!

E ela estava desarmada!

Maldita hora que não pegou uma faca colecionada no escritório de seu pai! A ruiva tirou seus sapatos preparando-se para correr, porque era o que parecia que precisava fazer, e foi o que a garota fez assim que sentiu uma respiração pessada em sua nuca a fazendo se arrepiar.

Ela correu com todo o seu fôlego, parando apenas quando deu de frente com algo duro e alto a fazendo cair de costas contra o chão, seus cotovelos começaram a arder por conta dos ralados que tinham se formado, ela rapidamente olhou para cima, encontrando o motivo de sua queda.

Luvas prestas, roupas prestas e uma máscara preta que só deixava os olhos azuis a amostra, o desgraçado gostava de persegui-la pelo jeito, e ela odiava admitir, mas além do ódio e sede de vingança que ela sentia, havia um pitada de diversão nisso, ela gostava, mas odiava, odiava encontrar diversão em ser perseguida pelo assassino de seu pai.

Ele a encarou, ela também tinha percebido que o assassino gostava disso, dois passos a frente foram dado pelo homem, Penelope saiu de seu pequeno transe e se levantou cambaleando virando de costas para o homem e correndo mais uma vez.

Ela era a caça.

Ele o caçador.

A garota rapidamente se sentou em sua cama com os olhos arregalados, seu peito arfava procurando por ar, gotículas de suor escorriam por seu rosto. Ela sonhava repetidamente com a memória daquele maldito dia.

Seus olhos ardiam por conta da claridade que adentrava seu quarto, ela tinha esquecido de fechar a droga das cortinas, já sem sonho, Penelope se moveu para fora da cama e foi para perto da janela, olhando para fora, ela percebeu que seu lacaio a espera, a menina o tinha dado uma ordem de que ele a espesse logo que os primeiros raios de sol aparecem, e foi o que o homem fez.

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