Capítulo 14

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Rodolffo acordou com uma ressaca inexplicável. Não foi pela bebida e sim pelo encontro. Ele não estava preparado.

De dez pensamentos que teve naquela manhã, onze foram ou giraram em torno de Juliette. Ele estava perturbado.

- Toby eu vou resolver isso.

Foi ao banheiro e fez seu ritual de higiene matinal, arrumou-se sem cerimônia como todos os dias, calça, camisa de botão e bota, além do chapéu que sempre usava.

Saiu de casa cantando pneu e na sua mente não havia outro pensamento: precisava falar com Juliette.

O rádio adorava brincar com seu humor e o radialista também:

- Para os que tem um amor que deixou a marca evidente, ouçam essa linda canção de Israel e Rodolffo.

Ele não ouviu nenhuma parte da música e desligou o aparelho.

...

Enquanto isso na casa dos pais de Juliette, ela e a mãe aprontavam o lanche matinal.

- Assim vou ficar gorda mamãe.

- Eu quero que fique feliz filha.

- Não estou triste.

- Não minta para mim.

- Por que ele não pode me perdoar? Eu sei que foi terrível, mas essa história não nos faz bem.

- Filha você poderia ter dito a verdade a ele...

- Eu disse mãe, mas Rodolffo é teimoso. Ele achava que eu ia mudar de ideia, mas só aquele bebê poderia ter feito isso e não aconteceu...

- Juliette não fale tanto disso.

- Não tenho medo mais mamãe. Isso é coisa do passado. Por mim diria a todos que não sou terra seca.

- Não ouça sua cunhada. Isso é uma estupidez dela. Filha... Como foram esses anos. Você teve muitos amores?

- Nenhum amor. Tive pessoas que eu gostei por um tempo, mas não pense que fui para a cama com todos eles. Muitos não passaram de jantares, outros não foram além de beijos. Nunca fui uma mulher que foi para a cama no primeiro encontro, acho que esse é meu único ponto careta.

- Eu entendo.

- Eu sei que esse não era o seu desejo mamãe. Queria que eu tive ficado aqui e casado com o Rodolffo.

- Mas as coisas foram como tinham que ser. O importante é que você voltou.

- Eu quero comprar uma propriedade. Já conversei com o pai, talvez a gente se mude em breve. Vou investir num lugar produtivo para toda a nossa família.

- E não pensa em voltar a trabalhar?

- Não mamãe. Quero viver meus últimos dias num lugar de paz.

- Não fale isso Juliette. Deus é maior minha filha.

- A vida é tão surpreendente mamãe.

Juliette mal fechou a boca e Jerônimo entrou na sala quase correndo.

- Ele está aqui fora filha.

- Ele?

- O Rodolffo.

Juliette levantou da mesa e foi para a área externa da casa quase correndo. Seu ex amigo estava encostado no carro e a olhava fixamente.

- Bom dia. Não esperava que vinhesse.

- Tem dez minutos? Precisamos conversar.

- Tenho.

- Entra aqui. - ele abriu a porta do carro e a passos lentos Juliette entrou no veículo.

- Não vamos longe, só não quero que ninguém nos ouça, principalmente o seu pai.

- Fico feliz que agora me conheça.

- Hoje vamos rasgar a página do nosso passado para sempre.

Ele saiu com certa velocidade e não demorou a parar. Desceu e depois abriu a porta para Juliette descer.

- Comece você a falar... - Juliette disse enquanto ele tirava o chapéu da cabeça.

...

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