Juliette tinha acabado de finalizar o almoço, quando Toby se esfregou nas suas pernas.
- Está com fome Tobynho? - ela disse se baixando um pouco para fazer um carinho no pelo do amigo.
Foi quando ela sentiu uma pontada no baixo ventre. Juliette fez uma careta e Toby ficou de alerta, dando um latido.
- Está tudo bem Toby... Tudo bem garoto.
Não estava tudo bem e Juliette logo levou a mão até o meio das pernas, constatando que estava sangrando. Seus olhos encheram de lágrimas e ela sentou lentamente no chão.
Toby deu vários latidos e grunidos, ele estava impaciente.
- Toby... Calma amigo. Vai passar.
Juliette ficou quieta, mas começou a sentir cólicas, dores que ela já havia sentido em outro momento da vida.
- Não me deixa... Não agora... Eu te quero e te amo tanto filho. Não faz isso comigo não. Eu preciso tanto de você.
Ela perdeu a consciência logo depois de dizer essas palavras e Rodolffo a encontrou desmaiada com Toby ao seu lado.
- Meu Deus do céu...
A atitude de colocá-la nos braços e levá-la ao hospital mais próximo, foi instantânea, mas por estar sozinho, ele teve dificuldades, mas superou e prestou socorro a sua companheira e mãe do seu bebê.
...
Foi aos prantos que ele deu entrada no hospital da cidade com Juliette nos braços. A equipe de enfermagem o ajudou e ela foi levada para uma análise.
- Temos que transferir ela para a capital imediatamente. - o médico de plantão avisou e Rodolffo ouviu ainda do corredor.
Ele estava sujo, cansado e sem uma refeição descente no dia inteiro, mas não hesitou um minuto de ficar próximo de Juliette, mesmo com a equipe de enfermagem tentando mudar sua atitude.
- O senhor está todo sujo.
- Eu estava trabalhando, mas não vou deixar de estar perto da minha mulher e do meu bebê por causa disso. É a minha família.
E assim, Juliette foi transferida inconsciente até um hospital que pudesse lhe dá amparo suficiente.
...
Chegando no hospital, ela foi atendida e internada. Rodolffo telefonou a família e Gisele prometeu lhe trazer roupas limpas.
- Mas a Ju está bem?
- Desacordada. Os médicos tiveram medo pelo histórico dela e ainda por estar grávida. É complicado.
- Meu Deus. Fica bem irmão.
- Eu estou tentando.
...
A equipe médica pôs Rodolffo a par de tudo.
- O bebê e a mãe... Como estão doutor?
- Tudo sob controle. Ela teve uma queda brusca de pressão, mas o sangramento não é sempre um aborto, apesar de indicar geralmente um.
- Então...
- O bebê está ótimo. A paciente está adormecida, mas não por muito tempo. Ela não tem sinais de nenhuma gravidade. Acredito que os médicos ficaram em pânico sem necessidade, mas manteremos ela sob vigilância por ao menos dois dias, principalmente por causa da pressão.
- Mas qual a explicação para o sangramento?
- Há muitas mulheres que sangram durante a gravidez. Eu não vi deslocamento de placenta. Avaliei batimentos cardíacos e a bebê está ótima... - o médico deu um sorriso. - É o meu palpite... Acho que é uma menina.
Rodolffo baixou a cabeça e o médico lhe disse:
- Eu acredito que o medo faz muitas coisas e talvez a sua esposa tenha medo de perder a criança.
- Ela não é a minha esposa, mas isso tudo me mostra que eu tenho agido errado com a Juliette. Moramos juntos, mas não houve um pedido de casamento.
- Não deixe para amanhã o quê pode fazer hoje. Quer vê-la?
- Sim... Eu quero.
Os dois seguiram juntos para ver Juliette.
...
