Um mês depois...
Juliette era tratada diariamente como uma bebê. Rodolffo fazia questão de lhe fazer os gostos e ela se aproveitava bem disso. Sorridente e arteira, Juliette vivia a diverte-se com tantos cuidados.
- Já acordou? Ainda é tão cedo... - ela disse olhando ele abotoar a camisa e dá o último ajuste no cinto.
- Preciso sair e trabalhar mocinha. Comporte-se. Já fiz café e o almoço está parcialmente feito, falta apenas esquentar o feijão e fazer uma salada.
- Eu posso fazer isso.
- Senão for te esforçar muito faça... Do contrário fique em repouso. Amanhã é dia de vermos o nosso bebê. Já não marquei nada para amanhã por que viajamos cedo.
- Será que serei liberada do repouso?
- Sem ansiedade... Vai dá tudo certo.
Rodolffo deu um beijo na testa de Juliette e saiu do quarto. Todos os dias o ritual era igual. Juliette sempre o via sair, mas antes dava instruções a Toby para cuidar de sua humana.
- Ninguém pode entrar, ouviu Toby?
O cachorro deu um latido e Rodolffo logo depois acenou a Juliette. Em todas as saídas Juliette marejava os olhos, mesmo sabendo que ele não demorava tanto a voltar, o máximo seriam 4 horas.
Toby fazia a tarefa de proteger direitinho a sua nova dona e entrava em casa para ficar junto dela.
Juliette gargalhava com ele no seu pé a cada movimentação, mas o cachorro era super inteligente de verdade e igualmente obediente.
Para falar a verdade, Juliette nunca gostou de animais domésticos, mas Toby lhe divertia e lhe fazia companhia.
Seus pais sempre iam visitá-la, mas Jerônimo não falava dela voltar a morar com eles, no fundo Juliette entendia que ele não queria uma filha grávida e solteira em casa. Mas ela também não queria voltar.
...
Fazenda Esperança.
Esmeralda era a proprietária da fazenda já que seu marido havia falecido a dois anos atrás. Não era a primeira vez de Rodolffo ali, mas dessa vez o serviço era mais complexo e desafiador.
Uma égua estava em trabalho de parto, mas depois de duas horas de tentativas sem sucesso, Rodolffo fez uma sugestão.
- Teremos que fazer uma cirurgia. É tudo que há agora, no mais perderá os dois senhora.
Esmeralda era uma mulher muito analítica e não exitou em lhe deixar a vontade para fazer o seu trabalho.
- Quanto tempo demora?
- Não sei ao certo, mas espero que Deus me guie nesse momento.
Rodolffo tinha todos os preparadores e cerca de uma hora depois abriu a égua, mas infelizmente seu filhote já estava sem vida. Isso lhe deixou extremamente arrasado.
- Foi tarde demais...
- Acontece doutor...
- Eu sei que acontece, mas isso se deu pelas tentativas em vão. Realmente não deveria ser assim.
O seu ajudante só balançou a cabeça.
- A minha mulher está grávida e todo esse universo é um grande mistério. A perda dói muito.
Esmeralda tinha uma atração por Rodolffo, então ouvir o "minha mulher" lhe abalou negativamente. Ela voltou para dentro de casa e disse que ele fosse até o seu escritório quando terminasse.
Já passava das 13 horas quando tudo foi terminado e ele procurou a dona da casa em seu escritório.
- Me diga quanto tempo devo doutor?
Ele falou sem rodeios.
- Aumentou o valor dos seus serviços? - ela disse com um semblante sério.
- Não é o valor dos meus serviços e sim a quantidade de insumos que tenho que usar. Isso não é barato dona Esmeralda.
- Deve ser por que a sua mulher lhe exige dinheiro...
- Como? A minha mulher não me exige nada.
- Ela está grávida... Mulheres grávidas dão muita despesa. Por que fez isso? É um homem tão sábio.
- Isso não é da sua conta. Minha vida não está inclusa nos meus atendimentos. - ele respondeu seco. - E formar uma família não é falta de sabedoria, se a senhora não quis ter filhos, eu respeito, mas não se preocupe com as minhas escolhas.
Esmeralda realizou o pagamento e Rodolffo o colocou na sua maleta saindo dali imediatamente.
...
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