Capítulo 12

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Juliette estava saudosa da vida no campo e aproveitou o sol da manhã para fazer uma caminhada com a mãe e falaram sobre assuntos banais.

- Olha quem está muito bem filha... O cavalo que o Rodolffo cuidou. Ele é bem inteligente.

- Ele tem um consultório mãe?

- Que eu saiba não. Atende onde precisam dele.

- A senhora sabe onde ele mora?

- Por que quer saber Juliette?

- Eu preciso encontrar com ele. Isso é importante para mim.

- Eu não sei se é uma boa ideia. Ele veio aqui, mas senti que há muita mágoa.

- Claro que sim mãe. Ele não quer me ver nem pintada de ouro, segundo a última vez que encontrei com o seu Elias. Rodolffo me odeia e não sou inocente.

- Ódio é uma palavra muito forte.

- Mas não é muito forte para ele. Mesmo assim preciso encontrá-lo. Não agora ou amanhã, mas espero que haja uma boa oportunidade de rever alguém que eu fiz sofrer.

- Que Deus permita. Ao menos ele nunca foi violento.

- Ele não é... Mas se ele não quiser falar, com certeza me deixará falando sozinha.

...

No centro de Anápolis.

Jerônimo tinha ido a cidade comprar algumas coisas para os seus animais na venda do Nicolau que vendia de tudo um pouco para o mundo do agro local.

Foi naquela manhã que Rodolffo também entrou ali e disse um sonoro "Bom dia senhores". Os presentes lhes deram bom dia e lhe chamaram de doutor.

- O quê o doutor quer hoje? - Nicolau falou agradável.

- Não precisa me chamar doutor. Ofende quem tem um doutorado, me chame apenas Rodolffo seu Nicolau.

Nicolau e ele continuaram o diálogo e Rodolffo fez o seu simples pedido: ração de cachorro, milho e ração para pintos.

- O meu cavalo está muito bem. - Jerônimo puxou o assunto meio desconfiado.

- Que bom. Fico muito satisfeito que ele tenha ficado bem.

O diálogo entre eles não teve continuidade, mas antes que Nicolau terminasse de atender Rodolffo, Jerônimo não perdeu a oportunidade de contar a novidade.

- Minha Juliette está lá em casa. Ficou sabendo Nicolau?

- Não Jerônimo. É mesmo? Que coisa boa. Faziam anos que não vinha, não era?

- Agora veio para ficar. - disse essa informação olhando para Rodolffo.

Ele estava de óculos escuros e não disse um "a" a mais. Seu Nicolau falou o valor, ele pagou e recebeu o troco, saindo da loja de seguida.

- Jerônimo para que foi dizer isso na frente dele?

- Eu disse mesmo para ele saber. Não foi um descuido.

...

Alguns dias depois...

Noite de sábado na propriedade da Joaquina e do Tobias. Novena e leilão em honra a Santo Expedito.

Desde que havia chegado de volta a casa dos pais, Juliette ainda não tinha ido a lugar algum, mas naquela noite seu coração teve o desejo de ir para aquele evento nos vizinhos de seus pais.

Ao contrário do que ela pensou, haviam muitas pessoas do campo e da cidade naquele lugar e quase não achou lugar para sentar. Dona Tereza e ela ficaram bem a frente do altar, seu Jerônimo ficou de pé e isso lhe permitia ficar se movimentando.

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