Capítulo 3

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Anápolis, Goiás.

Rodolffo não era ativo nas redes sociais, então sua irmã Gisele sempre ficava responsável por divulgar o trabalho dele na sua página profissional.

Hoje ela estava com a mãe, dona Ana, para uma consulta médica na cidade e foi em plena recepção do consultório que viu a notificação na página do irmão e seus olhos não sabiam se estavam vendo certo.

- Mãe... É isso mesmo ou não? É ela?

Dona Ana olhou a tela do smartphone e franziu a testa.

- Olha minha filha, por que cê tá vendo coisas dessa moça?

- Mãe, ela tá seguindo a página profissional do Rodolffo.

- Como assim?

Gisele explicou mais detalhadamente a mãe sobre isso e ela balançou a cabeça em negação.

- Tira ela daí se puder. Seu irmão não vai gostar nada disso.

- Eu gostava tanto da Ju. Ela era tão legal.

- Era legal, mas tinha vergonha do seu irmão. Meu filho não lembra mais dela e não o faça lembrar.

Gisele ouviu a mãe, mas a curiosidade falou mais alto. Foi olhar o perfil de Juliette e viu um pouco da sua vida.

- Ela está linda. O tempo não passou para ela mãe. É cada lugar que ela já visitou.

- De quê adianta isso filha? Se nem aos pais ela visita. Quando vem passa uma semana e logo vai embora. Dizem que ela não sai de casa para não melar os pés de lama. Ainda bem que ela não quis o meu Rodolffo, foi melhor assim.

- Eu ainda lembro do escândalo naquela época mãe. Era pequena, mas sei dos comentários.

- O pai dela nunca teve pulso firme. Ela sempre governou a todos.

- Hoje em dia é normal não ficar com o primeiro homem...

- Normalizou muito as coisas. Não gosto nada disso. Nunca gostei desse namoro escondido deles e graças a Deus não deu em gravidez.

- A senhora não gosta da Juliette, não é?

- Detesto. Uma sonsa, falsa e metida a besta.

Mesmo que a mãe não quisesse falar sobre Juliette, Gisele, continuou a ver o perfil da ex namorada do irmão. Até que teve a ousadia de curtir uma foto dela em uma viagem a Machu Picchu.

...

Enquanto isso na propriedade de Rodolffo.

O dia tinha começado agitado e desde as 4 horas da manhã ele estava realizando tarefas. Dessa vez em sua casa mesmo.

Enquanto Toby se divertia, ele fazia a limpeza do quintal. Era caprichoso e zeloso, quando não tinha atendimentos agendados ou emergências, seu refúgio era em casa a cuidar de alguns animais e também a fazer limpeza.

Naquela manhã, limpou a casa inteira e depois aparou toda a grama da área externa da casa, assim como também melhorou a dormida das galinhas. Toby mais atrapalhava que ajudava com suas correrias, mas Rodolffo não reclamava daquilo, ao contrário, a peraltice do seu cachorro o divertia.

Já eram quase meio dia quando Toby começou a latir ferozmente. Ele estranhava pessoas novas e Rodolffo tinha acabado de tomar um banho.

Sem camisa, cabelo bagunçado e usando apenas uma bermuda, ele foi ver quem chegava.

Parou os passos ao constatar quem era, mas depois seguiu até a porteira, já que Toby estava enfurecido com o visitante.

- Ei Toby... Chega! - Rodolffo falou com o cachorro e ele acalmou.

Estava cara a cara com Jerônimo, homem que já não via a anos, mas que não morava tão longe dali.

- Alguma coisa senhor? - ele disse sério e sem muita expressão facial.

- Como vai Rodolffo?

- Espero que não tenha vindo aqui para me fazer essa pergunta, por que ela nunca foi feita antes.

Jerônimo ficou desconfiado.

- Eu só vim te procurar por que realmente estou precisando do seu conhecimento. Tenho um cavalo muito doente, ele comeu alguma coisa que lhe fez ficar doente. Mas entendo se não quiser ir lá em casa.

- Não vou na sua casa, mas posso ir ver o animal.

- Que horas pode ir?

- Agora mesmo.

- Então eu vou... Você quer vir comigo?

- Não. Eu vou no meu carro. Vou por que não gosto de ver animal sofrer. - aquela frase fazia total sentido para Jerônimo.

Jerônimo foi embora e Rodolffo arrumou-se rapidamente, não tardando a chegar na propriedade que há muitos anos não andava nem na redondeza.

Ao olhar aquela casa, ainda tão igual a 18 anos atrás, sentiu uma nostalgia que a muito tempo não sentia. O rádio para lhe contrariar tocou a música:

*Ouçam a música e saberão onde ele chegou.

...

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