O guerreiro zumbi e o Lêmure

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Para provar que não tem nada tão ruim que não possa piorar mil vezes mais, ouvi passos pesados ressoando cada vez mais próximos. Um calafrio percorreu minha espinha, pois sabia que aquilo não era bom. Os guardas à minha frente hesitaram por um momento, desviando o olhar para a porta, onde um enorme vulto começou a preencher a entrada.

A figura era imensa, um guerreiro zumbi envolto em uma chama negra que ondulava como sombras vivas ao redor de seu corpo putrefato. Cada passo fazia o chão tremer e, em meio à escuridão, suas feições cadavéricas se destacavam, com a pele seca e esticada sobre os ossos, os olhos fundos e brilhando com uma luz sinistra de um roxo profundo. Sua boca, parcialmente descarnada, exibia dentes que ainda pareciam prontos para morder, e sua expressão vazia era mais ameaçadora que qualquer demonstração de ódio. Ele era uma ameaça em seu estado mais puro, como se tivesse sido moldado para a destruição absoluta.

Sua armadura de placas negras cobria todo o corpo massivo, reforçada em cada centímetro com espinhos e detalhes em alto relevo que formavam padrões de crânios e ossos. Cada peça parecia ter sido projetada para resistir aos mais brutais dos ataques, com um brilho sombrio que absorvia a pouca luz ao redor. Nas bordas das placas, a chama negra dançava como se fosse parte do próprio metal, criando uma aura de destruição. Ele parecia um monólito indestrutível, um pesadelo que caminhava com passos lentos, mas firmes e determinados.

Na mão esquerda, ele segurava uma Greatsword de metal negro, tão larga que parecia uma parede e tão comprida que poderia cortar vários inimigos em um único golpe. O fio da lâmina refletia uma luz sombria, revelando runas antigas gravadas no metal, que brilhavam em tom de roxo com uma energia maligna. Era uma arma de um guerreiro que tinha sido forjado nas trevas, e cada detalhe dela parecia contar histórias de batalhas e massacres.

Em sua mão direita, ele empunhava um Greatshield, também de metal negro, que quase cobria todo o seu corpo. O escudo era igualmente reforçado, com bordas afiadas e uma superfície ornamentada com crânios e marcas em alto-relevo que pareciam abrir e fechar as bocas num movimento sutil. No centro, um crânio esculpido exibia dentes afiados e olhos vazios, em um macabro símbolo de morte. Aquilo não era apenas um escudo, mas uma barreira móvel, um bloco de defesa impenetrável que ameaçava me esmagar tanto com seu peso quanto com o poder que emanava dele.

Os guardas, que até então se mostravam destemidos, fugiram sem olhar para trás, parecendo ceder a essa presença aterradora. O guerreiro zumbi deu mais um passo adiante, seu olhar vazio fixo em mim, e a chama negra ao redor dele pareceu aumentar. Com um rosnado gutural que ecoou pelo salão, ele ergueu sua Greatsword, apontando-a na minha direção como se me desafiasse a enfrentar a morte de frente.

Eu sabia que fugir ou até mesmo esquivar dos ataques daquele monstro seria quase impossível; ele estava entre a saída e eu. O suor escorria pelo meu rosto enquanto me preparava para o embate inevitável.

Guerreiro Zumbi: O que um "Lêmure" miserável faz aqui em meus domínios?

A voz do guerreiro zumbi parecia vir das profundezas da própria morte, reverberando pelo salão como o grito de almas atormentadas. Cada palavra era carregada de um ódio antigo, e o som de sua fala fazia o ambiente vibrar de forma ameaçadora. Ele se aproximou, erguendo a Greatsword como se fosse um machado de execução, pronto para despedaçar qualquer um que ousasse desafiar sua presença.

Não havia muito para onde correr. Por um instante, pensei em usar meu poder para abrir caminho, mesmo que meu corpo ainda estivesse esgotado das batalhas anteriores e das intensas habilidades que já tinha utilizado. Essa era a minha única opção naquele momento.

O guerreiro avançou, cada passo soando como o peso do próprio destino. A chama negra ao seu redor intensificava-se a cada movimento, pulsando em harmonia com as runas da espada. Podia sentir a energia maligna emanando daquele ser, uma força antiga e sombria, como se o guerreiro fosse um avatar do próprio inferno. O medo começou a crescer no fundo de minha mente cada vez mais.

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