Onyx Black

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Elian: E agora o que a gente faz?

Zyn: Nós estamos mais perto da Onyx do que da Adamant, seguir em frente e de lá usamos um portal pra voltar para casa.

Ary: Ir pra Onyx!? Sem chance! Lá sem tem aquele mortos-vivos e um monte de bichos estranhos.

Zyn: É isso ou levar o triplo do tempo voltando a pé.

[ 》Seguir a ideia da Zyn ]
[ Seguir a ideia da Ary ]

Kire: Não acho que podemos fazer o caminho mais longo nesse estado... É melhor escutarmos a Zyn.

Elian: Também acho...

Depois de lutar com meu próprio peso consegui me levantar sozinho a medida que uma chuva começou para iniciar nossa caminhada... A chuva começou a cair de repente, densa e gelada, formando poças no terreno irregular e escuro do pântano. Cada passo que dávamos se afundava um pouco mais na lama espessa, tornando nossa caminhada lenta e desgastante. O céu estava coberto por nuvens escuras e pesadas, como se a própria natureza quisesse nos desafiar. As árvores ao redor, esqueléticas e retorcidas, formavam uma silhueta bizarra e ameaçadora. Galhos secos e musgo pingavam com o acúmulo da água da chuva, e o som das gotas ecoava entre os troncos como sussurros agourentos.

Zyn liderava o grupo, movendo-se com passos leves e atentos, seu corpo quase se camuflando com as sombras das árvores. Ary, relutante e desconfortável, franzia o cenho a cada novo barulho ao redor. Elian e eu seguíamos logo atrás, ele com a espada em mãos, sempre pronto para qualquer ameaça que pudesse surgir, e eu ainda me recuperando do cansaço por usar o poder recém-adquirido, esforçando-me para manter o ritmo. Cada respiração parecia densa com a umidade e o cheiro de terra encharcada.

À medida que avançávamos, a neblina do pântano ficava mais espessa, limitando nossa visão e nos forçando a caminhar com cautela. Em certo momento, ouvi um farfalhar à nossa direita, mas Zyn levantou a mão, sinalizando silêncio. Um par de olhos amarelados nos observava de longe, escondido entre as sombras das árvores, mas logo sumiu quando percebeu nosso olhar.

Depois de algum tempo, começamos a vislumbrar uma estrutura que surgia no horizonte, envolta na escuridão do ambiente e destacando-se na neblina espessa. A Legião Onyx Black parecia um pedaço de pesadelo gótico esculpido em pedras escuras e imponentes. Torres afiadas erguiam-se do que parecia ser um castelo ou fortaleza, seus telhados em ângulos tortos e pontiagudos, cobertos de musgo e trepadeiras escuras. Vitrais coloridos, embora em tons sombrios de roxo, azul e vermelho, espalhavam-se pelas paredes, refletindo levemente o pouco de luz que restava naquele ambiente lúgubre.

Conforme nos aproximávamos, começamos a ver figuras se movendo entre as sombras da Legião. Elfos Negros, de pele escura e olhos penetrantes, observavam nosso grupo com curiosidade, sem se aproximar, mas mantendo-se alertas. Mais adiante, vimos Tieflings de várias cores de pele, alguns com chifres curvados e outros com caudas que se moviam quase como se tivessem vontade própria. Seus olhos brilhavam, alguns em tons de vermelho, dourado ou mesmo azul intenso, iluminando seus rostos em meio à penumbra.

Ary: E-espero que eles não resolvam nos atacar agora.

Sussurrou Ary, olhando de soslaio para um Tiefling com a pele escura como a noite e olhos vermelhos, que a encarava de volta com um leve sorriso malicioso... Pela cara dela acho que ela não gosta de coisas assustadoras, mesmo que ela seja uma Minotauro capaz de por uma cidade abaixo com apenas algumas chifradas.

Zyn: Ajudaria se não estivéssemos com o úniforme de uma legião rival. Eles podem parecer ameaçadores, mas se não causarmos problemas, vão nos deixar em paz... Pelo menos, por enquanto.

Ao nosso lado, um grupo de Meio-Orcs passou, carregando armas pesadas e armaduras de metal negro e bronze envelhecido. Eles apenas nos lançaram um olhar rápido e seguiram em frente, conversando entre si em um tom de voz grave e gutural. Um pouco mais atrás, pude ver alguns Gnomos das Rochas, figuras pequenas e ágeis com cabelos desalinhados e olhos brilhantes, que pareciam divertir-se enquanto mexiam em estranhas engenhocas nas esquinas escuras da cidade.

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