Próximo passo

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Oii gente!!

Voltei com mais um capítulo. Esse é uma ponte para o próximo, que será o último.

Espero muito que gostem e não deixem de comentar bastante.

Beijinhosss...

💖



•••••




Natália

Carolina afagava meus cabelos, sussurrando encorajamentos para mim enquanto eu desabava e o peso que eu tinha carregado ao longo dos anos se esvaía, dando lugar ao alívio. Quando eu comecei a me acalmar, é óbvio que ela continuou a deslizar os dedos pelas mechas perto do meu rosto, sorrindo para mim. Afinal, essa era ela.

Sempre que eu me encontrava nos piores momentos da minha vida ela estava lá, iluminando meus caminhos como um raio de sol, tentando me fazer entender que existiam mais coisas além do que eu conseguia ver. Mais coisas para mim. Ela era isso, a pessoa mais doce, sensível e empática que eu já conheci. Não amá-la do jeito que eu a amava era ilógico e impossível, por mais que eu já tivesse tentado muitas vezes, eu nunca havia conseguido, ou até mesmo chegado perto de conseguir.

— Ei, eu tenho uma surpresa pra você — ela disse, me despertando da minha transe. Eu estava há um tempo perdida nos seus olhos verdes.

— Sério? — Um frio na barriga me invadiu.

— Sim. Eu espero que não fique chateada por eu ter esperado ou escondido de você, mas eu precisava estar preparada também. Entender melhor tudo, saber o momento certo.

Aquele monte de palavras não fazia o menor sentido. Tentei adivinhar ao que ela se referia, tentei ligar os pontos, mas nada me veio em mente. Senti meu coração acelerar em expectativa.

— Amor, do que você tá falando?

Em resposta, ela apenas deixou um beijinho nos meus lábios e se afastou, se levantando.

— Espera aqui que eu vou buscar — foi em direção às escadas.

— É um presente que você comprou? — tentei obter qualquer informação.

— Só espera! — gritou ao longe.

Depois de algum tempo, ela voltou, escondendo algo atrás das costas.

— Fecha os olhos.

— Carol…

— Fecha logo, Natália. Ou então não tem surpresa.

Ela sorria tanto que eu não pude deixar de concluir que era algo bom. Então obedeci, fechando os olhos. Não demorou muito para que algo extremamente leve fosse deixado em minhas mãos estendidas.

— Eu espero muito que você goste — disse baixinho

Abri meus olhos para dar de cara com um envelope amarelo. Ao olhar para Carol de novo, sua animação havia se misturado com algo parecido com receio. Ela estava preocupada com o que eu iria achar.

— O que é isso? 

Abri o envelope e tirei o papel de dentro. Estava em inglês e logo tive que me esforçar para entender do que se tratava.

— Eu sei que eu devia ter te falado que eu tava com isso, mas-

— É a nossa certidão de casamento? — A interrompi, surpresa, analisando o documento. Carol fez que sim, mordendo o lábio inferior, ainda esperando uma reação boa vinda de mim — Como conseguiu isso?

— Então… — se aproximou, ainda receosa — Lembra quando eu te dei um bolo no último dia de viagem e saí com a Adriana…

Eu não estava acreditando.

— Eu não- Por qu- Carol… — Eu tinha tantas perguntas que não sabia por onde começar. 

— Me desculpa por ter saído pra pegar sem te contar? — ela se aproximou, envolvendo minha cintura.

— Sim, claro. Mas por que não contou? Eu iria com você.

— Porque eu tinha que ajeitar tudo, fazer as coisas certas. E se você fosse comigo, talvez quisesse dar o próximo passo antes que eu tivesse ajeitado tudo e colocado a cabeça no lugar. Eu não queria te magoar, entende?

— Próximo passo?

— Natália, eu peguei a nossa certidão pra gente poder autenticar o casamento aqui no Brasil. Por que acha que eu demorei o dia todo fora e não desisti? Tem muita burocracia lá nos Es-

Não deixei que ela terminasse de falar, ao invés disso envolvi seu pescoço e a puxei para ainda mais perto de mim, beijando-a. 

Não pude deixar de sorrir contra os lábios dela. Tudo que ela havia me contado sobre o casamento parecia um sonho.  Carol propondo que eu fosse sua mulher, a euforia do nosso momento no altar, a nossa primeira noite juntas.

E agora mais isso?

Ela estava realmente propondo que continuássemos casadas.

Nunca acreditei que aquilo pudesse se concretizar.

Carol pediu passagem com a língua, me beijando de maneira apaixonada. Seu toque em meu quadril cada vez mais firme enquanto ela me puxava mais para perto dela.

Foi apenas quando puxei seu lábio inferior de leve com os dentes, que ela gemeu e eu deixei o documento que segurava com a mão livre cair no chão.

— Opa! — ela se afastou, indo atrás do papel — Isso e importante — riu, se abaixando para pegar e logo o colocou na mesinha de centro.

— Então… — ela se voltou para mim de novo, com as bochechas rubras e os lábios vermelhos que haviam sido o alvo do meu ataque — Isso quer dizer que você aceita continuar sendo minha mulher?

— Só com uma condição — fiz bico, fingindo.

— O que? Qual? Natália… — me repreendeu, assustada, e eu ri, envolvendo sua cintura.

— Que você me conte a história do nosso casamento quantas vezes eu pedir.

— Ah, sua boba, você me assustou — riu, se aninhando no meu abraço e escondendo o rosto na curva do meu pescoço — Vou contar quantas vezes quiser, até você lembrar. E se não lembrar vou continuar contando mesmo assim. 

— Eu te amo, Carol — confessei.

— Eu também te amo, Natália — senti seu suspiro na pele do meu pescoço, fazendo meu corpo arrepiar — Sabia que eu não me lembro de ter sido tão feliz na minha vida quanto como eu fui na nossa primeira noite? 

— Carol… — me afastei para dar de cara com seus olhos que brilhavam. Eu me segurava, fungando, para não acabar chorando de novo. O amor da minha vida me amava também.

— É verdade, amor. Eu não tô falando só sobre o sexo, mas sim sobre tudo. Aquela sensação de estar fazendo a coisa certa, no lugar certo, com a pessoa certa. Entende? Você é a minha pessoa.

Ela também sempre havia sido a minha pessoa.

— E o que a gente faz agora, minha pessoa? — afaguei suas bochechas.

— Amanhã a gente passa na Lara e da entrada na papelada. Aí vou poder te chamar de minha esposa — se explicou, animada.

— Tá, mas o que a gente faz agora agora? — puxei ela mais para perto de mim, indo em direção ao seu pescoço e deixando beijinhos ali.

— Natália…

Ela suspirou meu nome, se entregando para mim. Lara e a papelada seriam um assunto para outra hora. Agora eu queria estrear meu sofá, afinal nunca tinha feito sexo com Carol ali. Talvez depois eu também quisesse estrear o balcão da cozinha, a mesa de jantar e quem sabe o quarto dela.








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