Patologia rara

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Oii gente!!

Voltei com mais um capítulo. Me perdoem pela demora deste, mas eu estava resolvendo uns probleminhas da vida. Agora, porém, prometo melhorar a frequência.

Uma coisa que quero saber. Vocês gostariam de ter hot mais vezes ou preferem que eu pule de vez em quando? É que se dependesse de mim teria quase todo capítulo, mas como sou uma safada ridícula me lembrei que talvez pudesse ser um pouco demais kkkkkkkk. Por favor, dissertem sobre isso.

Espero que curtam esse capítulo e não deixem de comentar bastante.

Beijinhosss...

💖


•••••


Natália 

A mudança de Carol tinha sido corrida, cansativa e desgastante. Voltar para minha rotina na galeria depois foi pior ainda, eu passava o dia todo fora, tentando compensar os dias que negligenciei ajudando ela com toda a transição. Então nos últimos três dias só nos víamos no finalzinho da noite.

Cheguei em casa exaurida, agradecendo a Deus pelo fim de semana. Assim que abri a porta e entrei, o cheiro de comida preencheu as minhas narinas e fez meu estômago doer de fome ao abrir meu apetite. Tirei meus sapatos e coloquei minha bolsa num canto, indo até a cozinha.

— Oi, Carol — entrei no cômodo chamando a atenção dela, que estava no balcão.

— Oi — abriu o sorriso mais lindo do mundo para mim e foi ao meu encontro, me envolvendo e deixando um beijinho no canto da minha boca.

— O que tá fazendo?

— Lasanha — acariciou meus cabelos, feliz — Eu vi o cheesecake que você deixou na geladeira pra mim de manhã e pensei em retribuir fazendo algo gostoso pra quando chegasse em casa cansada.

Eu poderia me acostumar com aqueles agrados, mas sabia que nossa rotina mudaria a partir da semana seguinte, quando as férias que Carol tirou para a lua de mel acabassem, e então nós duas chegaríamos cansadas do trabalho. No entanto, eu poderia continuar a passar na confeitaria toda manhã, quando voltasse da academia, com algo para ela sem querer nada em troca, afinal, era a Carol.

— Tá com um cheiro maravilhoso. Eu vou tomar banho e já desço pra gente jantar.

— Tá bom — dessa vez deu um beijo nos meus lábios e me soltou, voltando para o que estava fazendo no balcão.

Fui para o segundo andar do apartamento, indo até o banheiro do meu quarto. Carol tinha ficado com o quarto ao lado, eu agradeci por ter comprado um apartamento com mais de um, e eu não me importei de ela querer o canto dela. As coisas tinham acontecido muito rápido entre a gente e eu estava tendo toda a paciência do mundo para que ela processasse tudo ao seu tempo.

Desde que a mãe a emancipou, ela sempre havia vivido sozinha. E para ser sincera, as coisas dela não caberiam todas no meu quarto, por maior que fosse. Eu não sabia que alguém poderia ler tantos livros daquele jeito.

— Tava tão gostoso — coloquei o garfo no prato sujo e suspirei, feliz de finalmente estar de barriga cheia.

— Que bom que gostou, meu bem — Carol fez o mesmo e se levantou, recolhendo nossos pratos — Por que não vai dormir? Você parece estar cansada e cheia de sono, eu lavo a louça. 

Cansaço e sono seria um eufemismo para descrever como eu me sentia. Minha consciência estava querendo se desligar sozinha e meus pés e pernas doíam por conta da sobrecarga do dia.

— Obrigada. Boa noite — me aproximei dela por trás enquanto estava na pia laçando os talheres e deixei um beijinho de boa noite em seu pescoço. Logo fui para o meu quarto. 

Assim que cheguei mal tive energia de escovar os dentes, e logo que terminei me joguei na cama, deixando para passar creme nas pernas quando acordasse. Eu logo apagaria.

Achei que estava sonhando quando pouco depois ouvi duas batidas na porta.

— Carol?

Ela girou a maçaneta e abriu a porta devagarzinho. Entrando.

— Natália — assim que me apoiei nos cotovelos para olhar melhor, vi na penumbra, Carol de shorts e blusa de dormir, segurando seu travesseiro, tímida — Posso dormir aqui hoje?

— Claro que pode, não precisa pedir — saí do meio da cama de casal, dando espaço a ela, que logo se aconchegou embaixo das cobertas e se aninhou em mim.

Senti Carol passar o nariz pela minha bochecha, cabelos e pescoço, arrepiando minha pele. Logo percebi que ela me cheirava como se fosse um filhote e não pude deixar de rir.

— Ficou com saudades, foi?

— Claro que fiquei, você trabalhou muito essa semana. Mas como amanhã vamos poder ficar na cama até tarde, não tem problema em te perturbar um pouquinho.

Beijou o meu pescoço um par de vezes e entrelaçou a perna nas minhas, se aconchegando ainda mais.

— Você tá muito dengosa hoje — eu disse enquanto ela continuava a deixar beijinhos na minha pele.

— É o que ficar sem você faz comigo.

— Me lembra de amanhã de manhã apagar esse teu fogo.

— Não promete que eu vou cobrar.

— Pode cobrar.

Não demorou mais alguns beijinhos para que eu apagasse completamente. E quando acordei no dia seguinte, o prometido foi exatamente o que eu fiz. Ela passou as primeiras horas da manhã acordada choramingando meu nome enquanto eu usava a língua e os dedos para dar prazer a ela.

Pouco antes do meio dia nós começamos a fazer nossas malas para ir para a casa da serra. A pedido de Renée, Helena se ofereceu para sediar o lugar do encontro com as meninas. Elas queriam consolar Carol pelo cancelamento do casamento, mas mal sabiam que quem já estava fazendo isso era eu. Da maneira mais gostosa possível, claro.


Carol 

Natália dirigiu por cerca de duas horas até chegarmos na casa da serra. Sempre que eu podia, virava discretamente e analisava seu perfil por um momento. O silêncio da viagem me deu tempo para pensar, e eu cheguei à conclusão de que estava doente.

Não era possível alguém pensar em outra pessoa assim o tempo todo. Passava o dia inteiro com ela na cabeça, e quando estávamos juntas, não conseguia parar de olhar. Uma vez, até me peguei agradecendo aos céus por Natália ser tão falante, do tipo que não cala a boca quando se empolga com algo, porque assim eu tinha mais chances de ouvir sua voz.

Era absurdo. Eu rebobinei todos os meus outros amores e relacionamentos e percebi que nunca havia chegado a esse estado. Estava sofrendo de Natalite aguda, uma patologia rara que faz o coração bater mais rápido e os pensamentos girarem em torno de uma única pessoa: Natália.

Infelizmente, o tratamento era paliativo e só funcionava quando eu estava perto dela.

Eu estava olhando para ela de novo quando o carro parou e ela se virou para mim, tirando o cinto.

— Chegamos.

Natália tinha me pegado de surpresa, me pegado olhando. Meu coração acelerou mas eu não parei de olhar; já tinha sido descoberta mesmo.

Seus olhos bonitos, eu amava seus olhos, piscaram por um tempo e ela riu, quase sem graça.

— Que foi, Carol?

— Nada — eu nem estava mais envergonhada — Eu só gosto de você.

— Também gosto de você — deixou um selinho nos meus lábios e desceu do carro com um sorriso radiante.

Logo, sozinha no veículo, uma conclusão chegou até mim e pude sentir todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Era assustador demais para encarar, difícil demais para admitir. No entanto, me bateu e me chocou como um acidente de trânsito. Devastador.

Eu estava perdidamente apaixonada.

A Aposta - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora