A Aposta - Narol

Starlight Wedding Chapel

Oii, voltei!!

Obrigada pelos comentários no primeiro capítulo, vocês são umas fofas! 🥰

Esse daqui saiu meio curtinho mais prometo que o de amanhã vai ser maior.

Espero que curtam!

Bjss

•••••

Carol

— No hablo inglés, lo siento — o recepcionista do motel, um homem baixinho com um bigode engraçado gesticulava quando havíamos perguntado se tínhamos deixado algo na recepção quando chegamos ontem.

— Ah pronto, cinco anos aprendendo inglês pra não servir de nada quando eu preciso — Natália reclamou.

— Calma, espanhol é parecido com português.

— Nós deixamos nossas coisas aqui ontem? — me virei para o homem rezando para que ele entendesse.

— Cosas? — foi tudo o que ele disse.

— Sim, nossas coisas — insisti esperançosa, mas ele pareceu continuar sem entender.

— Mi dinero, estoy pobre — Natália gesticulava desesperada enquanto tentava falar portunhol.

— Dinero? No, ustedes ya pagaron la habitación.

— Meu Deus do céu, Carol, eu vou matar esse homem — ela levou as mãos ao rosto, bufando em frustração.

— Ana Carolina. Natália — eu apontava de mim para ela, caso tivéssemos deixado a carteira ali com algum documento contendo informações e ele lembrasse.

— Natália? — foi tudo que ele disse.

— Sim, sou eu. Eu sou Natália — ela apontou para si mesma com um resquício de esperança de que não precisaria ficar sem nenhum centavo no bolso.

— Cartera verde.

— Isso, minha carteira é verde. Você tá com ela?

Ao invés de responder, o homem abriu a porta atrás do balcão e sumiu.

— Será que ainda tem algum dinheiro? — perguntei, preocupada.

— Se não tiver a gente tá fodida, isso sim.

— Tengan más cuidado la próxima vez, podría haberme quedado con su dinero — ele voltou entregando a carteira dela que respondeu “gracias” uma dúzia de vezes.

Depois de perguntar, com muito esforço, se Adriana, Helena, Lara, Taís ou Renée também haviam se hospedado ali ontem e receber uma resposta negativa saímos do lugar. Logo me dei conta de que eu e Natália estávamos completamente sozinhas e perdidas em algum canto de Las Vegas.

— Quanto você tem aí? — perguntei.

— Uns 500 dólares.

— Temos que economizar, nada de gastar com besteira. Não sabemos se vamos precisar… Natália, cê tá me ouvindo?

Ela olhava fixamente para um cartão de visita que havia encontrado na carteira. Me aproximei pra ver do que se tratava.

“Starlight Wedding Chapel”

A imagem de um cupido lançando uma flecha que causava uma explosão de corações estampava o cartão e abaixo havia um endereço.

— Eu acho que a gente foi lá ontem — Natália sussurrou, absorta, sua voz quase inaudível.

— Como assim, você tá lembrando de alguma coisa?

— Acho que sim… — ela suspirou me olhando envergonhada, parecia temer minha reação — Carol, eu acho que essas alianças não fazem parte de uma fantasia. Eu acho que a gente se casou uma com a outra.