A Aposta - Narol

Que sorte a nossa

Oii gente!!

Voltei com mais um capítulo, e como prometido, o último.

Muito obrigada a todas as meninas que acompanharam e comentaram essa história. A princípio, ela seria bem mais curta, mas toda a empolgação que vocês me transmitiram me fez querer escrever cada vez mais.

Eu espero muito que curtam esse desfecho.

Beijinhos e até logo.

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Carol 

— O que acha desse? — perguntei, colocando o dedo no vidro.

— Credo, Carolina! Com nome escrito? Cafona demais — ela me respondeu sem pudor algum, enquanto a moça atrás do balcão olhava achando graça, ou até mesmo fofo.

— E esse? — apontei de novo — esse tem uma pedrinha bonita.

— Mas só um que tem — cruzou os braços — Deviam ser iguais. Na verdade, tinham que ser idênticos.

— Com licença — pigarreou a mulher — Eu acho que sei exatamente o que vocês querem.

Ela nos levou a outra sessão da vitrine e apontou para um par dourado. O aro era grosso, eles possuíam uma linha que parecia metal sólido e outras duas que pareciam mais ásperas. Era um par muito sofisticado, mas passava a imagem de ser bem caro.

— Ouro 18 quilates. A gente faz sob medida pra vocês.

Ouro?

A ideia de andar para lá e para cá com uma aliança de ouro não me caiu muito bem. Mas Natália parecia bastante interessada, afinal, elas eram muito bonitas.

— Amor, e se eu for assaltada com esse anel? — falei baixinho no ouvido dela, logo abrindo um sorriso para a atendente, tentando disfarçar.

— Ué amor, se te levarem a aliança eu venho aqui e compro outra. Você gostou dessas?

Pensei por um tempo. Elas eram tão bonitas, mas tão caras e um tanto quanto chamativas. Porém, eram muito melhores que os anéis de cobre, dos quais Natália havia começado a reclamar por estarem adotando uma coloração feia nas últimas semanas. 

Foi então que me peguei pensando em todas as vezes que deixei de ter o melhor por medo de ser demais para mim.

— Então… — pegou na minha mão, esperando uma resposta. O toque era macho e quentinho, e me fez pensar que eu não fazia aquilo só com anéis. Eu tinha feito aquilo com a minha esposa por vinte e cinco anos.

Ignorado o melhor, porque achava ser bom demais para mim.

— A gente vai querer esse então — concluí.

Mais de dois meses haviam se passado desde que tínhamos dado entrada nas papeladas. Lara disse que essas coisas demoravam mesmo. Mas não fazia muita diferença, eu já vivia como se fosse mulher de Natália e ela vivia como se fosse a minha. Na verdade, percebi que ao longo dos anos nós tínhamos muitas das atitudes de um casal e não percebíamos. Aquele medo bobo que eu tinha, das coisas mudarem drasticamente ou irem rápido demais, eram só isso, um medo bobo.

— Eca, que nojo!

Estávamos deitadas de conchinha no sofá e ela simplesmente se virou dentro do meu abraço e escondeu o rosto no meu pescoço.

— É só um filme, Natália. E é de mentira, você sabe — afaguei seus cabelos na esperança de que ela virasse de novo pra assistir, mas estava relutante — Quer que eu mude de canal?