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Eu nunca odiei tanto o meu pai como odeio agora

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Eu nunca odiei tanto o meu pai como odeio agora. Por que ele tem que agir dessa forma?

A reação do Max foi melhor do que eu esperava que seria, fiquei aliviada por isso.

Eu só piorei a situação quando enfrentei meu pai, Charles levou um tapa por minha causa. Escutei ele gritar comigo e isso foi horrível, me lembrou tanto o meu pai, odeio que gritem comigo, me trás gatilhos.

Quando saí daquele quarto correndo, vim pro meu quarto e sentei no chão encostada na cama, abracei meus joelhos e comecei a chorar. Toda essa situação mexeu muito comigo, meu pai, Max e Charles discutindo, meu irmão defendendo a gente, Charles levando um tapa, as coisas que meu irmão falou sobre meu pai machucar o Charles, tudo está rodando na minha cabeça.

Sinto o ar faltar dos meus pulmões e minha respiração fica acelerada. Que sensação horrível.

Vejo a porta do meu quarto sendo aberta rápido e olho vendo meu irmão junto com Charles entrar no quarto.

— Lorena — Charles se abaixa na minha frente e coloca suas mãos nos meus joelhos

Acabei me assutadando com o seu toque e me encolhi mais ainda. Charles percebe e seu olhar muda completamente. Ele me olhava como se se sentisse culpado, era um olhar quebrado. Mais lágrimas descem pelo meu rosto.

Eu tô com medo dele. Ele gritou comigo. Não queria estar com medo, meu corpo reagiu ao toque dele, fiquei com medo dele me bater. Isso tudo por culpa da criação do meu pai.

Olho pra sua mão direita e ela estava machucada, um linha fina de sangue escorria de um machucado pequeno no osso do seu dedo. Seu rosto estava vermelho onde meu pai bateu. Ele se machucou por minha causa?

— Charles — meu irmão põe a mão no ombro dele

Vejo Charles se levantar e ir dando passos para trás até se afastar de mim. Seus braços caem ao lado do seu corpo e ele continua me olhando com o mesmo olhar quebrado e machucado.

— lolô, tudo bem ok?! Já passou — meu irmão se abaixa na minha frente

— por que ele é assim Max? Por que se meteu tanto na minha vida? Eu só quero poder viver sem meu pai se metendo tudo. Eu cresci, ele não entende isso? — falo soluçando

— não, ele não entende isso. Mas não liga, a partir de agora ele não vai fazer nada, não vai encostar um dedo em você. Vai viver sua vida feliz, vou fazer o possível e o impossível para que ele não te atrapalhe — fala limpando minhas lágrimas

— obrigada por isso — olho pra ele

Max dá um sorrisinho fraco e me abraça.

Olho por cima do ombro do meu irmão e Charles nos encarava triste. Faço um sinal com a mão chamando ele. O mesmo vem andando e se abaixa nos abraçando.

Igual fazíamos quando éramos pequenos.

Quantas e quantas vezes acontecia alguma coisa com um de nós, para nos fazer sentir melhor a gente sempre se abraçava assim, os três juntos.

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