CAPÍTULO 25 - LUTO

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O dia do velório de Claire chegou como um peso que ninguém queria carregar. Desde que acordei, o ambiente parecia mais silencioso do que o normal, como se o mundo estivesse em luto junto conosco. Jenna foi a primeira a se levantar. Ouvi seus passos pela casa, o som leve de roupas sendo ajeitadas e o pequeno suspiro que soltou antes de bater suavemente na minha porta.

- Julia? Está pronta? - perguntou ela, a voz suave, mas carregada de tristeza.

- Estou quase. - respondi, tentando manter o tom firme.

Toquei nas roupas que havia separado na noite anterior. Optei por algo simples e preto, como era esperado. Enquanto me vestia, minha mente vagava pelos últimos dias: as perguntas do detetive, a tensão crescente, e agora, este momento inevitável. Eu sabia que o velório não seria fácil, especialmente para Jenna. Claire era mais que uma amiga para ela; era quase como uma irmã.

Quando terminei, me apoiei na bengala e caminhei em direção à porta, onde Jenna me esperava. O silêncio entre nós era confortável, mas cheio de significados. Ela segurou minha mão e guiou meus dedos até sua jaqueta, permitindo que eu me ancorasse nela enquanto saíamos.


[...]

No Velório

O ambiente estava carregado, como se o peso do luto preenchesse cada canto. Mesmo sem ver, eu podia sentir os olhares, ouvir os sussurros abafados, os soluços discretos. Jenna me segurava firme pela mão, como se temesse que eu desabasse ali mesmo. Na verdade, talvez fosse ela quem precisasse de apoio.

O som de passos parou próximo a nós. Uma voz suave, talvez de alguém da família de Claire, nos cumprimentou com um tom gentil.

- Jenna, Julia, obrigado por virem. É importante para nós que vocês estejam aqui.

- Claro, senhor Lewis. Claire... ela era muito especial. - Jenna respondeu, sua voz embargada.

Seguindo os passos lentos de Jenna, percebi quando paramos. O cheiro de flores era forte ali, misturado ao ar pesado de tristeza. Eu sabia que estávamos diante do caixão. Jenna soltou minha mão por um momento, e o silêncio dela me disse mais do que qualquer palavra poderia.

- Claire... - ela começou, a voz quase falhando. - Você era uma parte de mim. Mesmo quando discordávamos, mesmo quando... mesmo quando não concordávamos com tudo... você sempre estava lá. Eu só espero que saiba o quanto eu te amava.

Segurei minha bengala com mais força, sentindo meu próprio coração pesar. Eu queria dizer algo, mas as palavras pareciam presas na garganta. Finalmente, me aproximei mais, permitindo que Jenna sentisse minha presença ao lado dela.

- Claire... - comecei, a voz hesitante. - Nós nunca fomos próximas, mas eu sei o quanto você significava para Jenna. E por isso, eu te respeito. Espero que agora você esteja em paz.

Depois de um longo momento de silêncio, o padre iniciou sua oração com uma voz calma, mas carregada de emoção, a profundidade das palavras parecendo ecoar no ar pesado do salão.

- Estamos aqui hoje para honrar a memória de Claire Baumann, alguém que tocou a vida de todos nós de maneiras únicas. Ela trouxe alegria, inspiração e amor, mesmo nos momentos mais difíceis. Sua partida deixa um vazio que nunca será preenchido, mas que também nos lembra de valorizar cada instante que temos com aqueles que amamos.

Houve uma pausa. O ambiente, que já estava silencioso, parecia quase prender a respiração.

- Embora a dor da perda seja grande, também somos lembrados de que o amor e as lembranças que Claire nos deixou nunca desaparecerão. Sua luz continuará a brilhar em nossos corações e em nossas ações. Que possamos encontrar força uns nos outros e, acima de tudo, nas memórias de sua bondade e espírito.

AMOR EM CORES VIVAS - JENNA ORTEGA / GP!Onde histórias criam vida. Descubra agora