CAPÍTULO 18 - TETO DE VIDRO

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A notícia da alta de Jenna foi recebida com entusiasmo. Eu senti a euforia se espalhar pelas conversas ao redor, e mesmo sem ver os sorrisos, eu podia sentir a felicidade no ar, especialmente no toque gentil e ansioso de Jenna em minha mão. Emma, claro, já havia planejado a pequena festa, e eu sabia que ela se dedicaria a cada detalhe.

Quando chegamos à casa de Jenna, senti a atmosfera acolhedora e familiar. O cheiro sutil de lavanda e um toque de algo doce, talvez baunilha, enchia o ar. Emma guiou-me gentilmente, e eu percebi que havia um movimento leve ao nosso redor, como se várias pessoas estivessem conversando e sorrindo.

- Julia! - uma voz calorosa e suave chamou. Era Nathalie, que me puxou para um abraço carinhoso. Senti o calor dela, uma sensação de segurança e conforto que sempre me fazia sorrir.

- É tão bom reencontrar você, Nathalie. - respondi, apertando suas mãos. Mesmo sem ver, eu sabia que o sorriso dela era genuíno, algo que eu podia sentir nas pequenas variações de sua voz e no toque caloroso de suas mãos.

Ela me levou até a sala, e eu senti a presença de Jenna ao meu lado, como um farol de conforto em meio àquelas vozes. Jenna parecia cansada, mas sua voz era pura felicidade.

- Pronta para uma noite de celebração tranquila? - ela murmurou, os lábios quase roçando minha orelha, me fazendo arrepiar.

- Com certeza. Emma disse que cuidou de cada detalhe. - respondi, sorrindo.

- Eu disse que nada muito grande. - ouvi a voz divertida de Emma atrás de nós. - Mas, claro, temos algumas pessoas especiais aqui.

Emma me conduziu até onde Aliya estava. A irmã de Jenna sempre me trazia uma energia leve e divertida; ela me abraçou, e pude sentir a mesma doçura de sempre.

- Olha só quem está aqui para cuidar da Jenna. - ela brincou, me apertando levemente.

- Aliya, sempre tão alegre. - disse, sorrindo.

Mas então, senti uma mudança sutil no ar. Um perfume diferente, que não reconheci imediatamente, se misturou com o ambiente. Era doce, mas havia algo ali que me fazia hesitar. Tentei ignorar, até que ouvi uma voz suave, quase melosa, que eu sabia de quem era.

- Oi, Julia. - Claire cumprimentou, e senti o peso do olhar dela sobre mim. - Finalmente nos encontramos de novo.

- Claire. - murmurei, tentando manter a voz neutra. Apertei a mão de Jenna ao meu lado, sentindo a calma dela me ancorar. Eu não queria parecer rude, mas algo na presença de Claire ainda me deixava inquieta.

- Vou pegar algo para beber. - disse, soltando-me de Jenna e fazendo o caminho com cuidado, confiando em minha bengala me guiando.

Enquanto eu caminhava, a voz de Aliya e Emma continuavam, com risadas suaves, enquanto Nathalie fazia perguntas à Jenna sobre o hospital. Sentia-me parte daquele cenário, mesmo que não conseguisse ver o brilho das luzes ou os rostos ao meu redor. Apenas os toques, as vozes e as risadas me pintavam um quadro familiar e caloroso.

De repente, senti uma mão suave pousar em meu ombro. Era Claire.

- Julia, posso falar com você por um segundo? - sua voz era baixa, mas havia uma seriedade inesperada. Hesitei antes de assentir, mantendo minha expressão serena.

Ela me conduziu para um canto mais silencioso, onde o som das conversas era apenas um murmúrio ao fundo. Inspirei fundo, mantendo a calma.

Claire me conduziu até o canto mais afastado da sala, onde o som das conversas e risadas virava um murmúrio indistinto. Mantive a expressão serena, mas sentia o peso de seus olhos sobre mim.

AMOR EM CORES VIVAS - JENNA ORTEGA / GP!Onde histórias criam vida. Descubra agora