CAPÍTULO 15 - DECISÃO

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A sensação de choque tomou conta de mim, uma onda de adrenalina atravessando meu corpo ao ouvir a notícia. Jenna estava no hospital. Eu mal conseguia processar as palavras da mãe dela, e, em meio ao susto, meu celular escapou dos meus dedos, caindo com um som surdo no chão.

Beth percebeu na mesma hora. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela já estava ao meu lado, pegando o celular e me segurando com firmeza.

- Julia, o que houve? - perguntou, sua voz cheia de preocupação.

Eu respirei fundo, tentando organizar as palavras em meio ao turbilhão de emoções.

- É... é a Jenna. A mãe dela acabou de ligar. - senti a garganta se apertar. - Ela está no hospital. E... ela quer que eu vá vê-la.

Beth ficou em silêncio por um momento, processando a situação. Eu me perguntei se talvez ela se sentisse insegura com essa história, mas tudo o que ouvi dela foi uma voz calma e cheia de apoio.

- Então vamos, Julia. Eu vou com você.

- Não, fica aqui... Eu peço um táxi, tudo bem? - digo dando um beijo em sua testa.

- Tudo bem... Me liga qualquer coisa.

Me arrumo rápido com ajuda da Beth e logo peço um táxi.

[...]

O táxi parou diante do hospital, e eu desci, sentindo o vento frio contra o rosto. Minha mente estava focada em um único pensamento: Jenna. Caminhei até a recepção, onde pedi para ser levada ao quarto dela.

Uma enfermeira foi designada para me acompanhar, e senti o piso liso sob meus sapatos enquanto a seguia, cada passo ecoando no vazio que parecia preencher o hospital. Quando finalmente paramos, ouvi algumas vozes baixas, familiares na porta, mas ainda assim estranhas para mim.

Uma mulher se aproximou e tocou meu braço levemente, guiando minha mão para segurar a dela.

- Julia? - perguntou a voz suave e cansada da mãe de Jenna. - Sou a Nathalie, mãe dela. Obrigada por vir.

- Eu vim o mais rápido possível. Como... como ela está? - perguntei, tentando não demonstrar o nervosismo que me dominava.

Ela fez uma pausa, como se estivesse escolhendo as palavras.

- Está estável por enquanto, mas... precisa de um transplante de rim o quanto antes. Os médicos disseram que estamos numa corrida contra o tempo.

Ao ouvir aquilo, uma angústia profunda tomou conta de mim. Respirei fundo, tentando manter a calma. Senti uma mão diferente tocar meu ombro.

- Sou Aliya, irmã de Jenna. Ela nos falou sobre você. - sua voz era amigável e reconfortante, mas carregava uma tristeza evidente.

Logo percebi uma terceira pessoa ao lado dela.

- E eu sou Claire, amiga de infância da Jenna. - ela disse com um toque de preocupação. - Estranho, você me parece muito famíliar, já nos conhecemos?

- Acredito que não. - digo um pouco incomodada, seria rápido de mais eu dizer que eu não fui com a cara dessa Claire? Minha intuição diz que não, e ela nunca falha.

A presença deles me fez sentir que Jenna era muito amada, cercada por pessoas que se importavam profundamente com ela. Depois de alguns momentos de conversa, ouvimos a porta se abrir, e o som de passos cuidadosos anunciou a chegada do médico.

- Vocês são os familiares e amigos da paciente Jenna Ortega? - ele perguntou, com a voz calma, mas profissional.

- Sim, somos - respondeu a mãe dela, sua voz embargada de esperança e preocupação.

AMOR EM CORES VIVAS - JENNA ORTEGA / GP!Onde histórias criam vida. Descubra agora