CAPÍTULO 17 - TUDO QUE EU PRECISO

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O ambiente parecia mais leve agora, cheio de esperança e descontração. Emma e Jenna começaram a conversar sobre os planos que tinham feito antes de tudo acontecer, e eu me recostei na cadeira, ouvindo com um sorriso. Era um momento delas, e me sentia privilegiada de poder estar ali, testemunhando a amizade genuína que tinham.

A mão de Jenna ainda estava entrelaçada com a minha, como se ela buscasse em mim a estabilidade que tanto precisava. Com o toque leve de seus dedos, senti a pulsação dela, suave e constante. Cada batida parecia um lembrete silencioso do milagre de estarmos ali, juntas.

- Ei, Julia. - Emma chamou, tirando-me dos meus pensamentos. - Acho que agora precisamos mesmo organizar essa comemoração. Afinal, milagres merecem ser celebrados em grande estilo!

Soltei uma risada, balançando a cabeça.

- Grande estilo? Eu não sei... prefiro algo mais íntimo, uma boa conversa e talvez uma sobremesa de chocolate. - brinquei.

Jenna riu, e o som dela foi como música para mim. A risada de Emma a acompanhou, e por um instante tudo parecia perfeito.

- Tudo bem, nada muito exagerado então.- Jenna disse, a voz com uma ternura que quase me fez perder o fôlego. - Só nós, risadas e... talvez uma sobremesa de chocolate, como você disse.

Senti o calor dela, a proximidade, e fiquei em silêncio por um momento, absorvendo cada detalhe. Eu podia imaginar o brilho no rosto dela, o jeito como seus lábios provavelmente estavam curvados em um sorriso leve. Mesmo sem enxergar, cada palavra e gesto dela eram nítidos para mim, pintando um quadro que apenas eu poderia ver.

Emma, percebendo a nossa conexão, se levantou e anunciou:

- Eu vou buscar algo para bebermos. Acho que vocês duas têm um tempinho a sós para se entenderem.

Senti o toque gentil dela em meu ombro antes de ouvir seus passos se afastarem, deixando o quarto mais quieto e, de repente, mais íntimo.

- Acho que ela está me empurrando para você, Julia. - Jenna murmurou, com um toque de humor na voz.

- Será que preciso agradecer a Emma por isso? - respondi, tentando esconder o nervosismo, mas o calor em minhas bochechas me traía.

Jenna apertou minha mão um pouco mais forte, e pude sentir sua respiração se aproximar, seus lábios roçando levemente o topo dos meus dedos. Meu coração disparou. Cada segundo parecia se estender, e não precisei de visão para perceber que ela estava olhando para mim com uma intensidade que me atravessava.

- Julia... obrigada por ser tão incrível. Sei que já disse isso, mas... obrigada por não desistir de mim.

Suspirei, tomando coragem para responder.

- Jenna, você é tudo que eu preciso. Não existe um universo onde eu deixaria você para trás.

Por um momento, apenas o silêncio respondeu. E então, senti seu rosto se aproximar. Os lábios dela encontraram os meus, um toque suave e cheio de significado, como uma promessa silenciosa. Naquele instante, não importava o passado, os medos ou qualquer outra coisa. Estávamos ali, no agora, em paz.

O beijo de Jenna foi um toque delicado, uma carícia que transmitia mais do que qualquer palavra poderia dizer. Nossos lábios se encontraram de forma hesitante, mas com uma intensidade crescente que parecia conter tudo que havíamos vivido e superado juntas. O mundo ao nosso redor desapareceu; não importava mais o hospital, os medos ou o tempo que havia nos separado.

Quando o beijo terminou, ainda estávamos tão próximas que eu conseguia sentir a respiração dela misturada à minha, seu perfume sutil e familiar me envolvendo. Me dei conta de que minha mão ainda segurava o rosto dela, e fiz uma leve carícia com o polegar, traçando a linha suave de sua mandíbula. A sensação era vívida, cada contorno se gravando em minha memória.

AMOR EM CORES VIVAS - JENNA ORTEGA / GP!Onde histórias criam vida. Descubra agora