A noite ao lado de Jenna havia sido tranquila e reconfortante. Sentir o calor do corpo dela próximo ao meu, ouvir a respiração suave dela enquanto adormecíamos juntas, me trouxe uma paz que há muito eu não sentia. No aconchego dos lençóis, deixei o sono me envolver, com a certeza de que ela estaria ali pela manhã.
Mas ao acordar, a ausência dela foi como um vazio frio ao meu lado. Estendi a mão sobre o espaço que deveria estar ocupado por Jenna, mas tudo o que encontrei foi o lençol ligeiramente amassado e frio. Franzi o cenho, um leve receio crescendo dentro de mim. Eu me sentei devagar, tentando me orientar.
- Jenna? - chamei, aguardando por algum som que indicasse sua presença. Um calafrio percorreu minha espinha quando o silêncio foi a única resposta.
Levantei-me da cama, guiando-me com as mãos ao longo das paredes e móveis familiares. Caminhei até a sala, meu coração batendo um pouco mais rápido. Fiz uma pausa, tentando escutar qualquer ruído que me indicasse onde ela poderia estar.
Ao me aproximar do sofá, meu celular vibrou em cima da mesa. Peguei o aparelho e ouvi o sinal de uma nova mensagem de voz. Respirei fundo e pressionei o play, o alívio misturado com a preocupação enchendo meu peito ao reconhecer a voz dela.
" - Bom dia, meu amor. - Jenna começou, a voz suave, mas com um leve tom de cansaço. - Eu saí cedo para resolver umas coisas do trabalho. Sei que vou deixar você preocupada, mas prometo que volto logo. Só preciso resolver isso rapidamente e, depois, sou toda sua. "
Desliguei a mensagem, mas a preocupação não se dissipou. Jenna ainda estava se recuperando e, mesmo que tentasse minimizar, eu sabia que seu corpo ainda estava frágil. Ela não estava cem por cento, e insistir em voltar ao trabalho tão cedo não parecia uma boa ideia.
Andei pela casa, inquieta. A insegurança do que ela poderia estar enfrentando lá fora me deixava em um estado de alerta. Sem enxergar, minha percepção de seu bem-estar dependia das palavras e gestos dela e agora, sem qualquer indício físico de que ela estava bem, a incerteza me dominava.
Liguei para ela uma vez, mas a ligação foi para a caixa postal. Respirei fundo, tentando não imaginar o pior. Talvez ela só estivesse ocupada, em uma reunião ou em algum compromisso que demandava toda a atenção.
Caminhei até a cozinha e preparei uma xícara de café, tentando afastar a ansiedade. Tomei um gole, pensando no abraço dela, em como sua presença sempre tinha o poder de me acalmar. E me agarrei a essa lembrança, me dizendo que ela estava bem, que logo voltaria para casa.
Para tentar aliviar a preocupação, sentei-me no sofá, buscando distrair minha mente. Enquanto o tempo passava, minha cabeça vagava em um turbilhão de pensamentos sobre nós duas, sobre tudo que estávamos enfrentando juntos. E naquele momento, percebi o quanto Jenna se tornara parte essencial da minha vida e o quanto eu estava disposta a fazer para protegê-la também.
Com a xícara em mãos e os pensamentos longe, tomei um leve susto ao ouvir um baque na janela que parecia vir da cozinha.
O som inesperado quebrou o silêncio fazendo meu corpo congelar por um instante, o café na xícara esfriou em minhas mãos. Cada ruído parecia mais intenso na ausência de Jenna. Engoli em seco, sentindo meu coração acelerar.
Respirei fundo, tentando manter a calma. Meus passos começaram a guiar-me em direção à cozinha, lentamente, hesitantes. Minhas mãos deslizaram pelas paredes, enquanto eu sentia o piso frio sob meus pés, a cada passo. O ambiente estava quieto, mas o peso da tensão preenchia o ar, tornando o simples ato de caminhar uma tarefa assustadora.
Quando cheguei à porta da cozinha, parei, esticando os ouvidos para captar qualquer som. O silêncio era quase absoluto. Dei um passo à frente, sentindo o coração bater com força, e estendi as mãos à minha frente, buscando me orientar pelos móveis familiares. A cada movimento, eu estava alerta, tentando captar qualquer ruído.
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AMOR EM CORES VIVAS - JENNA ORTEGA / GP!
FanficJulia HolloWay perdeu a visão em um acidente que mudou sua vida para sempre. Antes, as cores e formas eram sua paixão; agora, a pintura se tornou um refúgio, uma maneira de expressar tudo o que sente, mesmo sem enxergar. Ela aprendeu a criar mundos...