☆ Capítulo < XXXV >

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Capítulo 35 = " Desespero na Escuridão "











Zachriel estava sentado, mas o chão frio era sua única companhia. Ele abraçava os joelhos contra o peito, seu corpo trêmulo, os olhos cinzas escuros fixos em um ponto qualquer da parede. Sua mente parecia incapaz de organizar os pensamentos dentro da sua mente . Ele estava confuso, com medo, e cada som ao redor fazia seu coração disparar. A sala em que estava parecia pequena, abafada, sem vida, como se estivesse presa a um silêncio sufocante que ele não conseguia quebrar.

Ele repetia para si mesmo em voz baixa:

___ Papai Severus vai me encontrar. Papai Severus vai me encontrar.

As palavras eram um mantra, algo para se apegar no meio do caos. Mas a imagem de Christopher surgia em sua mente, aquelas mãos grandes e frias que o arrancaram de casa à força. Lembrou-se do tapa, do tom de voz raivoso.

Era como se ainda sentisse a dor queimando em sua pele. Ele passou os dedos trêmulos pela bochecha, onde a marca vermelha do tapa parecia persistir, não apenas fisicamente, mas dentro de sua mente....

Zachriel estava em seu quarto, desenhava com concentração. O morcego que esboçava no papel branco do seu caderno, parecia ganhar vida no papel. Desenhar era sua maneira de se sentir seguro, de colocar seus pensamentos em algo que ele pudesse controlar. Mas o estrondo da porta sendo aberta o fez largar o lápis imediatamente.

- Olá, Zachriel.

A voz masculina o fez arrepiar, era Christopher.

Zachriel sentiu cada músculo do seu pequeno corpo tensionar. Ele não o conhecia aquele homem verdadeiramente, mas a presença daquele homem sempre o deixava desconfortável. Principalmente agora, ao invadir o seu quarto, na sua casa.

___ O que você está fazendo aqui? Cadê meu papai Severus?! - perguntou Zachriel, sua voz falhando na última palavra, encarando a Christopher.

Christopher sorriu, mas o sorriso não alcançou os olhos.

___ Eu sou seu pai, Zachriel. E vim buscá-lo.

Zachriel deu um passo para trás, a cabeça balançando em negação.

___ Mentira! Você nunca será meu pai! Meu pai é o papai Severus! Saia da minha casa!

Mas Christopher se aproximou rapidamente, a força em seus braços esmagadora. Zachriel tentou lutar, mas ele era apenas uma criança, contra um homem adulto.

___ Papai Severus vai vir me buscar! Você não pode me levar! - gritou enquanto era levado.

O coração de Zachriel batia tão rápido que parecia prestes a explodir. Christopher, no entanto, estava calmo, quase sarcástico.

- Ah, mas eu posso, sim. Tenho um mandado do Ministério, do ministro da magia. Agora nesse momento, partir de agora, você mora comigo. Mais uma coisa pode ir esquecendo aquele mestiço sujo. Ele não é seu pai de verdade. Agora poderemos viver as nossas vidas, como pai e filho.

As palavras ecoaram como trovões na mente de Zachriel, mas ele só conseguia gritar:

___ Ele é meu pai! Eu quero meu papai Severus! Quero ir pra casa!

Christopher o apertou ainda mais forte.

___ Já disse que eu sou seu pai! Agora cale a boca, menino ingrato!

O tapa veio com força, silenciando Zachriel instantaneamente. O menino levou a mão ao rosto, os olhos marejados, mas não disse mais nada. Quando chegado perante a grande casa, ele foi jogado num quarto, a porta se fechou com um estrondo, e ele ficou ali sozinho em plena escuridão que lhe ofuscou dentro do seu coração.

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