☆ Capítulo < XXXVII >

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Capítulo 37 = " Revelações e Redenção"


Zachriel estava paralisado, sua mente mergulhada em uma mistura de fascínio e confusão enquanto seus olhos fixavam-se nas asas de Cassiel. O brilho quase etéreo delas era algo além de qualquer coisa que ele já havia visto, tão intenso que parecia irradiar uma calma hipnotizante. Ele não conseguia desviar o olhar.

Os olhos cinza-escuros do menino brilhavam com um misto de curiosidade e espanto. Sua expressão infantil era um reflexo puro de sua alma: inocente, encantada, mas também ligeiramente desconfiada.

Cassiel, por sua vez, mantinha um semblante calmo. Seus olhos azuis cristalinos capturavam cada nuance do comportamento de Zachriel, como se o estivesse analisando profundamente as expressão do rosto do menino. Ele sabia que a criança à sua frente era especial, embora esta ainda estivesse muito longe de compreender como aquele pequeno mortal.

Zachriel finalmente murmurou, sua voz baixa e doce:
___ Você é… bonito. Muito bonito… — A inocência brilhava em sua fala, mas a admiração era sincera em sua voz infantil.

Cassiel sorriu gentilmente dócil pelo o cometário de Zachriel.

___  Obrigado pelo elogio, pequeno. Mas boa parte dessa sua admiração vem do fato de eu ser um anjo. Esta forma que você vê é apenas uma casca, algo que sua mente mortal pode suportar. Minha verdadeira forma seria cegante para olhos humanos.

Zachriel piscou lentamente, absorvendo aquelas palavras. Ele inclinou levemente a cabeça, os cachos castanho-claros caindo sobre a testa de forma desordenada, enquanto um rubor tímido se espalhava por seu rosto.

___  Não sei o que dizer… — murmurou, puxando a barra da camisa, uma típica resposta de sua ansiedade.

Cassiel inclinou-se ligeiramente, mantendo o sorriso reconfortante.

___ Não precisa dizer nada. Mas eu preciso que me acompanhe agora. Temos muito a conversar. Está pronto?

___ Acho que sim… — Zachriel respondeu, hesitante, e logo começou a seguir os passos do anjo.

Enquanto caminhavam pelo jardim, Zachriel não conseguia desviar o olhar das estátuas de anjos espalhadas por todo o local. Suas mãos pequenas tocavam os ornamentos de mármore, como se quisesse confirmar que eram reais.

Cassiel quebrou o silêncio.

___  Vejo que está interessado nas estátuas. Para responder à pergunta que está girando em sua mente: sim, elas são representações de anjos como eu. Algumas, porém, representam anjos que caíram… que foram destruídos.

Zachriel arregalou os seus olhos, franzindo uma das suas sobrancelha.

___ Como você sabia que eu estava pensando isso?

___  Sou um anjo, Garoto. — Cassiel respondeu com serenidade, mas havia um tom divertido em sua voz. 
___ Estou conectado a você, lembre-se. Posso ouvir seus pensamentos como um sussurro.

A boca de Zachriel se abriu em choque, e ele parou no meio do caminho.

___  Isso é… assustador, e um pouco de invasão de privacidade das pessoas. — Ele disse, apertando as suas as mãos contra o peito, um instinto infantil de autoproteção.

Cassiel inclinou a cabeça, o sorriso agora mais suave.
___ Você está correto, mas não precisa ter medo. Eu só quero ajudá-lo.

Ainda hesitante, Zachriel continuou andando ao lado dele. Entraram em um templo antigo, com paredes ornamentadas por pinturas deslumbrantes. O menino olhou ao redor, fascinado pelas representações dos anjos. Porém, algo na pintura central em cima do teto, — anjos caindo em chamas, o deixou desconfortável.

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