Capítulo 37

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Kakashi

Eu queria que o tempo parasse, mas ele se estendia rapidamente no decorrer dos dias.
Foram noites diferentes, estranhas, eu diria. Mesmo que estivessesmos esperando, mesmo que soubessemos disso, tudo havia mudado, pelo menos para mim, dentro de mim.

Observei Aika descendo as escadas com Taki no colo. Uma bolinha enrolada em mantinhas, ela lhe deu um beijo no rosto antes de deitar a miniatura platinada sobre o carrinho, que estava ao meu lado.

Aika era extremamente cuidadosa, ainda que não demonstrasse, era visível que estava cansada, mas ela sempre queria tomar a frente.

— Eu ainda sou um desastre com as fraldas... — suspirou, cansada.

E eu sorri.

— É tudo uma questão de costume... você vai ver.

Ela se sentou ao meu lado, no sofá. Deitou o rosto sobre meu ombro e fechou os olhos.
Agradeço todos os dias que, apesar da mudança de hormônios, ela se manteve firme, alegre.
Aika era uma mãe maravilhosa.

Ela ajeita o vestido azul claro, as unhas estão perfeitamente feitas, vermelhas.
O cabelo sempre muito bem arrumado, e ela está extremamente cheirosa.

Existem dois sinais de que ela é uma nova mãe.
O protetor de seios, que marca um pouco do sutiã.
E as olheiras, das noites em claro.

Fora isso, não existe um grito de angústia que se dissipe pela casa.
Rin teve bastante dificuldade quando Hina chegou a nós. O cansaço... as dores. Não sei se devido à cesárea, mas a aura de Aika era diferente.

Rin queria muito ser mãe.
Aika nunca quis ser mãe.

E de repente ela está aqui, ao meu lado, sendo uma mãe inacreditável.
Algumas coisas aquecem meu coração. Sempre que ela acorda de madrugada para ir ao banheiro ou beber água, ela para na frente do berço, e fica olhando-o.
Depois, beija a ponta de seus dedos e encosta sobre o rostinho do bebê, como se estivesse beijando-o diretamente.

Isso meio que... virou motivo de brincadeira, algo que eu chamo de "beijo Bluetooth". Ela odiou quando "ridicularizei" seu ato super fofo de amor. Mas depois de um tempo, aderiu a brincadeira.

— Estou sentindo cheiro de bebê... — sopro, dando-lhe um beijo no topo da cabeça.

Ela se encolhe, em uma pequena risada.
Essa mulher me encanta tanto...

— Tudo bem... confesso que passei um pouco do perfume de bebê em mim... mas... é que ele... é tão cheiroso — se justifica, e eu acho graça.

Olho para Taki no carrinho. Ele não é um bebê difícil, ele dorme bastante, o nosso maior impasse é que ele tem muitas cólicas.
Os cabelos platinados são cheios, eu simplesmente odeio quando as pessoas vêm nos visitar e diz: "muito cabelo né? Vai cair tudo".

Eu não gosto de tirar os olhos dele.
E eu sei que, em partes isso é um ponto negativo em mim... algo a ser trabalhado.

Desde que Taki nasceu, eu tenho sentido esse sentimento exaustivo.

Porque sinceramente, dentro de mim, depois que soube da verdade sobre Raya, eu me senti horrível.
Senti como se tudo tivesse sido falta de cuidado. Eu não cuidei de Hina o suficiente, e foi assim que Raya passou despercebida.

Taki está com um mês e meio, ainda é novo para nós.
Ainda existem muitos desafios, muitos precipícios.

Ainda teremos as vacinas, quando os dentes começam a nascer, a introdução alimentar, os primeiros passos, as primeiras palavras...

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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𝘼𝙣𝙖𝙩𝙤𝙢𝙮 𝙤𝙛 𝙇𝙤𝙫𝙚  🦋  Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora