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Suado e ofegante, sentia a adrenalina a eletrificar o sangue que corria pelas minhas veias ao dar a última volta ao meu quintal.

O poder sufocante que tomava conta do meu corpo era a razão pela qual os meus membros conseguiam aguentar os últimos minutos da minha corrida matinal.

Esgotado, deitei-me na relva com respirações aceleradas.

O meu peito parecia que ia explodir a qualquer momento por causa da velocidade dos meus batimentos cardíacos.

Para acalmar o meu sistema, foquei o meu olhar nas cores estratificadas que preenchiam o amanhecer do Sol:

De baixo para cima, podia ver uma camada laranja carregada a dispersar-se num amarelo torrado, que por fim, fundia com o azul claro do céu.

Após a minha analise, as minhas respirações já se encontravam regularizadas.

Estava, então, na hora de entrar dentro de casa.

Passando pela cozinha e pelo corredor de entrada, subi as escadas e direcionei-me para a casa de banho onde iria tomar um duche rápido antes que toda a gente acordasse.

Com corpo coberto pela toalha e o cabelo ainda a pingar, fui para o meu quarto que estava um caos.

Chutanto alguma roupa que estava no chão, tentei encontrar alguma coisa de jeito para vestir e, eventualmente, consegui.

Uma t-shirt branca de manga cava com um decote em forma de V acompanhada por umas calças pretas e uns Supras brancos foram as minhas escolhas.

Antes de sair do quarto, agarrei o meu casaco desportivo da equipa de futebol da Glen View High e pus uma alça da minha mochila ao ombro.

A seguir, segui caminho para a cozinha onde já podia sentir o cheiro da comida:

– Bom dia!

Falei enquanto depositava um beijo na testa da minha irmã, Jaytlin, e da minha mãe, Pattie, que já se encontravam sentadas à mesa:

– Vamos fazer a oração?

– Sim.

Respondi, sentando-me rapidamente e dando a mão a ambas.

– Querido Deus, santificado seja o seu nome. Queremos agradecer por nos propocionar mais uma vez uma boa noite de sono. Por favor, abençoe os alimentos que vamos tomar para que eles renovem as nossas forças de modo a pudermos aguentar mais um dia de sobrevivência a serví-lo e a amá-lo. Pedimos perdão pelos nossos pecados e falhas, e deixamos esta oração por meio do seu filho amado, Jesus Cristo.

– Amém.

Falamos todos em sintonia.

A religião era algo bastante importante para a nossa familia, porque o nosso passado não foi recheado de arco-íris e unicórnios.

Passamos por momentos difícieis sozinhos.

Sem familiares, sem amigos, o que nos fez recorrer a Ele para receber força para derrubar as nossas batalhas diárias:

– Importaste de levar a Jaytlin à escola, hoje?

Perguntou a minha mãe ao dar uma garfada nas suas panquecas.

– Tenho muito trabalho por terminar.

– Não me importo, mas acho que não são cinco minutos que irão atrasar ainda mais os teus trabalhos.

– Não comeces, por favor.

– Estou só a dizer...

Murmurei quando levei o meu copo de sumo de laranja à boca.

Undefined Love || J.BOnde histórias criam vida. Descubra agora