| I Want You. |

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Os meus dedos permaneciam inquietos após a pronunciação das minhas palavras acerca dos rumores. O meu interior era o contraste do meu exterior. 

Por fora, aparentava estar calma, silenciosa e controlada... mas por dentro? Por dentro, era uma total catástrofe: As vozes da minha cabeça gritavam sem parar, o meu sangue escorria pelas minhas veias velozmente, vários pontos de interrogação continuavam a surgir constantemente nos meus pensamentos.

Nem eu sabia o porque que o motivo pelo qual o meu coração batia com tanta rapidez, o motivo do medo da resposta que pudesse ouvir e o motivo da ansiedade que eu estava a sentir.

Fui despertada da minha mente desarrumada quando senti os seus dedos a puxarem o meu queixo gentilmente para cima. Sabia que tinha de encarar os seus olhos castanhos claros, mesmo que não quisesse. O meu olhar percorreu a sua face e encontrou um ligeiro sorriso desenhado pelos seus lábios perfeitamente delineados:

- E tu achas que esse rumor vai estragar o que nós temos? - disse ele, despreocupado, como se não tivesse ouvido nada.

Era suposto ficar aliviada com tal resposta. Mas o meu confuso ser não ficou... Até porque, a sua resposta só causou mais perguntas na minha cabeça:

- Não sei, Justin... Diz-me tu. - sussurei suavemente.

- Ambos sabemos que isso é mentira. Então, para que importar com o que os outros pensam? Apenas nós sabemos o que temos.

- Nós? ... - murmurei.

- Sim... - mordi o lábio e desviei o meu olhar. - O que que se passa? - perguntou ele, confuso.

- O que que é esta coisa que nós temos? - perguntei, encarando-o de novo. - Este '' nós '' , este '' algo ''... O que que é? É algo temporário? É o começo do caminho para acabar com um coração partido? É genuíno? Ou é apenas uma brincadeirinha? Eu preciso de saber. Eu preciso de entend --

Quando estava prestes acabar a palavra '' entender '', os meus lábios foram celados pelo seu dedo indicador. A sua mão puxou o meu rosto para perto do seu, fazendo com que as borbuletas aparecessem no meu estomago mais uma vez, com que as minhas bochechas ficassem coradas mais uma vez,  com que os nossos lábios se tocassem mais uma vez e, consequentemente, com que a minha fobia de ser magoada fosse substituida pelo desejo de tê-lo por perto mais uma vez. Mas por melhor que fosse a sensação dos seus lábios nos meus, tive que interromper o nosso momento:

- Para de fazer isso! - reclamei.

- Isso o quê?

- Não podes simplesmente beijar-me quando bem te apetece, muito menos quando estou a tentar falar contigo! Ouviste alguma coisa do que disse, por acaso? - cruzei os braços.

- Ouvi. Tu disseste que precisas de entender isto que temos. E eu estou a dar-te a resposta.

- Como?

- Eu beijo-te, mas tu não hesitas, não recuas, nem paras... Porquê?

- Então... Porque.. P-Porque... - gaguejei.

- Exato! Porque gostas e porque queres. 

- Mas a questão é... O que que tu queres ? 

- Eu quero-te a ti. 

- Porquê eu?

- Porque não a ti? - respondeu ele, sorrindo. 

- Eu só não quero ser magoada, Justin. Eu não quero confiar em ti para depois ficar na merda... Não quero dar um pouco de mim, para depois ser usada... Eu não quero sofrer como no passado.

Undefined Love || J.BOnde histórias criam vida. Descubra agora