| Excuse Me? |

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Antes de começarmos todos a comer, a Pattie perguntou:

— És religiosa, Safyra?

— Não sei, ainda.

Respondi um pouco intimidada.

— Nós somos uma família cristã. Não te importas de abençoar esta comida connosco, certo?

— De jeito nenhum.

Respondi, sorrindo.

Ah... Religião.

Uma questão que a muitos é respondida de forma automática, mas que a outros apenas causa mais e mais dúvidas acerca do seu significado.

Eu sabia que ao entrar num programa de intercâmbio, teria a possibilidade de cair numa família tanto ateia, budista, judaíca, cristã ou católica. Da mesma maneira, tinha noção que teria de respeitar tanto os seus costumes, tradições e regras da família, estando ou não ligadas à religião.

No meu caso, não era capaz de responder acerca do que seguia em termos religiosos, porque a religião sempre foi um assunto vago na minha família.

Não sei se Deus existe. Não sei se Ele não existe.

Não nego como também não afirmo. Assim, fico como naquela reta: como si como sa.

Todos estenderam as suas mãos para a pessoa do lado e fecharam os olhos.

Uma pequena oração foi feita pelo Justin, acabando com um Amém em coro.

Ao todo foi um jantar agradável:

A Pattie não parava de falar o quão bom iria ser o nosso último ano de secundário e como as coisas iriam mudar quando fossemos para a universidade, dando exemplos de experiência própria também.

Também foi bastante divertido sentir os olhares devoradores do Justin em minha direção, sendo que estavamos mesmo um à frente do outro. Not.

A seguir ao jantar, a Pattie obrigou o Jusin a mostrar o quarto onde iria ficar e a ajudar-me com as malas:

— São estas ?

Perguntou ele, olhando para as duas malas no corredor.

— Sim, mas eu posso levá-las.

— Não, leva as mochilas, que eu levo isto.

Ele pegou nas duas malas enormes e bufou:

— Credo, tens aqui o que? Chumbo?

— Perto disso, sim.

Ele começou a subir as escadas, fazendo-me seguí-lo até acima.

O chão do piso de cima era coberto por uma carpete de pelo vermelha, super macia.

Andamos apenas um pouco, até que paramos numa porta preta com a letra J.

— Porque que estamos em frente à porta do teu quarto?

— A minha mãe não te disse? Vamos ficar no mesmo quarto.

— Desculpa?

Undefined Love || J.BOnde histórias criam vida. Descubra agora