— Estás a brincar comigo?
Falei já com os nervos em franja.
Após uns momentos, ele desmanchou-se a rir.
— Estou.
Continuou a rir.
Que idiota.
— Devias ter visto a tua cara.
O que que eu fiz para merecer isto?
— Anda. O teu quarto é nesta porta a seguir.
— Finalmente.
Ele começou andar de novo, ainda lançando alguns risos:
— " Desculpa? "
Imitou ele com uma voz fina enquanto limpava a lágrima que estava no canto do seu olho.
— Pronto, estás entregue.
Disse o Justin, assim que abriu a porta do local onde iria ficar.
Suspirei com a beleza e imensidão do quarto.
Esta casa era algo fora deste mundo.
O chão estava coberto pelo mesma carpete mas desta vez, era preto.
Sobre esse carpete, existia uma cama de casal baixa e dourada com lençois vermelhos, entalada entre duas mesinhas de cabeceira douradas, uma de cada lado, com dois candeeiros pequeninos, redondos e pretos.
À frente da cama, existia uma bancada preta com uma plasma preto em cima.
Ao lado, existia um roupeiro grande, que possuia um espelho de corpo inteiro.
Este quarto era iluminado, não só pelos candeeiros, mas também por duas janelas enormes que davam vista para o jardim da casa, coberto por relva.
— Obrigada pela ajuda.
Disse, olhando para o Justin que estava perto da porta.
Ele limitou-se a sorrir e a fechar lentamente a porta.
Bastou-me sentar na cama e lançar um suspiro para que o meu telemóvel começasse logo a tocar. Peguei no meu iPhone 6s Plus e olhei para o ecrã.
" Pai "
Atendi a chamada:
— Pai?
— Filha! Está tudo bem? Já estás na casa? Chegaste bem? Estás a gos--
— Pai, respira!
Pedi, causando risada nos dois.
— Apenas estou preocupado e com saudades.
— Não tens que te preocupar com nada. Está tudo bem! Sei cuidar de mim mesma.
Ri.
— Sei que sim, querida. Então, como foi o teu dia?
— Correu bem.
— E como foi com a familia? Receberam-te bem?
— Sim, pai. É uma família pequena e simpática. Não tenho razões de queixa!
Tirando a parte em que estou de baixo do mesmo teto que o rapaz mais popular e mulherengo da escola.
— Ainda bem! Fico feliz por estares a fazer isto. Lembra-te que é tudo para o teu bem.
— Eu sei.
Murmurei, olhando para o chão.
— Aonde estás?
— Ainda estou no hospital.
— E a mãe?
— Também. Ela está numa cirugia e eu consegui um descanso de cinco minutos para beber café.
— Aí já deve ser tão tarde.
— É, já são quase duas da manhã.
— Credo... Aqui são nove da noite.
Suspirei.
— Vê se consegues apanhar o fuso horário para não ires a dormir para a escola.
Ri e logo respondi:
— Sim, não te preocupes.
— Bem, falamos mais tarde, okay?
— O dever chama.
Murmurei a frase em coro com o meu pai.
— Adeus, pai.
Bufei.
— Amo-te, Safyra.
— Eu também.
Ao desligar a chamada, atirei-me de costas para a cama, ficando estendida na mesma.
O dever chama
Não é nada menos nada mais que a minha vida inteira numa frase.
A carreira de ambos os meus pais sugava qualquer tipo de tempo que eles pudessem ter, tanto para eles, como para mim. Quer dizer, por alguma razão sou filha única.
Invejo aqueles que têm a oportunidade de chegar a casa e receber um beijo da sua mãe na testa.
Invejo aqueles que têm a oportunidade de assistir as suas séries favoritas no sofá da sala com o seu pai.
Invejo aqueles que tem a oportunidade de passar um fim de semana fora de casa.
Invejo tudo isso, porque é raro ter momentos desses na minha vida com os meus pais.
Tudo a que tenho direito neste mundo de injustiça, devido ao dever que sempre chama, é chegar a casa e receber como boas vindas uma ventania de silêncio.
Saí dos meus pensamentos, assim que comecei a bocejar.
Rolei para a ponta da cama e vi as minhas malas à espera de serem desmontadas.
Bufei e levantei-me. Liguei a televisão em um canal de música para que pudesse ter música de ambiente enquanto arrumava tudo das malas para os sítios certos.
Depois de uma hora e tantos, as malas estavam finalmente vazias.
Peguei numa sweater de casa e umas calças de treino largas pretas, que iam servir como meu pijama. Com a roupa na mão, mais uma toalha no ombro, fui para a casa de banho e tomei um banho rápido.
Voltei para o quarto, já fresca e confortável, e peguei no meu computador.
Reparei logo de seguida que faltava-me a palavra passe do Wifi. Claro.
Ora, como qualquer adolescente do século XXI que não consegue passar mais de vinte e quatro horas sem internet, elaborei o meu plano de busca pela box.
Liguei a lanterna do meu telemóvel, pois toda a gente já estava nos seus quartos, e fui até à sala. Com a lanterna, comecei a minha busca.
Alguns minutos depois, a luz da sala acendeu, fazendo soar uma voz:
— Que que estás a fazer?
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Undefined Love || J.B
Fiksi PenggemarEra só mais uma aposta... Era só mais uma brincadeira entre o capitão de equipa de futebol da Glen View High, Justin Bieber, e os seus companheiros para com as alunas estrangeiras do novo programa de intercâmbio. Cruzando o seu caminho com Safyra...