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Ouçam a musica do bruno mars "talking to the moon" boa leitura

.......

#3 Anos depois#

-Li? - O meu olhar desce até ao pequeno ser que agarra na minha mão. - Onde vamos?

- Vamos ver a tua mãe ao cemitério. - Esboço um sorriso.

- O que é um ce...cemi...cemitelo?

- Cemitério. É o lugar onde estão as pessoas que partiram. É um assunto difícil de te explicar Rose. Quando fores maior vais compreender. - A pequena larga-me a mão e começa a correr. - Rose tem calma.

Finalmente encontro a campa da rapariga que roubou uma parte do meu coração.

#Flashback on#

Os homens da ambulância pedem-me mais uma vez para me afastar do corpo, mas eu não conseguia. Eu não era capaz de abandoná-la. Não agora.

Acompanhei o corpo cada vez mais frio, a cada segundo que passava, até ao hospital. Deitada numa maca, acompanhei-a, agarrado à sua mão até junto de uma porta cinzenta. Disseram que eu tinha que ficar ali e eu assenti. Aos poucos as nossas mãos foram-se afastando e só quando deixei de sentir o seu toque, uma dor ocupa o meu interior. Levaram-na para um sala como tentativa de poderem fazer algo, mas eu sabia que não ia acontecer. Era preciso um milagre e, neste momento, eu não acredito em nada. As minhas costas encostadas à parede vão descendo até contactar com o chão.

As lágrimas tinham parado, eu já não conseguia chorar mais. Sentia-me tão vazio, perdido... aqueles olhos castanhos não abandonavam a minha cabeça, o sorriso contagiante... eu preciso de ti Allie!

Um médico vem ter comigo e com os pais de Allie que já se encontravam na sala de espera, destroçados tal e qual como eu. Harry, Louis, Niall, Zayn, Gemma e Perrie estavam à minha beira a dar-me todo o apoio.

Allie Malik partiu...

#Flashback off#

Três anos se passaram. Três anos longos, solitários e angustiantes. Todas as noites a deitar-me na cama, com um lugar ao meu lado vazio. O lugar que só fora ocupado pela morena. Os meus olhos a olhar para o invisível. Sozinho e pensativo, a tentar imaginar como seria a minha vida se Allie estivesse viva. A pensar em todos os nossos momentos inesquecíveis. Por muito tempo que passara, parecia que o seu perfume ainda permanecia no ar, nos lençóis, na almofada. É como se ela estivesse ao meu lado mas eu não a pudesse ver. Como se ela fosse um espírito e estivesse ao meu lado para me proteger. Todas as noites eu deixava algumas lágrimas soltarem-se mas a solidão e o desespero que sentia ia desaparecendo aos poucos. Eu sentia a sua falta, falta dos seus abraços, dos seus beijos, dos seus sorrisos, das suas gargalhadas. Tudo nela me estonteava, o meu fascínio por ela era enorme. Lembro-me do primeiro dia que nos conhecemos. Era como se tivesse sido ontem e, na realidade, já passou cinco anos.

- Li? Estas a chorar porquê? - Rose agarra a minha mão e olha-me preocupada.

- Porque tenho saudades da tua mãe. - Limpo as poucas lágrimas que escaparam.

- Eu acho que a mamã também tem saudades de nós. A avó disse que a minha mãe estava no céu a tomar conta de mim. - As minhas mãos passam por baixo dos seus braços e forço-me a pegar na minha pequena princesa.

- Ela tem razão. A tua mãe estará sempre no céu a olhar para ti e aqui... - O meu indicador aponta para o local do seu pequeno coração. -... No teu coração.

- No meu? Ela também está no teu coração Li? - Assinto. Minutos de silêncio prolongam-se entre nós até Rose voltar a fazer as suas perguntas. Esta rapariga adorava perguntar sobre tudo. - Li?

- Diz princesa...

- Adoro-te Li. - Rose aperta o meu pescoço.

- Eu também te adoro Rose. - Aperto-a ainda mais nos meus braços e deposito um beijo na sua bochecha.

Volto com Rose para o meu carro. A pequena sobe para o seu banco e eu finalizo com o cinto no seu corpo. Os meus pés guiam-me para o lugar do condutor onde me sento preparado para voltar para casa. O rádio transmite músicas agradáveis aos nossos sentidos. Rose acompanhava-me em algumas canções. Era um momento deveras encantador. A pequena fazia-me lembrar Allie. O seu feitio, os olhos, o sorriso... Perfeita como a mãe. Uma das músicas de Sam Smith "Lay me down" começa a ecoar pelo ar e eu fico atento a letra.

A música chega ao fim e então reparo que os meus olhos estavam húmidos. Fecho os olhos por momentos e tento controlar as lágrimas que teimavam em crescer. As saudades apertavam e eu começava a ficar desesperado com esta sensação de falta. Era tudo tão complicado mas ao mesmo tempo fácil com Allie ao meu lado. Agora, Allie partiu e a minha vida tornou-se demasiado calma e monótona.

Uma criança perdeu a sua mãe aos 2 anos e tem um pai preso que já a raptou. Rose merece ser uma pessoa feliz, não merece o pai que tem e é uma pena não ter uma mãe que possa dar-lhe o carinho suficiente. Mas eu estou disposto a desempenhar o papel de pai e até mesmo de mãe, se for necessário. Eu vou garantir que esta criança tenha um bom futuro. Não vou deixar que o seu passado destrua a sua vida.

O som de uma buzina alerta-me para observar a estrada. Uma carrinha vinha na minha direção sem qualquer controlo e o meu instinto foi desviar o carro. Os segundos seguintes correram demasiado rápido... As rodas a rasgar pelo chão negro, a carrinha a chocar contra a parte lateral do carro, os gritos de Rose! O veículo dá duas voltas, deixando-nos de pernas para o ar. Abro os olhos e observo o que se encontrava a minha volta. Vidros no chão, sangue espalhado pelos meus braços, o choro da pequena criança, fumo por todo o lado, vozes e, ao longe, já distinguia as sirenes da ambulância e da polícia.

Olho para Rose e vejo que não está ferida, já eu não podia dizer isso. Não tinha usado cinto e o embate deixara-me com imensas dores. Gatinho até a parte de trás e, cuidadosamente e com alguma dificuldade, retiro Rose do banco. O meu corpo abraça a pequena e deixo-me cair no teto do carro. Os sentidos começam a atrofiar-me e as tonturas ganham posse do meu corpo.

Eu prometo que vou tomar conta dela Allie... Eu ficarei com ela até ao último suspiro da minha vida. Eu vou amá-la como se fosse do meu sangue e tornarei cada momento numa memória.

Os meus olhos fecham e partem para a escuridão, um local negro e assustador onde não há qualquer luz que te guie, apenas o escuro e nada mais...

......

OMD OMD OMD!!!!! OMDDDDD 

acabou :'( memories chegou ao fim!!!!!!!!! 

Quero agradecer a todas vocês que acompanharam a minha fic do inicio até aqui. Obrigada pelas leituras, pelos votos e pelos comentários lindos *-* OBRIGADA!! 

Dedico este capitulo a todas as minhas maravilhosas leitoras que sempre me apoiaram <3 

#vota e comenta, não sejas um leitor fantasma#


p.s: vai haver segunda temporada por isso, estejam atentas ao meu perfil. quando publicar a segunda temporada aviso aqui!!

Memories // Liam PayneOnde histórias criam vida. Descubra agora