Garoto Oculto [EM REVISÃO]

Caρítuło 3 ◆ Pré-conhecimento (REVISADO)

Ela olhou profundo nos meus olhos e logo outra lágrima escorreu, senti que precisava abraçá-la. E não hesitou, retribuindo o aperto de uma maneira que fiquei surpreso.

  — Me desculpe... — Disse ela, desmoronando no meu ombro.

  Sei que ela está sofrendo por algo que deve ser grave, porém, eu estava gostando de estar ali abraçado com ela. Mesmo sendo uma garota, digamos que, estranha, pois, minutos atrás, ela queria me matar, e, agora, está completamente vulnerável. Perdeu a pose de durona, dando espaço ao seu lado sensível... Assim, do nada.

  — Não foi nada... Esquece. — Digo ainda sem entender o porquê dela chorar. Aliás, um choro calmo e disfarçado. Sem escândalos, como é comum nas garotas.

  — Você pode me levar até em casa? — Pergunta se afastando um pouco.

  — Claro que sim... Vamos nessa! Você que guia. — Digo limpando as lágrimas em seu rosto com os meus polegares e ela abre um leve sorriso.

  — Então vamos. — Respondeu me puxando pelo braço.

  — Hey! Calma, apressadinha! — Começo a rir dela continuando a me puxar pela estreita calçada.

  — Que cabeça a minha... Eu ainda não sei o seu nome. — Solta o meu braço e com a mão que me segurava, alisa seu cabelo.

  — Klaysller, mas pode me chamar de Klay. — A olho e jogo uma piscadela, ela desviou o olhar.

  Chega o fim da calçada e continuamos a caminhada pela rua.

  — Nome diferente...

  — Digo o mesmo do seu, Hívena. — Dou ênfase. — Não me pergunte de onde surgiu, até hoje ainda é um mistério.

  Ela rir.

  — Você é um garoto legal... — Abriu outro sorriso, mas desta vez tímido.

  — Você também não é chata... — ironizo. — Mas o que aconteceu... Por que você chorou? Tá afim de contar? — Vejo sua expressão mudar. Acho que fiz demasiadas perguntas.

  — É complicado... — Ela pausa, olhando uma velhinha abrir uma sombrinha florida ao sair de casa devido ao sol quente. — Vim morar com meus avós maternos, por que meus pais estão se separando, e isso tá me abalando bastante... Sou muito apegada a eles. — Terminou falhando na voz.

Parei a sua frente e a seguro pelos braços.

  — Não fique assim... Tudo vai se resolver, você vai ver.