Klaysller, ou melhor, Klay Montenegro é um simples garoto reservado em seus atos e pensamentos. Descobrindo a si próprio, se aventura em várias confusões. Paz interior, ser discreto e fugir de intrigas são riscados da sua lista quando entram em cena...
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"Klay"
Larissa chegou me fazendo perguntas sem nexo só para provocar a calma e plena paciência da Hívena, e quase conseguiu.
— Ignora, lembra? — Cochichei no ouvido da minha namorada.
Hívena a encarou com vontade de fazer sei lá o que, coisa boa não era, mas desviou olhar para mim e respondi com um sorriso de canto.
Olho para Larissa por uns segundos evitando o seu belo par de olhos traiçoeiros. O que ela quer? Será que faz isso por diversão ou chamar atenção? Ainda não sei, e sinceramente não vou e nem posso negar que gosto disso. Para quem não tinha garota alguma, problema resolvido com duas e, bem das complicadas.
— No que está pensando? — Perguntou Hívena.
— Estou tentando raciocinar esse negócio. — Aponto com o lápis as formulas matemáticas. — Nunca entendi pra que misturar letra com número? — Franzi a testa.
— É, eu também não sei pra que... — Disse Larissa que havia mudado de lugar para bem próximo do seu primo Romário.
— Pois eu entendo, estou olhando para uma fração de intrometimento e três ao quadrado de não mereço isso.
Hívena deu ênfase encarando-a fulminante.
— Você é uma abusada ao cubo. — Ironizou Larissa nem um pouco se importando com as consequências.
— Se eu sou uma abusada, você...
— Hívena, não precisa disso! — repreendi. — Que tal uma volta pra esfriar a cabeça, quando se acalmar vou até você.
— Olha... Vou mesmo, esse clima deixa qualquer um doente. Vamos. — Ela levantou enlaçando meu braço.
— Vai indo vou só terminar isso aqui e já vou. — Desviei o olhar para o caderno.
— É Klay, fica aqui comigo. — Disse Larissa com um tom de voz meloso e extremamente irritante.
Se a Hívena tivesse qualquer tipo de super poder com certeza, e razão, ela estaria fazendo uso nesse momento de todas as formas terríveis e macabras que se possa imaginar.
— Ótimo, fique ai mesmo Klay se divertindo com essa... Ah! — Hívena deu as costas saindo porta a fora até o quintal.
Me levantei e andei até a sala.
— Larissa... — Chamei e ela me olha sorridente. — Faz favor... — Faço sinal com a mão.
O sorriso se engrandeceu de orelha a orelha, ela veio praticamente saltitando e os olhares dos parças foram para mim sem entender. Realmente é um tanto estranho, despacho minha namorada e chamo a coleguinha irritante dela.
— Fala meu bem... — Larissa me encarou.
— Nada de meu bem! ApenasKlay, ok? — Falei sério. — Agora me diz por que está fazendo isso?
— Isso o que? — Ela arqueou as sobrancelhas.
Solto um suspiro.
— Por favor, não se faça de desentendida. Você fica provocando a Hívena, por quê? — Encaro-a.
— Eu provocando? — Ela arregalou os olhos. — Claro que não, é só meu jeito mesmo, Klay... Sou imperativa, não consigo ficar quieta. — Disse andando de um lado para o outro.
— Sei... Muito com vicente sua historia. Hollywood adoraria comprar os direitos dela. — Ironizo sem tom de comédia. — Só te peço uma coisa: pare com o que pretende ou, não respondo pelos atos da minha namorada.
— Ai nossa, agora estou com medo. — Ela põe as mãos no rosto. — Me protege Klay. — Disse tirando sarro do momento.
— É sério Larissa! — Alterei a voz sem querer, vizinhança inteira deve ter ouvido. — Seu primo é um parceirão pra mim e não quero ficar de mal com a prima dele, vamos parar com isso.
— Mas porque você fica me ignorando na escola, quando me ver desvia o caminho. Isso que eu quero entender... — Ela passou a mão no cabelo colocando o que pode atrás da orelha.
— Não quero problemas pro lado. — Dei de ombros.
— Problemas? Do que você ta falando, se é por causa da sua namorada... — Ela revira os olhos balançando as mãos no ar. — Eu posso tentar conversar com ela.
— Melhor não, quer saber? Fica longe dela, do jeito que você a irritou hoje... Não sei nem do que ela é capaz.
— Hum. — Ela faz um giro com seu corpo permanente no mesmo lugar. — Mas...
— Mas nada né? Agora chega, se a Hívena nós ver aqui conversando...
— Então, a gente pode ser amigos? — Ela faz uma cara de cachorro sem dono.
— A vida se encaminha Larissa. Se encaminha. — Disse me afastando. — Agora vou atrás de resolver problemas. — Adentro a cozinha olhando pra tudo que seja objeto e ignorando por completo a galera na mesa. Odeio passar num lugar onde todos me olham, parece que eu esqueço como se anda.
No quintal estava Hívena sentada em um balanço que era amarrado no galho de uma árvore. Marcos disse que já caiu varias vezes dele, numa dessas quedas quase quebrou o pescoço. Que sem noção. Diz ele que as brincadeiras acabaram, agora é só irmãzinha dele de sete anos. Tenho minhas dúvidas a respeito.
— Oi, princesinha... — Percebi seus olhos vermelhos. — Não fica assim. — Passo a mão em seu cabelo.
— Eu estou bem, estou ótima. — Abre um largo e forçado sorriso. — Minha raiva desceu junto com as lágrimas. — Ironizou.
— Não vale a pena chorar por isso. — Me afasto um pouco.
— Volta aqui bobo. — Disse ela e vou tomando distancia até ver o meche de suas pernas para pegar impulso no balanço e se deixar levar por ele. O galho treme e toda a árvore fica em sincronia com as idas e vindas cortando o ar e fazendo bagunça no seu cabelo.
— Vou empurrar... — Falei já indo para trás dela. — Quanto mais alto melhor.
— Não Klay, não quero! Eu vou ficar enjoada. — Respondeu tarde demais. — Para! Eu tenho medo. — Gritou ao mesmo tempo que ouvi risadas.
— Está rindo de nervoso então? — quis saber.
No fim de tudo ela estava se divertindo, mas não queria admitir. Talvez pra ela a raiva devia ser mantida. Parei de empurrá-la assim que vi algo pular de seu bolso e cair no gramado. Por sorte é macio para amortecer a queda.
— Meu celular! Se tiver quebrado vou ganhar um novo. — Gritou ela ainda no embalo.
Pego-o e a tela estava acesa e uma coisa me chamou bastante atenção. Mensagem do tal Eythan. Porque ela tem o número desse cara? Não! Porque ele tem o número dela?
— Aconteceu alguma coisa? — Ela saltou do balanço ainda no alto.
— Também gostaria de saber Hívena. — Apenas a encarei sério e corri com o celular adentrando a casa.
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