Hívena— Acho que está bom. — Falei para mim mesma, em frente ao espelho. Faço algumas poses, verificando o vestido branco, estampado com pequenas flores. O cabelo, deixei solto mesmo e fiz uma leve maquiagem, sendo olho marrom esfumado e batom rosa bem claro, em que os lábios ficam mais evidentes.
Daqui a pouco, o Klay aparece... Onde será que vamos? Ainda não tenho a menor ideia. No entanto, qualquer lugar serve, claro, com uma certa exceção. Só não quero ficar em casa. Com as mãos, dou uma leve bagunçada no cabelo, deixando-o mais despojado. Quando ouço o soar da campainha.
Acho que é ele... Não, Hívena! É o entregador de pizza, que veio por livre e espontânea vontade.
Antes de me despedir dos meus avós, eles já impuseram a regra de estar em casa antes das onze horas. Fazer o quê, tem que respeitar os mais velhos. Abro a porta e o Klay, que estava de costas, se vira pra mim. Ele me olhou de cima a baixo, boquiaberto, e sorriu. Camisa cor de vinho, com as mangas puxadas até os cotovelos e calça jeans. É... bonitinho — se ele fosse telepata, eu ganharia um golpe de luta surpresa agora. — Enfim, ele está bonito.
— E aí, vamos? — Continua com o sorriso. Fecho a porta e passo por ele, sentindo o seu perfume, ainda mais intenso.
— Nossa, você tá...
— Feia, já sei. — Abaixo a cabeça, fazendo drama.
— Não, quê isso! Você está linda. — Disse, erguendo meu rosto pelo queixo.
— Que gentileza. — Ironizo. — Obrigada. — Sorri e ele resmungou.
— Onde vamos? — Ele perguntou, com a mão atrás da cabeça.
— Não sei. — Forço um sorriso e ele me encara.
— Como não sabe? — Perguntou, surpreso, com as sobrancelhas arqueadas. — Que eu me lembre, foi você que chamou pra sair.
— Desculpa, eu não conhecer nada por aqui, moço. — Torço a boca, como desfeita.
— Deixa eu pensar... — Disse com a mão no queixo. — Ah, vamos no cinema, ainda dá tempo de entrar na seção das oito e meia.
— Ótimo, mas qual filme está em cartaz? — Quis saber.
— Ah, sei não... vamos saber quando chegar lá. — Dá de ombros.
— Espero que não seja terror. — Faço cara de choro, temendo o pior.
— Não gosta, é? — Ele me encara, de forma assustadora. — Pois, agora eu torço pra ser terror. — Praguejou, rindo de canto.
— Se for eu não vou assistir, morro de medo.
— Deixa de ser mole, Hívena, não tem nada de mais. Bora, que o táxi já está esperando.
— Oh gente, a mamãe ainda não liberou o carrinho para o filhinho dirigir. — Digo com voz de criança, o seguindo. Ele para, de repente, me encara sério e engulo aquilo à seco.
— Vai esnobando. — Passa o dedo no meu nariz, com um leve sorriso nos lábios e segue a mão para o meu cabelo puxando uma mecha. Doeu? Sim, doeu, e ele percebeu, ao correr, antes que eu fizesse alguma atrocidade.
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Garoto Oculto [EM REVISÃO]
Teen FictionKlaysller, ou melhor, Klay Montenegro é um simples garoto reservado em seus atos e pensamentos. Descobrindo a si próprio, se aventura em várias confusões. Paz interior, ser discreto e fugir de intrigas são riscados da sua lista quando entram em cena...