À espreita

7 0 0
                                    

Madre Luiza havia dado à Sabaah o endereço da antiga casa de Elóren.
E ao perceber que havia um engano Sabaah se enfureceu completamente .

Depois de liberar totalmente sua fúria ele lembrou de uma coisa que jamais deveria ter esquecido, então à encontrou.
E lá estava ele parado em frente a casa de Elóren.

Como eu fui tolo me estressando por pouca coisa, sabendo que sou ligado a ela .

Finalmente minha pequena eu te encontrei .
Fiquei anos sem te ver e agora não contenho minha ansiedade de finalmente poder pegá-la no colo, acariciá-la, e te dar a atenção que você merecia ter recebido de mim.

Sem ezitar, Sabaah entrou no quintal e caminhou em direção à casa .
Ele viu que as luzes estavam apagadas .
Então com certa prudência ele levantou vôo e subiu até a sacada do quarto de Elóren, pela janela de vidro ele a observou de longe e viu que ela estava a dormir .

Como minha menininha cresceu ! Nem parece a garotinha que eu peguei no colo tantas vezes .

Ela já se tornou uma mulher, agora vejo quanto tempo eu fiquei longe.
Como os anos passaram rápido .
Ela ficou tão linda quanto a mãe.
Me pergunto como ela ainda está aqui. Como o vadio do pai dela não veio buscá-la ainda ? Depois de tantos anos sem o escudo de proteção . O que será que ele está tramando?

Tenho certeza que ja deve ter mandado seus buscadores, para encontrá-la .
Preciso saber o que se passa antes de me aproximar dela .

Pois está muito fácil.
Está me cheirando a armadilha.

Terei que ser prudente agora .

Droga, ela está acordando...

Quando Elóren se levantou... Sabaah se escondeu para que ela não o visse, depois de alguns minutos ela voltou para a cama e adormeceu .
Sabaah ficou a olhando dormir até o dia amanhecer.

Depois ele foi embora.
Sabaah tinha planos, e queria concretizá-los o mais rápido possível.

Enquanto a Elóren... ela recebeu uma inesperada e terrível notícia na manhã seguinte, notícia que a fez perder completamente o chão.

Sua mãe Marina estava novamente com câncer, e dessa vez era no baço .
E o pior é que ela sabia mas havia escondido da família pois não queria viver enfornada em um hospital e perder a adolescência de Elóren e os momentos felizes em família.

Bartolomeu estava furioso, por Marina ter escondido algo tão sério.

Elóren: - Que desgraça, meu Deus.

Bart: - E bota desgraça nisso.-Eu não acredito que ela me escondeu algo tão grave meu Deus do céu. - O que eu faço ?

Elóren: - Manteremos a calma, se Deus quiser tudo vai dar certo .

Bart : - Tem que dar.
-Agora ela terá que ficar no hospital fazendo exames atrás de exames para verem em que estágio está essa maldita doença.

Elóren: - Você tem que dormir, está horrível.
-Deixe que eu levo as roupas e os pertences, pegarei um táxi agora e já vou e você descanse.

Bart: - Okay, você está certa .
-Diga a ela que a amo e que mais tarde eu voltarei para vê-la.

Elóren: -Está bem ! .

                        ***

No caminho para o hospital senti que estava sendo seguida, até mesmo no táxi que eu peguei, senti que alguém estava alí ao meu lado, me observando.

Finalmente cheguei ao meu destino, paguei o táxi, e segui em frente, subi umas escadas brancas que estava molhada da garoa que havia caído naquela manhã, segurei firme no corrimão de cor cinza com medo de escorregar nas escadas e cair .
Se caísse também, não iria ter problema, mas seria irônico me machucar na frente de um hospital.

Ao entrar, senti aquele cheiro que todo hospital tem invadir meu nariz e me causar um pouco de dor de cabeça.
Avistei uma enfermeira na recepção  e perguntei como deveria fazer para ver minha mãe, e entregar suas roupas e seus objetos pessoais .

A moça morena de traços asiáticos perguntou o que eu era da pessoa que estava procurando, então disse que era filha e que viera trazer algumas coisas para ela, a mulher pediu para que eu a acompanhasse .
Assim então fiz até chegar no quarto que minha mãe estava .
Dei sorte que havia ido no horário de visita então eu pude ficar com ela por um tempinho.

Ela estava um pouco pálida e sua face era triste, mas mesmo doente ela não perdera sua beleza.

Ela me dissera que teria que passar por sessões de quimioterapia e que não queria passar por aquilo de novo . Disse que preferia morrer a ter que se sujeitar aquilo novamente .
Que se fosse para morrer, ela queria morrer em paz, na sua casa ao lado de sua família que tanto amava e não em uma cama de hospital, cheia de aparelhos .

Ao dizer isso, eu não aguentei o choro e caí em lágrimas em cima dela .
Ela me implorava para que eu falasse com Bart para ele tirá-la daquele lugar .
Por um lado eu queria fazer a vontade dela e vê-la feliz, mas por outro não queria perdê-la então disse que não poderia fazer isso, se não ela iria me deixar.

Eu não queria ser egoísta, mas a situação pediu que eu fosse prudente, mesmo que àquilo me matasse por dentro.

Enfim acabou o horário de visitas e eu tive que ir embora.

Eu estava acabada, desorientada e sem chão, e ainda quase fui atropelada por um maluco que passara em alta velocidade .
Se ele tivesse me matado naquele instante eu teria me sentido feliz .

Pois por dentro estava morrendo vendo a única pessoa que me deu tanto amor na minha vida, morrer .

Apesar de os médicos não terem falado isso, eu sabia o que estava por vir, não queria, mas sentia que algo terrível iria acontecer .
















Se reveleOnde histórias criam vida. Descubra agora