O inferno de paredes brancas

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-O quê ??? -Me soltem seus brutamontes .
-Eu vou matá-los.

-Filha se acalme, vai ficar tudo bem.

-Tudo bem? - Você está de brincadeira comigo ? - Não acredito que quer me internar em um hospital de loucos !
-Eu não estou loucaaa !!! -Não estou !!!!

Elóren estava fazendo o maior escândalo com os enfermeiros que foram buscá-la .
Ela mordeu um deles tão forte que rancara sangue do pobre infeliz .
Ela estava impossível, incontrolável, e camisa de força alguma a segurava, deram um sedativo nela, mas invés de ajudar a deixou com mais raiva e sangue nos olhos .
Ela pulou, gritou, mordeu, chutou e machucou os cinco enfermeiros que lá estavam.
Levou duas horas para que conseguissem sedá-la completamente. Então após sedá-la, a levaram para o hospital psiquiátrico.

                        ***

Ao abrir os olhos,  Elóren olhou a sua volta e percebeu que estava em um quarto branco, acolchoado e sem janelas, ao tentar mexer seus braços notou que estava em uma camisa de força.
Perto da porta havia uma mulher de aparência velha, cabelos encaracolados até os ombros e uniforme azul, sentada em uma cadeira, lendo algo que parecia ser uma revista.

Elóren sorriu ironicamente .
Eles pensam mesmo que eu vo fica aqui nesse lugar? - Eles vão ver só!

-Ei,  me tire daqui, eu não sou louca .
-Ei está me ouvindo ? - Estou falando com você.

Dizia Elóren alterando o tom de sua voz .

-Por acaso você é surda ?

-Não, mas não tenho permissão alguma para falar com os pacientes, principalmente com você.

Elóren olhou zangada para a velha enfermeira, tentando se levantar ela sentiu-se tonta e vomitou em si e no chão todo . 

-Oh meu Deus... menina, espere um instante que vou buscar algo para limpá-la .

Em instantes a mulher voltou com uma toalha, um balde e um esfregão.
Limpou Elóren, o chão e  depois saiu novamente.

-Aonde vai ? - Ei ...

Minutos depois ela voltou na companhia de um homem alto de boa aparência, cabelos e olhos castanho, vestindo um jaleco branco . Era o doutor Dener .

Olá como está minha paciente?

-Como estou? -Como ...
estou ?
-Bom eu estou em um hospital de loucos, sendo que eu não sou louca, amarrada com uma camisa  de força e cheia de vômito... é assim que eu estou .

-Vejo que está bem alterada também né mocinha .

-Cadê minha tia, quero vê-la.

Lamento mas não poderá vê-la, ela a deixou sobre os meus cuidados, e daqui você não sai até estar em sua sã consciência .

-Eu estou em minha sã consciência !!! Ela gritava .

-É estou vendo, dizia o doutor irônicamente.

Ele deu sinal para a enfermeira  e ela saiu .

Bom vamos conversar... Irei fazer umas pergurtinhas a você e quero que me responda com sinceridade está bem ?

Então eles entraram em um diálogo incessante .
Depois de muito conversar com Elóren ele não conseguia deduzir o porquê da garota ter sido internada naquele lugar pois naquele momento ela parecia estar sã. Um pouco nervosa mas sã.
Minutos depois um enfermeiro bate á porta .

-Olá, posso entrar Doutor ?

-Sim Mário, faça o favor.

-Vim trazer os remédios da selvagem .

-Como é que é ? - Esse otário me chamou de quê ?
Disse Elóren indignada.

-Calma menina, Mário tem um senso de humor meio peculiar.

-Anda toma logo esses calmantes antes que você nos morda .
(Risos)

-Enfia esses calmantes no seu @#$&@_&# pra vê se acalma essa sua vontade de dar .

-Olha que boca suja tem essa sua paciente em doutor.

-Deixa Mário, deixa ela se acalmar.

-Eu nunca irei me acalmar presa nesse lugar, e ainda tendo que ouvir piadinhas de um merdinha que se diz enfermeiro.

-Olha mas que pavil curto você tem em garota.

- Não tão curto quanto seu pênis !

(Silêncio)

Doutor Dener explode em uma crise de risos.

Mário olhava com ódio para Elóren dizendo .
- Engula logo esses remédios menina, estou perdendo a paciência.

-Me obrigue !

Ela olhou fixamente dentro dos olhos dele, seus olhos ardiam de raiva, então estranhamente ele apenas deu meia volta, abriu a porta e saiu, levando os remédios enquando Dr. Dener dizia em voz alta ainda rindo .

-Ei Mário aonde está indo ? E os remédios?
Mário? Esses enfermeiros .

Mário parecia não escutar o que o médico dizia. Ele apenas saiu da sala com um olhar vazio, como se estivesse em transe.

-Bom menina preciso ir, tenho outros pacientes . - Comporte se.

Doutor Dener sai do quarto da garota .

Depois de alguns minutos entra a velha enfermeira trazendo
uma sopa de aparência amarelada e rústica.

Levando a colher de sopa a boca de Elóren ela diz .

-Vamos menina, tome .

-Eu não vou tomar essa sopa nojenta, quero ir embora deste lugar .

-Tome logo a sopa e pare de reclamar. Disse a velha enfermeira.

-Me obrigue a tomar .

-Okay então eu vou ficar aqui até você tomar a sopa toda .

-Tudo bem eu vou tomar a sopa e descansar um pouco, se a senhora puder sair eu agradeço.
Obrigada.

-Eu imagino que você irá querer dormir depois dessa sopa mesmo né querida, aliás depois que a gente come dá um sono.

Depois que a velha saiu Elóren jogou logo a sopa fora. Havia remédio dentro da sopa, e ela não sabe como mas sentiu o cheiro do remédio de longe.

Seu olfato ultimamente estava mais apurado, e todos seus sentidos muito mais sensíveis. No fundo ela sabia o porquê. Havia algo de muito confuso, estranho e ao mesmo tempo excitante acontecendo com ela, era uma mistura de emoções alucinantes.
Já estava muito difícil aceitar seu verdadeiro eu.
Mas mal ela sabia que ela era filha do próprio mal.

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