A decisão

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Clary estava começando a digitar a resposta quando a mãe a chamou para jantar.
- Clary, querida. Vem jantar.

- ESTOU INDO MÃE! - ela gritou.

Pegou o celular da cama e continuou a digitar.

Jace eu... Acho melhor.. Não nos vermos mais.
Desculpa
Clary.

Ela pensou muito antes de enviar. Poderia estar sendo uma.covarde, apesar de que, ela nem sequer sabia direito o que estava sentindo com relação a Jace. E se estivesse sendo só uma paixonite? Talvez acabasse como das outras vezes.

Mas ela tinha a estranha sensação de que não iria acabar tao cedo.
Deixou o celular na cama e saiu ao encontro de Jocelyn e Luke, que já havia chegado em casa.

- Oi Luke. Oi mãe! - Clary tentou com sucesso parecer normal.

Ela tinha essa habilidade, de parecer bem mesmo quando lá dentro ela estivesse em uma.enxurrada de sentimentos que não sabia que existiam.

- Oi Clary. E aí, treinou bastante?

- Uhum - Ela falou sem olhar para os dois. Jocelyn nem podia sequer imaginar o que acontecera no treinamento de sua filha.

- Que bom. Acho que vou conseguir um tempo para treinar você. Assim podemos ficar mais próximos e você evita de ir sempre aos Lightwood.

- Ótimo. - Foi o que Clary conseguiu dizer. Ela havia percebido a sacada de mestre de Jocelyn. Afinal, o que ela tinha contra Jace? Ela nunca foi contra os repentinos namoros da filha, e justamente quando ela encontra um cara diferente e que a faz se sentir diferente, ela cisma com ele.

Quando acabou o jantar, finalmente, Clary se levantou da mesa, com um sorriso murcho no rosto. Colocou o prato na pia e falou:
- Luke, hoje é o seu dia.

Ele olhou pra Jocelyn que arqueou a sombrancelha concordando com a filha.
- droga! - ele falou, quase sorrindo.

- Escove os dentes viu querida? - foi o que Clary ouviu quando estava prestes a entrar no quarto.

- Eu tenho 17, não nove anos,mãe! - Ela falou, alto o suficiente para que a mãe pudesse ouvi-la.

Entrou no quarto rapidamente, com um único pensamento: a mensagem de Jace.

*****
- Ela não quer mais me ver, simples assim, Izzy.

- A mãe dela também é uma Chata de galocha, AFF. Eu não imaginei que Clary pudesse acatar as ordens da mãe tao rápido assim. Ou talvez ela nem goste de você como você queria que ela gostasse...

- É, talvez. Mas não era isso que ela mostrava quando nos beijavamos, Izzy. Eu sei que você sabe do que eu estou falando porque você vive beijando o nerd ...

- Já falei pra você parar de chamar meu namorado assim!

- Foi mal. Força do Habito - Jace deu um risonho sem graça. - Mas e aí? O que eu faço? Essa garota não sai da minha cabeça, Izzy! Isso nunca aconteceu comigo. e agora ela quer se afastar de mim.. E.. Eu.. Simplesmente...

- Calminha aí, amigo. Vou ligar pra Clary e conversar com ela. Daremos um jeito nisso. Se eu não conhecesse você tao bem.. Eu diria que está apaixonado.

- Eu? Apaixonado? - Jace deu uma risada alta. - isso foi uma piada?

- Não, Jace. Isso não foi uma piada. E talvez você esteja sim, apaixonado. Só não quer admitir pra si mesmo.

- Tudo isso porque eu não entendo porque Clary se afastou de mim? Poupe-me, Isabelle. Já esqueci, até.

Ele levantou-se irritado e saiu do quarto, deixando Isabelle sozinha.

- Garotos... - Ela bufou. E pegou o celular para ligar pra Clary.

****

Clary estava desenhando Jace quando seu celular tocou em cima da cama. Ela sentiu o coração pular, achando que talvez fosse ele. Mas não era. Era sua amiga, Isabelle.

- Izzy?

- Oi C. E , beleza?

- Mais ou menos.

- o que houve?

- A minha mãe. Cismou com Jace. Ela não quer que eu o veja ou sei lá o que...

-e você, acatou sem protestar o pedido dela não é?

- Jace te contou não foi? - Clary falou, com raiva. - Porque ele fez isso?

-porque eu sou sua amiga. E, na boa, Clary, acho que essa sua atitude não foi legal. Você não foi leal aos seus cabelos vermelhos rebeldes.

Clary teve vontade de rir. Mas sabia que a amiga estava certa. Ela havia vacilado. Ela havia recuado. Quando na verdade, deveria lutar pelo que sentia por Jace.

- Essa não é você. Toda regrada. Sua mãe é um a chata.

Clary teve de concordar com a amiga. Aquela não era ela. E, sim. A mãe dela era uma chata de galocha.

- Eu sei Izzy. Mas.. Eu não sei o que eu tô sentindo pelo Jace. Pode ser apenas atração física. Pode sumir rapidinho.

- Uhum.. Isso eu entendo. Mas você não quer tentar? Não quer saber o que realmente sente por ele? Ele acabou de sair do meu quarto chutando tudo.

- Eu imagino. Aposto que ele nunca tomou um fora.

- Nunca mesmo. - Izzy falou rindo - Principalmente por celular. Mas pensa no que eu te falei. Tenta conversar com sua mãe.

- Vou pensar.

- Pensa bem, hein? Amanhã vou passar .

- tudo bem. Pode vir.

- Beijos gata ruiva.

- Beijos super Z.

Ela desligou o celular. Realmente, naquela noite ela tinha de fato algo em que pensar. Jace.

Enquanto isso, no Instituto, Jace subia até o jardim que ficava no ultimo andar e olhava o céu estrelado. Ele também tinha algo que pensar. E pela primeira vez esse algo era uma garota.

Esse algo era uma marreta garota de cabelos vermelhos chamada Clarissa.

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