E agora?

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- Como assim? Foi ele que fez isso com você?

- Foi..

- Já passou alguma coisa no lábio? Álcool, gelo..?

- Não.. mas..

- Vem, vamos la na cozinha.. - Ela se levantou, e o puxou levando-o feito um cachorrinho abandonado.

- Eu estou bem.

- Não está, não. Isso aí vai ficar roxo se não passarmos nada.. larga de teimosia e me segue..

Ela andou na frente, enquanto ele ainda a seguia, meio maravilhado pela preocupação, mas meio preocupado com o fato de Sebastian estar por aí.

- Senta aí - ela apontou para uma cadeira.

Ele obedeceu.

Clary foi até a geladeira, de onde tirou uma forma de gelo.

Pegou alguns cubos e foi até o armário de onde tirou um saco plástico transparente.

Colocou o gelo dentro da sacola plástica e voltou-se para Jace.

- AIIII Carambaaa! - ele falou assim que ela colocou o gelo e retirou.

- É, eu sei que dói, mas é melhor do que ficar com a boca roxa não acha?

Ele assentiu e continuou deixando que Clary cuidasse da boca dele.

Demorou -se mais uns quinze minutos até que a garota saiu de perto dele e falou:

- Pronto. Nem doeu. - ela sorriu.

- pra você né?

- Agora quero saber o que aconteceu...

- eu vou contar, mas vamos sair daqui, sim?

- Tudo bem. Vamos pro meu quarto . - Clary falou, e ao ver o sorrisinho de jace, completou. - Conversar, Jace. Apenas isso.

Quando chegaram, ela sentou-se na cama, enquanto ele ssntava ao seu lado.

- Pode começar, sou toda ouvidos.

- assim que você entrou pra conversar com sua mãe, lembrei que precisava ir até Bane para tentar conseguir de volta as minhas armas que deixei no Instituto de Paris pelo portal. Mas Bane explicou que era perigoso demais. Se eu fosse pelo portal, talvez... - eu nem voltasse mais - e isso não era o que eu queria.

Seus olhos brilharam pra Clary.

- Então saí de lá, um pouco inconformado por não conseguir pegar minhas armas de volta. As minhas favoritas.

Eu vim andando, você sabe que não é tão longe assim.

- Assim que passei por um beco, onde costumava ficar anos atrás, alguém me deu uma gravata por trás e embora eu tentasse me soltar, a pessoa era forte demais. Então ele me levou até o beco, onde ele estava. Sebastian estava lá.

Ele quer saber de você. Quis saber onde você estava. Mas eu não disse.

Então ele me bateu. Mas não era forte o suficiente pra mim. Embora ainda preso, consegui me soltar do cara que estava me segurando e o bati também.

Então depois eu senti alguém me apagando literalmente. E quando acordei estava num lugar escuro.

Estava amarrado ainda no beco, e já havia anoitecido. O máximo que ele conseguiu arrancar de mim foi a minha estela.
E esse rombo na boca.

Acho que ele quis me dar um susto.

- Estava tão preocupada, Jace!

Ela o abraçou novamente.

- Não se preocupe. Eu estou bem. E ele não sabe que você está aqui.

- Mas porque ele quer saber de mim?

- Isso ele não falou.. - Bem, mas agora que já te expliquei tudo, vou indo nessa. Vou tomar banho.

Jace levantou, dando um beijo na testa de Clary e estava perto de pegar na maçaneta quando a garota o interrompeu.

- Jace?

- Oi. - ele se virou.

- Fica aqui. - ela se afastou - Dorme aqui comigo. Por favor.

- se você insiste... eu... só vou apenas... tomar um banho.. - Ele falou e logo se aproximou da garota sussurrando em seu ouvido - Não sabe o quanto esperei por isso...

- É só dormir.

Ele sorriu e logo falou:

- Eu sei, ué.

E ele foi.

Não demorou muito para que Jace adentrasse no quarto de Clary, já totalmente recomposto e limpo. E sua pele cheirava a lavanda... Clary pôde sentir.

- Oi - Ela falou, quando ele se aproximou de sua cama. - Já está com sono?

- Um pouco. Mas quero ficar um pouquinho com você.. tá tudo bem?

Clary sorriu, batendo na perna para que ele pudesse deitar a cabeça ali.

- Deita aqui - Ela falou, apontando pra própria perna.

Ele o fez. Clary começou a acariciar seu cabelo louro e macio, fazendo-o suspirar.

- Não me lembro a última vez que fizeram isso em mim... acho que talvez nunca senti isso. Porque nunca ninguém féz.

E então, Clary se pegou imaginando um Jace mais novo. Um garotinho órfão, que morava com uma família adotiva e que talvez não tivesse tido todo o carinho que uma criança deveria ter.

- É tão bom.. - ele falou, trazendo de volta os pensamentos de Clary.

- eu sei que é... - Clary falou, logo em seguida beijando a testa do namorado.

- Droga, eu estava tão preocupada com você ....

- Eu sei... mas agora estou aqui, não estou?

Ela sorriu tocando a bochecha dele.

- ESTÁ. E aí de você se sumir novamente....

- Se toda vez que eu sumir eu for recebido assim, com direito a dormir junto com a minha namorada, então sumirei sempre que eu puder.

- bobo. - Ela falou sorrindo, e logo os lábios de ambos se encontraram.

O beijo durou um longo tempo. Tempo suficiente para que a preocupação, se houve alguma, evaporasse e qualquer outro sentimento ruim existisse.

- Bem, acho que já tá na hora de irmos dormir, Jace. Deita aqui, do meu lado.

Ela apontou para que ele saísse do seu colo e deitasse ao lado dela.

E assim ele o fez.

Os dois estavam juntos. Deitados numa mesma cama, ele a abraçando por trás, e ela, sorrindo, satisfeita quando ele puxou o cobertor para o corpo de ambos.

Enquanto se olhavam com intensidade, ele a beijou.

- Eu te amo. Não esqueça disso. Nunca - falou.

- Eu também te amo. E muito - Clary falou, sorrindo.

E então desligaram as luzes e dormiram juntos.

A primeira vez. Que dormiram juntos, claro

♥♥♥♥

E aí?

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