Capítulo 01 - La Señora triste

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Tuxtla Gutiérrez, Chiapas.
México

Anahí olhava pela janela de sua esplêndida casa o jardim que circundava os arredores com um olhar distante, seu corpo permanecia ali, na estabilidade de sua vida como uma mulher casada de família tradicional, um esposo rico e famoso, contudo sua mente vagava pelo desconhecido, por algo que lhe faltava, que causava um distanciamento recorrente e alertava os que conviviam sua total infelicidade.
Desde jovem algo intimamente lhe faltava, mas nunca se permitia admitir o óbvio, que vivia deslocada em sua vida. Sempre esteve cercada por regalias, devido a sua origem tradicional, de uma grande família do México, com 30 anos já havia realizado grandes aventuras em sua vida, havia viajado o mundo, estudado nos melhores colégios, fez faculdade em uma das melhores universidades dos Estados Unidos, não pelo respaldo financeiro, mas por que sempre teve boa conduta, estudiosa, o que lhe permitiu o status de empresária, para gerenciar os negócios de sua família. Conheceu Manuel Velasco e logo começaram a sair, pois era muito convincente unir um político em ascensão a uma bela mulher e de família rica.
Logo no começo o interesse por Manuel foi apenas por amizade, um rapaz simpático, que tinha em suas palavras a capacidade de fugir da rotina de sua vida, neste instante se viu apaixonada. O casamento não demorou muito para acontecer, sendo realizado com grande comemoração pelos círculos sociais mexicanos, sob a imagem de "casal perfeito".
Os primeiros meses foram maravilhosos, todas as atenções voltadas para ela, apenas de sua distância da capital, o que foi um choque, mudar drasticamente para um Estado totalmente distante e desconhecido para ela, mas tudo bem, ela estava feliz com seu marido e estava encantada com seu carinhoso marido. Mas as coisas não permaneceram bem, pois logo começaram as primeiras campanhas políticas de Manuel rumo ao Senado e o que parecia ser um casamento sólido tornou-se uma união por conveniência e propaganda, tendo sua presença apenas para acompanhante em eventos sociais. Após a eleição ao Senado, Velasco adquiriu uma postura totalmente desconhecida para ela, distante, arrogante, e se revelou como alguém interesseiro e que faria qualquer coisa para alcançar seus objetivos que se iniciava com o posto de Governador do Estado de Chiapas.
Os encontros entre os dois passaram a ser esporádicos, pois ele viajava muito, não existiam mais conversas, apenas desmandos de uma série de funcionários lhe ditando regras de como se portar mediante ao público, pois seu marido estava buscando alcançar o cargo mais importante do Estado, e para isso era necessário haver ao seu lado uma mulher solicita e discreta, basicamente uma sombra para a glória de Velasco. Para Anahí tudo era contrário a tudo o que ela deseja na vida, mas como poderia se libertar de tal situação, se nem ao menos sabia o que realmente lhe faltava, se era apenas um capricho de uma garota que sempre esteve cercada de luxo e se apresentava fútil...
Uma mão em seu ombro lhe despertou de seus devaneios. Era Manuel.
Manuel: Vamos Anahí, precisamos estar no palco do evento ás 18:00h. Não acredito que você ainda não está pronta, quantas vezes já lhe avisei que você tem que ser pontual, não quero esperar seus surtos de distanciamentos e infelicidades. Mantenha sua postura!
Anahí: Hoje não estou me sentindo bem, gostaria de ficar em casa hoje. Invente uma desculpa convincente à seus eleitores.
Com impaciência Manuel agarra seus pulsos de forma agressiva, apertando-lhe o máximo possível.
Manuel: NÃO EXISTEM DESCULPAS! Ele grita. Você vai sim. Não seja tola, aprenda a ser uma mulher digna de estar com um homem como eu, faça jus à escolha que fiz em me casar com você. De forma brusca ele solta seus pulsos e caminha em direção à porta, mas antes de sair retorna seu olhar Anahí e completa.
Manuel: Trate de retocar sua maquiagem, não quero alguém com olhos inchados ao meu lado, e vista uma roupa de manga para disfarçar estas marcas.
Anahí estava jogada no sofá em estado petrificado, olhando para seus pulsos vermelhos devido à pressão exercida há minutos atrás, e com toda certeza ficaria roxo. Mas muito além da agressão física, o que estava ferido era sua alma. Manuel depois de um ano de casado havia demonstrado certa instabilidade de paciência, mas nunca havia agredido fisicamente. Estava devastada, pelas adversidades em que sua vida estava prestes a acontecer.
Sua alma estava pedindo a gritos uma saída, mas como poderia se libertar de algo que pra ela ainda estava distante e incerto.
Diante do silêncio ensurdecedor de sua mente, levantou- se e caminhou para sua realidade sólida e infeliz.

Fira Town, Santorini.
Grécia

O entardecer nas praias gregas sempre foram para Alfonso um presente de Deus, a natureza para ele era o sinal de que nem tudo estava perdido, mesmo diante de tantos problemas. Sua vida nunca foi fácil, seus pais eram imigrantes espanhóis que vieram para Grécia em busca de novas histórias, nunca foram de manter raízes e acreditavam que era preciso buscar o mundo e estar em contato com novas formas de ver o mundo. Nascido e criado em Santorini, sempre foi educado com o que a natureza dava sua família, seus pais montaram uma pequena pousada e restaurante nas proximidades com a praia e com todo o esforço conseguiram estudar. Alfonso não chegou a fazer faculdade, mas buscou estudar aquilo que mais lhe agradava, náutica, pois desde criança sonhou em ser marinheiro, viajar o mundo sem ter rumo final.
Devido às circunstâncias na vida, seu sonho foi sendo deixado de lado para dar espaço para a realidade de alguém que precisa estar presente na vida de seus parentes amados e com muito esforço montou um estabelecimento de passeio de barco pela costa grega, mantendo-se assim próximo de sua grande paixão, o mar.
Distraído em seus pensamentos, ele recorda da reserva realizada naquele dia de um político mexicano de seus transportes, não conseguia imaginar o que levaria um grande líder buscar sua companhia de passeios a barco, sendo que na região havia outras muito mais reconhecidas e de primeira classe. Mas isso não importava, o que realmente valeria a pena seria o valor ganho com este contrato, que serviria para quitar suas dívidas e ajudar sua família. Mais um dia pacato em sua vida tranquila termina ao adormecer do sol sobre as janelas de casa as margens do mediterrâneo. Não era muito religioso, mas agradecia todos os dias terminados, sempre se lembrando de tudo o que já havia passado, sempre buscando manter-se longe de qualquer possibilidade de tormentas imprevisíveis. Mais a força do destino é intensa e surpreendente.

Mi Tormenta Favorita - Anahi e Alfonso. #PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora