Capítulo 22 - Lucha de poder

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COMO PROMETI, MAS UM CAPÍTULO !!



16 de Setembro – Dia da independência do México

Alfonso

O dia havia chegado e com ele minha apreensão diante da organização da manifestação na Plaza del Arco na capital Tuxtla Gutierrez na cerimônia oficial do sino realizado pelo Governador. Tudo estava articulado há dias e não poderia falhar. Havíamos planejado um manifesto pacífico em protesto ao governo e tentar ganhar respaldo da mídia e chamar a atenção da população da passividade do nosso grupo. O grupo havia aderido ao não uso de armas como forma de demonstrar o verdadeiro sentido da luta. Sabíamos que existiam outros grupos armados que visavam através da guerrilha atender aos pedidos populares. Acredito que a liberdade deve ser conquistada com diálogo. Não me considero um ativista convicto de minhas ideias e de fato não poderia nem mesmo organizar minhas emoções quiçá pensar como um bom revolucionário.

Minha cabeça não cansava de pensar em Anahí e em como estava naquele momento, já haviam se passado um mês desde nossa despedida e ainda me atormentava a ideia de que não pude lutar e abrir meu coração. Mas como poderia pedir para ficar sendo que sua filha indefesa estava tão longe. Jamais poderia afastar mãe e filha pela simples convicção de que amava a pequena menina apenas por ser filha de Anahí, amo como se fosse minha também. O amor não é isso? Amar sem medidas.

- Alfonso, os carros estão todos a postos para seguirmos em direção a Tuxtla.

- Claro, já podemos nos retirar - falei seco, sem qualquer sinal de emoção.

- Precisamos ficar atentos em relação ao grupo extremista, ouvimos que estarão também na praça e não podemos esperar menos do que tumulto – falou Jaime.

- Não podemos esquecer de que há pessoas inocentes. Vamos todos com bonés pretos e assim não causaremos qualquer suspeita e devemos estar atentos aos que podem causar qualquer ato violento. Agora vamos.

O caminho para a capital fora de aproximadamente uma hora e quanto perto chegada mais a sensação de que estaria mais próximo a ela me alertava. Como será que estava? Tenho certeza de que estaria radiante.

Chegamos ao local em que aconteceria a cerimônia e o movimento já era intenso o suficiente para que pudéssemos fazer as agremiações combinadas anteriormente. Cada cabeça de grupo se dispersará pela multidão e através de sinais encontrará os grupos que ativariam as palavras de ordem.

Mesmo que desejássemos vir armados, seria impossível passar pela barricada de segurança montada, acontecendo revistas completas. Separamos-nos rapidamente e Hilda antes de seguir em caminhos opostos beijou-me repentinamente, mesmo sabendo que estávamos estremecidos pelo o que havia acontecido na época em que Anahí estivera no acampamento.

- Não pense que desisti de você- saiu sem esperar resposta.

Caminhei lentamente pelo cordão de segurança e os policiais realizaram a revista. Logo fui liberado e me direcionei para a parte mais próxima ao palanque onde estava disposto o sino, era de uma altura relativamente grande, para dar a impressão de poder ao qual o Governador queria exercer.

Depois de aproximadamente 30 minutos de espera e muito petiscos (que confesso serem maravilhosos) iniciou a cerimônia com o som de tambores. Havia chegado a hora.

O locutor anunciava o cerimonial e logo todos ficaram a postos como se fossem membros de um único exército. Cantavam o hino, balançavam bandeiras, ovacionando o acontecimento que é considerado por muitos como um passo para a liberdade que ainda não chegou. Continuo a espreita, olhando atentamente a cada movimentação no palco, nos policiais e em qualquer atitude suspeita.

Minhas atenções foram interrompidas quando a visão mais bela se pôs sobre meus olhos.

O exército anunciava a entrada triunfal do então Senhor Governador Manuel Velasco carregando nas mãos a bandeira mexicana e ao seu lado estava ela. Anahí. Resplandecente em um vestido em um vestido verde impecável que marcava seu corpo com uma perfeição, o cabelo preso em uma trança me apresentava uma Anahí muito diferente de tudo aquilo que conhecia. Ali era a Primeira Dama, elegante, distante, inalcançável. Porém o que me inquietou fora sua expressão abatida, sempre tentando manter o sorriso forçado frente às câmeras, acenando para a multidão que gritava seu nome. Estava tão perdida, pedindo a gritos mudos, em seu olhar que a ajudasse e tive o ímpeto de resgata-la imediatamente daquele mar de farsa. Mas como? Não poderia quebrar com o combinado, mas de que forma chegaria até ela?

 Mas como? Não poderia quebrar com o combinado, mas de que forma chegaria até ela?

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Mi Tormenta Favorita - Anahi e Alfonso. #PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora